A Prismore Capital, novo nome da Sonae Capital Industrials, agrega os ativos industriais das antigas Sonae Capital e Sonae Indústria, integrando empresas com fábricas em Portugal, Espanha, Itália, México e Canadá, que totalizam um efetivo próximo de mil trabalhadores e um volume de negócios superior a 500 milhões de euros, dos quais mais de 80% em exportações.

Com um portefólio constituído por empresas como a Capwatt, Tafisa, Adira, Surforma, Beyond Composite, Waste Plastic Iberia (WPI) e a Greenertis, a Prismore Capital apresenta agora publicamente a BB&G, a nova estrela do grupo integralmente detido pela Efanor, “holding” da família de Belmiro de Azevedo.

A BB&G está a implementar aquilo que garante ser um projeto pioneiro na vanguarda da economia circular em Portugal.

“Através de uma tecnologia proprietária, a empresa converte pneus em fim de vida em produtos renováveis de elevado valor acrescentado”, afiança a BB&G, em comunicado.

Este processo, explica, “produz óleo de pirólise de pneus (TPO) e negro de fumo recuperado (rCB), ambos reutilizáveis na produção de novos pneus”.

Para além de dar resposta a um problema ambiental crítico, a BB&G “distingue-se pela sua abordagem inovadora e pelo potencial de gerar valor económico e ambiental”, enfatiza a empresa, que detém uma unidade industrial piloto em Ourém, que deverá iniciar produção comercial no primeiro trimestre do próximo ano.

A BB&G também já encetou o desenvolvimento de uma segunda unidade de maior capacidade na região de Santarém.

“A primeira linha da unidade de Santarém entrará previsivelmente em funcionamento no início de 2028, com uma capacidade de valorização de 10 mil toneladas de pneus em fim de vida por ano, sendo que a unidade permitirá valorizar, no global, 30 mil toneladas anuais”, adiantou ao Negócios fonte oficial da BB&G, que não quis, para já, avançar com valores de investimento nem número de postos de trabalho a criar.

Entretanto, a BB&G decidiu contratar um novo CEO para liderar a empresa “num momento estratégico, com a missão de acelerar um plano de crescimento ambicioso, tanto a nível nacional como internacional”.

Trata-se de Manuel de Sousa Martins, que a BB&G apresenta como “um executivo experiente, com quase duas décadas de liderança de topo em setores como retalho, telecomunicações, energias renováveis, petroquímica, serviços ambientais, materiais de construção, química de lítio e desenvolvimento de ‘data centres’”.

“À sua competência no setor industrial junta-se a sua experiência internacional, tendo desempenhado funções de liderança em mais de uma dezena de países, entre os quais Espanha, Reino Unido, França, Brasil e Canadá”, realça a BB&G, empresa que é detida em consórcio com a BDI-BioEnergy International e a Rieckermann.

Manuel de Sousa Martins foi CEO de empresas como a Secil Portugal, a Supremo Cimentos no Brasil e a ETSA, assim como administrador executivo no grupo Semapa.

Antes de assumir a liderança da BB&G, Manuel de Sousa Martins era o CEO da Aurora Lithium, uma “joint venture” detida em 70% pela Galp, que desistiu, há cerca de um ano, do projeto de construção de uma refinaria de lítio em Setúbal, onde previa investir mais de 1,1 mil milhões de euros e criar mais de 350 empregos diretos, e que havia já consumido cerca de 40 milhões de euros.

Manuel de Sousa Martins é licenciado e possui um MBA pela Universidade Católica, tendo ainda concluído programas avançados de gestão para executivos no INSEAD, London Business School e MIT.