A Huawei Technologies registou lucros de 37,1 mil milhões de yuans (4,44 mil milhões de euros) nos primeiros seis meses deste ano. É uma queda de 32% face aos resultados no período homólogo, marcado por uma reviravolta nos investimentos da empresa. 

A campeã nacional de tecnologia da China registou gastos "agressivos" em pesquisa e desenvolvimento (R&D) para desafiar as sanções impostas pelos EUA, pressionando as contas do grupo.

Ao mesmo tempo, a procura por parte da DeepSeek salvou a empresa de registar uma queda ainda maior no resultado líquido. A Huawei é uma das maiores rivais da norte-americana Nvidia ao produzir semicondutores especializados para tarefas de inteligência artificial (IA) e um dos seus maiores - se não mesmo o maior - clientes é a DeepSeek, que desencadeou uma onda de aposta em IA na segunda maior economia do mundo e "abanou" o mercado nos EUA, já que se posicionou como um dos principais rivais ao ChatGPT, da OpenAI. 

A Huawei é ainda dona do chip "Ascend", que se tornou o modelo padrão usado a nível nacional - incluindo pela DeepSeek -, à medida que rivais chineses como o Alibaba Group estão a apressar-se para desenvolver novos modelos de semicondutores -  especialmente porque Pequim pressionou as empresas nacionais para não usarem o chip H20 da Nvidia. 

A tecnológica beneficiou ainda do ressurgimento do segmento dos smartphones. A Huawei vendeu 12,5 milhões de dispositivos no mercado interno no último trimestre, ficando em primeiro lugar no top de vendas pela primeira vez em mais de quatro anos. A concorrência da Huawei e da Xiaomi tirou a Apple do topo do "ranking" de vendas na China.

A gigante das telecomunicações entrou também no mercado dos veículos elétricos, disponibilizando um software e componentes de condução inteligente para as fabricantes de automóveis.

A receita da Huawei, com sede em Shenzhen, aumentou 3,94% para 427 mil milhões de yuans (51,13 mil milhões de euros), de acordo com um comunicado publicado na Bolsa de Ativos Financeiros de Pequim.