É a primeira "four trillion dollar baby". Mas quem é a Nvidia?
A capitalização de mercado da Nvidia ultrapassou os quatro biliões de dólares a 9 de julho. A fabricante de semicondutores é a primeira empresa na história a chegar a este marco. O explicador da semana dá a conhecer a "big tech”.
Nvidia, Microsoft e Apple trocam muitas vezes entre si o título de cotada mais valiosa do mundo, mas foi a fabricante de semicondutores a primeira a superar a marca histórica dos quatro biliões de dólares em capitalização bolsista.
Desde o início do ano, a Nvidia já valorizou 22%, um "rally" que acrescentou 700 mil milhões de dólares ao valor de mercado. Esta subida junta-se aos 170% conseguidos no ano passado e aos 240% registados em 2023. Mas como tudo começou?
A origem da Nvidia
A ideia do negócio de produção de placas para videojogos nasceu em abril de 1993 num restaurante no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Nessa época, o ainda CEO Jensen Huang e os colegas Chris Malachowsky e Curtis Priem, queriam levar gráficos 3D aos mercados de jogos e multimédia. Esteve perto da falência, mas desde cedo a empresa começou a definir o futuro da indústria da computação, quando, em 1999, criou o GPU, uma unidade de processamento gráfico inovadora no mercado. Neste ano passou também a ser cotada em bolsa.
Em 2001, ganhou um contrato para fornecer Unidades de Processamento Gráfico para a primeira Xbox da Microsoft. Demorou 13 anos até se aventurar a entrar na era da Inteligência Artificial (IA), mas agora os semicondutores que produz alimentam os computadores que treinam modelos de IA generativa e data centers por todo o mundo. Atualmente, mais de 40 mil empresas utilizam as tecnologias da Nvidia e a empresa é a cabeça de cartaz da euforia da Inteligência Artificial, beneficiando, por isso, da forte procura por chips.
A Ascensão da Nvidia
O sucesso da "AI-darling" de Wall Street deve-se a mais de três décadas de inovação no mundo da tecnologia e à visão estratégica dos fundadores. Mas, em 2022, a estreia do ChatGPT da OpenAI abriu novos mundos à Nvidia no âmbito da Inteligência Artificial e desencandeou uma subida fulgurante da empresa.
Em maio de 2023, a empresa entrou no “Trillion Dollar Club”. Em fevereiro de 2024, já valia 2 biliões de dólares e, em junho desse ano, ultrapassou os 3 biliões de dólares em capitalização bolsista, um clube exclusivo onde estão também a Apple e a Microsoft. Agora, a 9 de julho deste ano, foi a primeira a ultrapassar os quatro biliões de dólares.
Contudo, 2025 não teve um início fácil para a empresa que é uma das sete magníficas das tecnologias nos Estados Unidos. O aparecimento da startup chinesa Deep Seek no mercado provocou a maior queda da história de uma empresa em Wall Street. A 27 de janeiro, a Nvidia afundou cerca de 17%, o que a fez perder 589 mil milhões de dólares em valor de mercado.
O regresso de Donald Trump à presidência, as tarifas e a guerra comercial também tiveram impacto nas operações da Nvidia que, em abril, anunciou um plano para fabricar "chips" de Inteligência Artificial nos Estados Unidos.
Apesar dos solavancos, no primeiro trimestre de 2025 a Nvidia registou receitas de 44,1 mil milhões de dólares, numa subida de 69% em comparação com o período homólogo do ano passado.
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