pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Hollywood volta a abrir guerra à IA. Disney e Universal processam Midjourney

O rato Mickey, as princesas da Frozen ou os Minions amarelos. Estes são apenas alguns dos exemplos do que a Midjourney recriou e animou, infringido os direitos de autor do estúdios. Processo chega agora às mãos da justiça.

Estúdios pedem que Midjourney pague 150 mil dólares por cada infração cometida
Estúdios pedem que Midjourney pague 150 mil dólares por cada infração cometida AP
12 de Junho de 2025 às 12:27

A guerra contra a Inteligência Artificial (IA) arrancou oficialmente em Hollywood, desta vez com um processo contra a Midjourney. Em 2024 os atores que fazem a dobragem de personagens para os jogos de vídeos fizeram greves contra a sua potencial substituição por tecnologia, e agora é a vez de duas grandes empresas vincarem o pé.  

A Disney e a Universal estão a acusar a empresa Midjourney de treinar os modelos de IA com base nas propriedades intelectuais. Isto é, a empresa que cria imagens por via de IA estará a recriar personagens famosas destes estúdios, violando os direitos de autor. 

Esta é a primeira vez que os estúdios de Hollywood avançam contra uma empresa de IA. "Um poço de plágio sem fundo", acusam a Disney e a Universal, empresas de animação responsáveis por filmes como Frozen ou Minions.

Os dois estúdios exigem que a Midjourney pague 150 mil dólares por cada 150 violações já registadas por direitos de autor, além de terem avançado para uma ordem judicial que impeça a empresa de recriar personagens

Pirataria é pirataria e o facto de ser feita por uma empresa de IA não a torna menos ilegal Horatio Gutierrez, vice-presidente executivo sénior da Disney

O processo foi aberto no tribunal de Los Angeles, e os estúdios alegam que a Midjourney pirateou as bibliotecas dos dois estúdios para distribuir cópias das personagens, sendo uma "máquina de venda automática virtual". 

"Estamos otimistas em relação à promessa da tecnologia de IA e como esta consegue ser utilizada de forma responsável enquanto ferramenta para potenciar a criatividade humana", partilha o vice-presidente executivo sénior da Disney, Horacio Gutierrez, em comunicado, sublinhando, contudo, que "pirataria é pirataria e o facto de ser feita por uma empresa de IA não a torna menos ilegal"

Por sua vez, a vice-presidente executiva da Universal, Kim Harris, afirmou que o processo serve para "proteger o trabalho árduo de todos os artistas cujo trabalho nos entretém e inspira, além do investimento significativo que é aplicado no nosso conteúdo".

150Estúdios
Os estúdios de animação estão a pedir que a empresa de IA pague 150 mil dólares por cada uma das 150 violações já registadas.

A Midjourney pode criar ou recriar imagens animadas a partir de um "prompt", um pedido personalizado aos "chatbots". As entidades que compõem os estúdios da Disney e Universal, entre as quais Marvel, Lucasfilms (Star Wars) e a DreamWorks Animation, sustentam que a Midjourney oferece animações do Yoda a segurar um sabre de luz, o Homem de Ferro a planar sobre as nuvens ou o Buzz Lightyear a levantar voo. 

Esta não é a primeira vez que a Midjourney é acusada de infringir os direitos de autor, tendo sido acusada no ano passado de roubar o trabalho de 10 artistas. A Midjourney monetiza o seu negócio a partir de subscrições pagas, de forma semelhante ao ChatGPT, e só no ano passado apresentou receitas na ordem dos 300 milhões de dólares.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio