CTT apontam que financiamento do serviço postal pode passar pelo Orçamento do Estado
O líder dos CTT explicou que o atual modelo de financiamento do serviço postal tem de começar a ser repensado, e criticou a diferenciação deste serviço face a outros serviços públicos.
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O CEO dos CTT apontou a necessidade de se repensar o atual modelo de financiamento do serviço postal universal, alertando que este vai deixar de ser viável após 2028. Nova forma de financiamento pode chegar através do Orçamento do Estado.
"É a nossa convicção forte, e diria que é a minha absoluta certeza pessoal, que o atual modelo de financiamento do serviço postal universal não será viável depois de 2028, porque os volumes têm caído tanto que os preços se irão tornar desproporcionalmente elevados", justificou João Bento durante a apresentação do Capital Markets Day 2025.
O líder do grupo dos Correios acrescenta que esta é uma necessidade e que a empresa tem "estado a trabalhar nisso de forma consistente" para encontrar novas formas de financiamento para o serviço postal aquando da próxima concessão. Ainda assim, João Bento acrescenta que a discussão e tomada de decisão tem de acontecer até 2028.
No momento das perguntas, João Bento vincou a ideia do financiamento poder chegar através do Orçamento do Estado. Pedindo permissão para recorrer a uma piada utilizada por um concorrente irlandês, em que o aumento dos custos a um nível constante pode levar a que um envio de uma carta custe milhões, João Bento admite que é insustentável "continuar a aumentar o preço do correio em quase 10% ao ano".
"Pensamos que está na altura deste serviço público ter uma contribuição semelhante, ou simbolicamente semelhante, à dos restantes. Todos os serviços públcios em Portugal, seja saúde, segurança, pensões ou educação, são totalmente financiados pelo Orçamento do Estado e pelos contribuintes", atirou o CEO.
"Hoje em dia, não há um único cêntimo dos contribuintes destinado ao serviço público, que é quase único na Europa. Por isso, o que temos defendido explicitamente, é que no próximo ciclo exigiremos que o serviço universal postal seja concedido um nível se serviço semelhante", acrescentou.
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