“Articulação com Medina foi total” na demissão da CEO da TAP

João Galamba considera que os governantes têm de “estar sempre disponíveis a tirar consequências políticas”. Mas não entende que exista esse risco na demissão da CEO da TAP.
João Galamba CPI
Tiago Sousa Dias
Sara Ribeiro 18 de Maio de 2023 às 22:06

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, garantiu que houve "total" articulação com Fernando Medina na demissão da antiga CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, que já admitiu recorrer para tribunal para contestar a decisão. 

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Respondendo ao deputado do Chega, André Ventura, que citava um email da chefe de gabinete de João Galamba onde manifestava discordância em relação aos argumentos do Ministério das Finanças e falava sobre a "ausência de comunicação entre as tutelas ser um ponto de fragilidade para o Estado", o governante refutou essa informação.

"O senhor deputado está a ler mal. Não é do João Galamba com Fernando Medina", apontou Galamba, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Essa articulação é entre os gabinetes do meu antecessor e das Finanças aquando da saída de Alexandra Reis", que saiu da companhia aérea com uma rescisão por mútuo acordo com uma indemnização de 500 mil euros, o que vai contra as regras do estatuto do gestor público, como concluiu a Inspeção-Geral de Finanças (IGF). João Galamba referia-se a Pedro Nuno Santos, que substituiu a partir de 4 de janeiro deste ano. "O que existe é uma decisão tomada em estreita articulação" com as Finanças, reforçou.

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"As explicações de Eugénia Correia [chefe de gabinete, ouvida ontem] são suficientes. A articulação entre mim e Fernando Medina foi total e absoluta" no que toca à demissão da antiga CEO e do ex-chairman da TAP por justa causa, anunciadas a 6 de março, acrescentou.

Questionado sobre se caso se comprove que a decisão não está juridicamente "blindada", como referiu Medina na altura, e o Estado tiver de pagar uma indemnização a Christine Ourmières-Widener, respondeu: "Os governantes têm de estar sempre disponíveis a tirar consequências políticas, mas não tenho nenhum elemento que justifique acreditar que esse risco se possa materializar".

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