Administração da TAP SGPS demite-se em bloco
A Azul pode nunca ver os 177 milhões de euros que reclama à TAP SGPS no âmbito do empréstimo de 2016. Órgãos sociais da empresa apresentaram renúncia ao cargo em bloco.
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Os órgãos sociais da Siavilo, também conhecida como ex-TAP SGPS, renunciaram às suas funções em bloco. O Eco avança que a renúncia aconteceu entre o final de março e início de junho.
Tal como o Negócios avançou na edição de 11 de junho, a companhia brasileira Azul reclama uma dívida de quase 177 milhões de euros, decorrente do empréstimo obrigacionista contraído pela TAP SGPS em março de 2016. Sem substitutos nomeados para o cargo, a Siavilo fica sem gestão e a empresa, detida na totalidade pelo Estado português, pode desaparecer, uma vez que já não possuía ativos.
O Negócios sabe que o Conselho Fiscal, do qual faziam parte Maria de Fátima Geada e a Baker Tilly, foram os primeiros a renunciar às suas funções, a 31 de março deste ano. Seguidamente, foi a vez do Conselho de Administração, no espaço de um mês.
A Administração da Siavilo apresentou a renúncia aos respetivos cargos no dia 30 de abril, nomeadamente Gonçalo Pires, atual administrador financeiro da TAP SA, Luís Rodrigues, CEO da TAP SA, e os vogais Patrício Castro, Ana Teresa Lehmann, João Pedro Duarte, José Mário Henriquez, Mário Rogério Chaves, Maria João Cardoso e Sofia Lufinha Franco.
A última renúncia aconteceu mais recentemente, a 2 de junho. O revisor oficial de contas, a PwC, também contribuiu para o esvaziamento da gestão da empresa.
A TAP SA comprou a Portugália por 4,4 milhões de euros em janeiro deste ano, adquirindo ainda 100% da UCS e 51% da Cateringpor, retirando ativos à Siavilo. Naquela que é considerada a "TAP má" sobrou apenas a Manutenção & Engenharia Brasil, que já foi colocada em processo de liquidação.
De recordar que o Estado também injetou 30 milhões de euros no mesmo empréstimo obrigacionista que a Azul em 2016, numa dívida que hoje ascende a quase 60 milhões de euros. A Parpública, responsável por esta injeção, votou contra o reembolso antecipado na última Assembleia Geral de Obrigacionistas, datada de 15 de abril.
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