Airbus alerta que tarifas acrescentam "complexidade" à produção
A Airbus revelou manter o objetivo de entregar 820 aeronaves até ao fim do ano, mesmo com a pressão que a indústria está a sofrer com falta de materiais.
A já limitada produção de aeronaves pode ficar ainda mais constrangida devido às tarifas da Administração Trump. A fabricante Airbus admite que estas taxas acrescentam "complexidade" a uma operação que já é delicada.
Em dia de resultados, a fabricante europeia revelou esta quarta-feira ter entregue 136 aeronaves comerciais no primeiro trimestre. Contudo, deixou o aviso de que as constantes interrupções que foram sentidas desde o início do ano ameaçam toda a produção da indústria da aviação.
Mas as interrupções não afetam, pelo menos para já, o alvo da Airbus, que mantém a ambição de entregar 820 aeronaves até ao fim do ano. Com exclusão das que já foram entregues, isso significa que a fabricante europeia teria que entregar 228 aviões em cada um dos três trimestres restantes.
Este objetivo não engloba "disrupções adicionais ao comércio global ou à economia mundial".
Para já, o CEO da Airbus, Guillaume Faury, assegurou que a fabricante não vai pagar tarifas nos aviões que serão entregues às companhias americanas, depois da Delta Air Lines e da American Airlines virem a público dizer que não iriam pagar extra pelos seus pedidos.
Faury aproveitou para elogiar a resposta da China às tarifas, tendo o governo chinês mandado as encomendas da Boeing para trás. No entanto, o CEO acrescentou que estas "não são boas notícias para nós e para a indústria europeia, e também não são boas para a indústria americana", uma vez que coloca pressão no setor.
A Airbus reportou esta quarta-feira lucros de 793 milhões de euros, superando as estimativas dos analistas, e receitas de 13,54 mil milhões de euros.
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