O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou nesta terça-feira a suspensão imediata e por três meses do novo sistema de controlo de fronteiras, conhecido como EES. Foi ainda anunciado o aumento em 30% da capacidade de equipamentos eletrónicos e físicos de controlo de fronteiras externas, assim como o reforço "imediato" de meios humanos com militares da GNR, revela o ministério.

Estas medidas de reforço de resposta foram tomadas "considerando o agravamento dos constrangimentos na zona de chegadas do Aeroporto Humberto Delgado" e a "necessidade de implementar e reforçar as medidas de contingência" para reduzir os tempos de espera dos passageiros que chegam à zona de chegadas.

O novo sistema de controlo de fronteiras, o Entry/Exit System (EES), é um sistema de controlo automático para passageiros não europeus oriundos de fora do espaço Schengen e que substitui os tradicionais carimbos nos passaportes por registos eletrónicos. Entrou em funcionamento a 12 de outubro.

Este novo sistema implica a recolha de dados biométricos (quatro impressões digitais e fotografia) na primeira entrada do passageiro no país. O que conjugado com uma época de maior afluência, tem gerado filas e tempos de espera significativos para quem chega, sobretudo no aeroporto de Lisboa.

No domingo, foram registados vários casos de pessoas que esperaram cerca de seis horas para passarem o controlo de fronteiras. As filas contavam com centenas de pessoas.

Se neste domingo os tempos de espera atingiram um novo pico, a situação tem vindo a repetir-se noutros dias. Já a 16 de dezembro, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, admitia no Parlamento a existência de tempos de espera médios de "três horas e máximas de seis horas", admitindo igualmente que a integração dos novos sistemas no controlo de entradas e saídas do espaço Schengen "correu muito mal".

Três dias depois, o ministério por si tutelado anunciava um reforço de 80 efetivos da PSP no aeroporto para tentar responder da melhor forma a uma época que se caracteriza também de maior afluência nas chegadas. No dia 23 de dezembro, MAI garantia mesmo que foi registada uma diminuição das filas e do tempo de espera no aeroporto de Lisboa e que todos os postos tinham agentes da PSP em permanência.

(Notícia atualizada às 14:51 horas com mais informação)