O grupo IAG tem uma batalha interna. A Vueling assumiu o segundo lugar no transporte de passageiros em Espanha durante o primeiro semestre de 2025, ultrapassando a Iberia. As duas companhias pertencem ao grupo IAG, um dos interessados na privatização de uma posição minoritária na TAP, e esta não é a primeira vez que mudam de posições no transporte de passageiros.

A Vueling, a "low-cost" do IAG, cresceu 2% entre janeiro e junho no território vizinho, tendo movimentado 15,82 milhões de passageiros. Já a Iberia perdeu 1% de passageiros no mesmo período, tendo transportado 15,77 milhões de pessoas.  

Apesar de pertencerem ao mesmo grupo e terem o seu "hub" em Espanha, as companhias aéreas têm as suas diferenças. A Vueling opera voos de curta e média distância, tendo a Europa como os destinos principais e a base em Barcelona, enquanto a Iberia está instalada em Madrid e é composta por duas subcompanhias, a Iberia Express e a Air Nostrum.

De acordo com o Expansión, o crescimento da Vueling é explicado pela introdução de novas aeronaves após a assinatura de um acordo com o sindicato em novembro do ano passado. Com esta decisão, que visa com que o grupo mantenha os custos de mão de obra sob controlo, a Vueling adicionou um milhão de novos lugares às rotas em Espanha, que deverão aportar um crescimento de 9% no Aeroporto El Prat. 

Por sua vez, a queda da Iberia deveu-se às paragens de aeronaves por causa das inspeções periódicas a que a frota da Iberia Express se tem de submeter. Os modelos A321neo da companhia exigem mais inspeções e mais visitas às oficinas.

A dificultar esteve o facto dos fabricantes das aeronaves não terem peças de reposição suficientes em stock, o que dificulta a oferta programada. Por isso mesmo, a Iberia Express foi forçada a ajustar os seus planos, transportando apenas 3,55 milhões de passageiros entre janeiro e junho, o que levou a uma quebra nos números gerais da Iberia.

Já a Air Nostrum melhorou os números do semestre, transportando 2,89 milhões de passageiros nos primeiros seis meses do ano, aportando um aumento de quase 8%. 

Contudo, estes são apenas os segundo e terceiro lugares na lista de companhias aéreas que mais passageiros transportaram no primeiro semestre. Em primeiro lugar voltou a ficar a Ryanair, que transportou 30 milhões de pessoas entre janeiro e junho. 

A companhia irlandesa manteve-se como a principal transportadora no território espanhol, mesmo anunciando a sua saída de sete aeroportos no país. A Ryanair já abandonou parcialmente a operação em Vigo, Santiago, Astúrias, Santander e Saragoça, estando a planear a saída de Valladolid e Jerez. Esta saída aconteceu no início do ano, com a companhia "low-cost" a eliminar 800 mil assentos e 12 rotas devido às "exorbitantes taxas aeroportuárias da Aena".