Ginásios perdem 145 milhões de euros. Conselho: “Não caiam em descontos desmesurados”

O setor do “fitness” em Portugal, que sofreu em 2020 uma quebra da faturação superior a 50%, “não verá a luz ao fundo do túnel em 2021, mas sim em 2022”, avisa a consultora All United Sports. “Isto é uma maratona, não uma corrida de velocidade!”
Ginásio exercício físico
Jorge Miguel Gonçalves
Rui Neves 21 de Dezembro de 2020 às 18:25

Em março passado, desafiada a fazer uma previsão do impacto da pandemia covid-19 no setor do "fitness" em Portugal, a All United Sports estimou que a quebra da faturação em 2020 situar-se-ia em 39%, apontando para uma retoma gradual dos clientes a partir de setembro.

PUB

 

Mas "o espoletar da segunda vaga em outubro paralisou as vendas e escalou o número de cancelamentos, exactamente nos últimos meses do ano onde estava depositada alguma esperança para reduzir prejuízos no setor", sublinha a All United Sports, que fornece serviços de consultoria dentro da área desportiva e do "fitness" e tem clientes espalhados pela Península Ibérica, Médio Oriente e África.

PUB

 

Ora, mesmo "implementando maioritariamente serviços como aulas de grupo ou treino personalizado online e aluguer de equipamentos, os resultados correspondem a uma escandalosa quebra de faturação próxima dos 90%" no período de confinamento, prevendo agora que a indústria nacional de "fitness" registe em 2020 "uma quebra acima dos 50% no volume de negócios anual, correspondentes a uma redução na faturação superior a 145 milhões de euros".

PUB

 

Em comunicado assinado por Mário Santos, que em 2014 criou a All United Sports com o seu sócio Ivo Gomes, assinala-se que "só em dezembro de 2020 prevê-se uma quebra de faturação acima dos 55%, o que deixa claro que a segunda vaga está a ter um elevado impacto no volume de negócios dos ginásios, com uma queda vertiginosa desde outubro".

PUB

 

Entretanto, "apesar de se prever um crescimento da procura já no início de 2021", a All United Sports considera que "este será insuficiente para aliviar financeiramente os clubes, pois o receio continuará na população até que exista uma redução efetiva do número de novos casos diários", o que "poderá ter resultados devastadores no setor pela importância que o primeiro trimestre do ano tem na viabilidade do negócio ao longo do ano".

PUB

 

Que fazer? A consultora aponta meia dúzia de conselhos, com especial enfoque no fator preço. "Vamos entrar numa crise, não há dúvidas disso. Até, pelo menos, ao final de 2022 iremos estar a recuperar do aumento do desemprego e retração do consumo. Seja sensível a isso e procure encontrar um preço equilibrado que lhe permita tirar proveitos e angariar clientes", começa por alertar.

 

PUB

"Não caia em descontos desmesurados - isto é uma maratona, não uma corrida de velocidade. Saiba analisar cuidadosamente o custo que tem com cada cliente mensalmente, que custo teve em angariá-lo e perceba que valor pode pedir pelo serviço que presta", sublinha a mesma consultora.

 

Em síntese, a indústria portuguesa de ginásios "não verá a luz ao fundo do túnel em 2021, mas sim em 2022, pelo que tem que entrar no novo ano preparado para o atravessar com sucesso", conclui a All United Sports.

PUB
Pub
Pub
Pub