O fundador de A Vida é Bela, António Quinas, diz, em entrevista ao "i", que tudo fará para que ninguém saia lesado do encerramento da actividade da empresa em Portugal, permitindo que as pessoas possam usufruir dos seus momentos A Vida é Bela.

"A todos e a cada um quero assegurar que tudo farei para que possam gozar o seu momento A Vida é Bela. Iremos trabalhar para, no segundo semestre de 2013, apresentarmos a cada cliente uma alternativa de substituição do seu pack A Vida é Bela, por um serviço inovador que seja do agrado de todos", garantiu António Quinas.

António Quinas admite que cometeu erros que não conseguiu ultrapassar por causa da crise. Entre os maiores erros destaca os "investimentos muito agressivos em campanhas de marketing e publicidade" e o facto de se ter "internacionalizado sem uma forte componente de capitais próprios e recorrendo muito à banca e ao projecto comunitário". A abordagem ao mercado brasileiro foi um desses erros, assume, por ter avaliado "mal a escala" do desafio e ter feito uma "selecção menos boa ao nível dos recursos humanos". Mas António Quinas acredita que está agora no caminho certo e que com o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos o negócio vai crescer.

O empresário não deixa porém de acusar o Estado, culpando-o também pela situação a que chegou a empresa. "Temos por receber devoluções de IVA de perto de dois milhões de euros. Aguardamos há mais de 20 meses cerca de um milhão", queixou-se.

"Triste" com a "avalanche mediática que acabou por minar a credibilidade" da marca, António Quinas diz que isso "foi fatal para desgastar, de forma irreversível, a credibilidade de A Vida é Bela" e lamenta o facto das notícias em Outubro terem dado conta de "mais de meia centena de queixas na DECO" quando "só em Setembro, 22 mil pessoas usufruíram de experiências A Vida é Bela". Em 2011 e 2012 foram utilizados mais de 500 mil vouchers e todas as queixas apresentadas na DECO foram "devidamente tratadas e resolvidas", sublinhou.

A par da quebra das vendas (de mais de 80%), "muitos parceiros de negócio, alarmados, deixaram de aceitar os vouchers", na sequência das notícias, o que deitou por terra a campanha de Natal que estava a ser planeada pela empresa.

António Quinas diz querer "muito" voltar a operar em Portugal e que o plano especial de revitalização passa por implementar uma espécie de Clube do Turismo e Lazer, "em que os clientes, mediante uma pequena subscrição mensal, têm direito a usufruir de um conjunto alargado de serviços de turismo e lazer em condições especiais e diferenciadas".