Mais hóspedes e mais dormidas, mas receitas do turismo abrandam em 2024
A hotelaria registou mais de 30 milhões de hóspedes no ano passado, atingindo-se os 80 milhões de dormidas. As receitas cresceram mais de 10%, ainda assim menos de metade do ano anterior.
A atividade turística mantém um grande fulgor. Na hotelaria, registaram-se mais de 30 milhões de hóspedes durante o ano passado, de acordo com os resultados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Cresceu o número hóspedes, o número de dormidas, mas também os proveitos gerados, embora a um ritmo muito menor do que no ano anterior.
"Os resultados preliminares de 2024 apontam para 31,6 milhões de hóspedes (+5,2%) e 80,3 milhões de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico", refere o INE, apontando para um aumento de 4% nas dormidas que traduz um crescimento de 2,4% nos residentes e de 4,8% nos não residentes.
Estes hóspedes "terão permitido gerar 6,7 mil milhões de euros de proveitos totais e 5,1 mil milhões de euros de proveitos de aposento", acrescenta. Trata-se de um aumento de 10,9% face a 2023, em ambos os indicadores. É um aumento acentuado, mas que fica bastante aquém do registado no ano anterior.
Segundo o INE, face a 2023, ano em que os proveitos totais aumentaram 20,0% e os proveitos de aposento subiram 21,4%, "registou-se um abrandamento do ritmo de crescimento".
Ilhas lideram crescimento das receitas
"No conjunto do ano de 2024, os proveitos aumentaram em todas as regiões" do país, sublinha o INE. Contudo, houve regiões que se destacaram positivamente face a outras, com destaque as ilhas.
Os crescimentos mais expressivos foram registados "nas Regiões Autónomas dos Açores (+20,2% nos proveitos totais e +22,0% nos de aposento) e da Madeira (+15,3% e +16,3%, pela mesma ordem)", diz o INE.
Lisboa concentra as dormidas
Ainda que tenham sido as ilhas a destacarem-se nos proveitos, nas dormidas a capital portuguesa manteve a liderança. "O município de Lisboa concentrou 19,6% do total de dormidas, atingindo 15,7 milhões (+3,6%). As dormidas de residentes diminuíram 0,8% e as de não residentes cresceram 4,4%. Este município concentrou 23,9% do total de dormidas de não residentes em 2024 (24,0% em 2023)", diz o INE.
"Albufeira manteve-se como segundo município com maior número de dormidas (7,7 milhões de dormidas, peso de 9,6%), apesar de ter registado um decréscimo de 0,7% e de se ter mantido abaixo dos valores pré-pandemia (-9,5% face a 2019)", seguindo-se o Funchal (6,3 milhões de dormidas, peso de 7,8%) e o Porto, com o mesmo número de dormidas.
"Em 2024, os 10 municípios com maior número de dormidas concentraram 60,0% do total das dormidas. Neste conjunto de municípios, concentraram-se 35,0% das dormidas de residentes e 70,6% das dormidas de não residentes", acrescenta o INE.
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