Turismo gera 5,7 mil milhões de proveitos totais com procura de residentes em setembro
Os residentes em Portugal estão a escolher passar férias 'cá dentro', impulsionando os ganhos das dormidas, revertendo a tendência que tinha vindo a crescer nos últimos anos.
O setor do turismo gerou um total de 840,1 milhões de euros em proveitos totais no mês de setembro, representando um aumento homólogo de 5,6% e de 4,5% face ao mês anterior. Este valor elevou os proveitos até setembro para um total de 5.735,5 milhões de euros, significando um crescimento de 7,6%.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) adiantam que os proveitos de dormidas atingiram os 659,1 milhões de euros em setembro, um aumento de 5,8% face a igual período do ano anterior, atingindo um total acumulado de 4.440,1 milhões de euros, um salto de 7,4% face a 2024.
O órgão estatístico assegura que estes proveitos subiram à boleia dos residentes em Portugal, especificamente em termos de dormidas. Com um total de 8,5 milhões de dormidas em setembro, efetuados por 3,3 milhões de hóspedes, o INE destaca que para o ligeiro aumento de 0,7% das dormidas "contribuíram apenas os residentes, cujas dormidas cresceram 5,6%, atingindo 2,5 milhões de euros, enquanto as dormidas dos não residentes registaram uma diminuição de 1,2%, totalizando 6 milhões".
"A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (28,6% dos proveitos totais e 29,8% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (27,7% e 27,0%, respetivamente) e do Norte (16,0% e 16,4%, pela mesma ordem)", aponta o INE.
Já os acréscimos mais expressivos foram na Madeira (+16,7% nos totais e +19% em aposento) e no Alentejo (+13,2% nos totais e +16,7% em aposento), com a Grande Lisboa apresentar um crescimento mais modesto.
Isto significa que os residentes em Portugal estão a prolongar a época alta, fugindo dos elevados preços de agosto. Ainda assim, o rendimento médio por quarto disponível fixou-se em 99,2 euros em setembro, um aumento de 2,8% face a setembro de 2024 e um rendimento médio por quarto ocupado de 143,1 euros, mais 3,9% que no ano passado.
Contudo, mesmo com os valores a subir, o INE aponta que a taxa de ocupação por cama caiu 1,4 pontos percentuais (p.p.) para 56,4%, enquanto a taxa de ocupação por quarto caiu para 69,3%, numa descida de 0,8 p.p..
Apesar da fuga notória dos mercados externos, que o organismo estatístico já tinha evidenciado em agosto, apenas o mercado alemão cresceu entre os 10 principais. Este mercado cresceu 3,1% face a setembro do ano passado e 1,9% em relação a agosto, aumentando a sua presença, mesmo com a crise a sentir-se na economia alemã.
O mercado britânico caiu 6,1% face ao mês homólogo, com a quebra face a agosto a ser mais assentuada e na ordem dos 2%. Também o mercado norte-americano, que já possui uma quota de 10,9% e é o terceiro maior mercado emissor para Portugal, apresentou um decréscimo homólogo de 0,4%, ainda que tenha mostrado um aumento de 8,6% em relação ao mês anterior, registando o seu segundo recuo desde março de 2021.
Madeira continua em destaque
Os residentes em território nacional optaram por visitar a Madeira durante o mês de setembro. Com um total de 174,8 mil dormidas - ainda que longe de regiões como o Norte ou a Grande Lisboa -, as pernoitas dos residentes na Região Autónoma da Madeira cresceram 36,3% face ao período homólogo.
Os residentes escolheram ainda o Alentejo e o Oeste e Vale do Tejo para dormir no mês de setembro, registando aumentos de 9,7% em ambas as regiões.
Contudo, os turistas fugiram da Madeira, verificando-se uma quebra de 3,4% nas dormidas face ao período homólogo. Ainda assim, o número de dormidas ascendeu a 731,8 mil. Os não residentes escolheram aumentar as visitas em apenas três regiões: o Alentejo, num aumento de 5,2%, e o Norte, com um crescimento de 2,9%, e a Península de Setúbal, numa subida de 1,9%.
Quando analisadas as dormidas gerais - combinando residentes e não residentes - os maiores aumentos foram sentidos no Alentejo, com um crescimento de 8%, e na Península de Setúbal, num acréscimo de 3,6%. Ainda assim, as regiões com o maior número de dormidas em setembro foram o Algarve (2,3 milhões) e a Grande Lisboa (1,8 milhões).
Mais lidas
 
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                             
                         
                     
                                         
                             
                             
                             
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                     
                                    