Ups: Empresários do Minho investem na reabertura do antigo maior Pacha do mundo
Considerada em 1999 uma das 21 melhores discotecas do mundo pela revista britânica Musik, o gigante Pacha Ofir, mergulhado no pinhal de Esposende, que esteve fechado sete anos, volta ao ativo como Ups Ofir pelas mãos de dois empresários de Braga e três de Guimarães.
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“Sabia que há um Pacha que foi abandonado? Não é um Pacha qualquer, é o maior do mundo. Localizado em Ofir, no Norte de Portugal. Fechou as portas há sete anos. Mas antes disso, era lendário. Os melhores DJs de todo o mundo tocaram lá: Carl Cox, Marco Carola, Black Coffee”, lembrava uma publicação enigmática que surgiu a 20 de abril no Instagram.
“Um clube com capacidade para 10 mil pessoas. Cinco pistas de dança diferentes. Um restaurante. E tudo isso escondido no fundo de uma floresta, bem ao lado da praia. Fomos à procura dele. E o que encontrámos nos deixou sem palavras. O verdadeiro templo da música. E está parado. Mas não por muito tempo”, prometia o vídeo promocional.
Inaugurada a 13 de agosto de 1992 pelo empresário José Manuel Vieira, o Pacha Ofir foi o primeiro franchising da marca fora de Espanha, tendo em 1999 sido considerada uma das 21 melhores discotecas do mundo pela revista britânica Musik.
Após sete anos encerrado, o espaço vai reabrir, este sábado, 5 de julho, após obras de requalificação, num investimento da ordem dos 350 mil euros de cinco empresários do Minho – João Rodrigues e Nuno Pontes, de Braga, e Pedro Lobo, Pedro Oliveira e Marco Gomes, de Guimarães.
O gigantesco espaço de diversão noturna renasce agora, mas rebatizado como Ups Ofir, fazendo assim ressuscitar a marca “Ups”, criada por João Rodrigues e Nuno Pontes na década passada e que era o nome de um clube privado que funcionou no antigo Pacha Ofir entre 2010 e 2015.
O dono do imóvel e José Manuel Vieira, o primeiro franchisado do Pacha
“O antigo Pacha Ofir encerrou atividade e a marca Pacha Portugal, que pertencia ao empresário José Manuel Vieira, não está envolvida na nova fase. O imóvel continua a pertencer a José Manuel Vieira, mas foi tomada uma decisão conjunta de não continuar com a marca Pacha e seguir com um novo projeto e identidade”, explica João Rodrigues ao Negócios.
“O José Vieira foi o primeiro franchisado da marca Pacha no Mundo. Já há alguns anos que o mesmo tinha o espaço alugado e, entretanto, na altura do covid não renovou com o anterior inquilino”, conta Nuno Pontes, lembrando que, “mais recentemente a marca (mundial) Pacha foi vendida a um fundo e os contratos foram todos revistos. Decidimos não avançar por agora com o franchising da marca”, afirma.
Guiados “por uma amizade inquebrantável e uma mentalidade empreendedora”, Rodrigues e Pontes, juntamente com os seus três amigos vimaranenses, decidiram dar uma nova vida ao local onde funcionava o mítico Pacha Ofir, um espaço que marcou várias gerações e que agora renasce com um novo conceito e visando redefinir a vida noturna da região.
“A vontade de recuperar e reinventar uma memória coletiva ligada ao antigo Ups e ao legado do Pacha Ofir” nortearam o consórcio minhoto nesta nova aventura empresarial.
“Pretendemos ser uma referência da noite portuguesa com um conceito mais intimista, seletivo e imersivo. O projeto junta cinco amigos com paixão pela cultura da noite e desejo de transformar o Ups numa experiência inovadora”, promete Nuno Pontes.
“Queremos que o Ups Ofir se afirme como um dos principais motores culturais da região Norte, colocando Esposende no circuito nacional e internacional da vida noturna no Verão”, sinaliza João Rodrigues, enfatizando que “o objetivo é valorizar o território, atrair novos públicos e criar impacto real — tanto na dinamização da economia local como na afirmação da identidade de Esposende como destino vibrante e sofisticado”.
Faturar dois milhões de euros até 20 de setembro com 120 trabalhadores
O Ups Ofir, que vai gerar “a criação de 120 postos de trabalho”, tem capacidade para cerca de 3.500 pessoas, inserido num terreno com 95 mil metros quadrados, sendo cerca de cinco mil de área coberta. Terá dois espaços de dança (interior e exterior) e um restaurante.
“Toda a arquitetura de interiores foi remodelada, incorporando tons, texturas e materiais de inspiração marroquina, criando um ambiente moderno, exótico e envolvente”, destaca Pontes.
O Ups Ofir vai funcionar durante os meses de verão, entre as 23 e as 6 horas, e em épocas festivas, como o Halloween, passagem de ano e Carnaval.
Até 20 de setembro, os cinco sócios do Ups Ofir preveem faturar “cerca de dois milhões de euros”.
Rodrigues e Pontes têm 39 e 38 anos, respetivamente, e são sócios há 15 anos. Criaram o Camada Francesinhas em 2018, mas já eram “sócios em projetos ligados a bares e discotecas desde adolescentes”.
Abriram o primeiro restaurante Camada em Barcelos e rapidamente perceberam o potencial do negócio, “visto que esta é uma das sandwiches mais vendidas no mundo e que poderiam levar o melhor da gastronomia portuguesa para fora”, sustenta Rodrigues.
Contam atualmente com 16 restaurantes – o último, inaugurado há poucos dias, no Amoreiras, é o primeiro espaço do Camada num centro comercial em Lisboa.
São também os criadores dos espaços de diversão Bicau e Numau, em Braga.
E estão agora com novos projetos ligados ao setor imobiliário, entre os quais uma residência universitária para estudantes em Braga.
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