Para Ursula von der Leyen, Meloni é fixe
No terceiro e derradeiro debate entre os candidatos à presidência da Comissão, von der Leyen considerou a líder dos Irmãos de Itália como pró-europeia, anti-Putin e defensora do estado de direito.
Ursula von der Leyen, a candidata do Partido Popular Europeu à reeleição como presidente da Comissão Europeia, declarou esta quinta-feira estar disposto a trabalhar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni na legislatura que sairá das eleições para o Parlamento Europeu.Falando no terceiro e derradeiro debate entre os candidatos à presidência da Comissão, von der Leyen considerou a líder dos Irmãos de Itália como pró-europeia, anti-Putin e defensora do estado de direito.A conservadora alemã disse que a manter-se a linha política que Meloni tem prosseguido desde que assumiu a chefia do governo de Roma, em outubro de 2022, será possível manter a "boa cooperação" existente entre as duas.Von der Leyen adiantou apresentará uma proposta a Meloni, após as eleições de junho, bem como a todos os eurodeputados "pró-europeus, pró-Ucrânia e pró-Estado de Direito".A candidata do maior partido europeu, em que se filiam o PSD e o CDS, excluiu a possibilidade de cooperar com outros partidos de direita radical e extrema-direita, nomeadamente a Convergência Nacional da francesa Marine Le Pen, por "pretenderem destruir a União Europeia".Von der Leyen escusou-se a comentar as políticas restritivas de direitos dos LGTBIQ+ adotadas pelo executivo de Roma, limitando-se a dizer que a sua abordagem "é completamente diferente".
O luxemburguês Nicolas Schmit, candidato do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, segunda maior força no Parlamento Europeu que conta com o PS, classificou os partidos ultraconservadores e de extrema-direita congregados nos Grupos Conservadores e Reformistas Europeus (a que pertencem os Irmãos de Itália e a que aspira o Chega) e o Identidade e Democracia como "não-democráticos".
O atual Comissário do Emprego e Direitos Sociais declarou que todos eles "se dedicam à desinformação e a atacar os direitos das mulheres e a liberdade de imprensa".
Schmit recusou qualquer aliança ou acordo com a extrema-direita, afirmando que "em certos temas precisamos de clareza e não de ambiguidade", enquanto Sandro Gozi, o liberal italiano representante do
Os cinco candidatos mostraram-se de acordo quanto à necessidade de controlo das grandes plataformas digitais manifesta na entrada em vigor este ano da Lei dos Mercados Digitais e dos Serviços Digitais e expressaram apoio genérico a políticas de transição ecológica que não prejudiquem os interesses dos agricultores europeus.
O comunista Baier defendeu a regulamentação pela União Europeia do preço da habitação residencial, proibindo despejos da residência principal, e o liberal Gosi frisou ser necessário aumentar o orçamento da agricultura para enfrentar o futuro alargamento da União.
A ecologista Reintke recusou qualquer "retorno à austeridade", cabendo a Von der Leyen apelar a um melhor acesso aos mercados de capitais e à formação profissional e a Schmit expressar urgência na redução da pobreza.
No debate transmitido pela
Em função dos resultados das eleições que terão lugar entre 6 e 9 de junho e nas quais votam quase 400 milhões de cidadãos os partidos europeus irão negociar entre si quem presidirá à Comissão, as pastas dos comissários e a presidência do Conselho.
A presidência da Comissão Europeia – que integra 27 membros, um por cada país – é escolhida pelos chefes de estado e governo e implica, ainda, o voto favorável da maioria dos 720 eurodeputados.
A presidência da Comissão Europeia – que integra 27 membros, um por cada país – é escolhida pelos chefes de estado e governo e implica, ainda, o voto favorável da maioria dos 720 eurodeputados.
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