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MBA, mestrado ou uma formação para executivos?

Num xadrez complicado, onde a oferta se conta por mais de uma centena de opções, a escolha não é fácil

27 de Setembro de 2010 às 07:00

Formação | A escolha depende da licenciatura, das funções e das expectativas.

Tendo como clientes-alvo quadros médios e superiores já com alguns anos de experiência profissional e que procuram novos conhecimentos, novas competências, ou até uma actualização do que aprenderam na licenciatura, os cursos de formação para executivos concorrem directamente com os MBA e algumas pós-graduações e mestrados executivos. Mas qual será, afinal, a melhor das opções?

De fora, logo à partida, estão os chamados mestrados curriculares, que complementam a licenciatura. "À luz do acordo de Bolonha, os alunos fazem agora um mestrado na sequência de uma licenciatura. Esta solução é uma forma diferente de assegurar uma formação de base, tal como antes sucedia com as licenciaturas mais longas, o que significa que o mestrado é frequentado por alunos sem experiência profissional. Neste sentido, não se confunde com qualquer programa para executivos, ou mesmo com o MBA", explica Luís Cardoso, director da Católica Lisbon Executive Education.

"Os objectivos, a abordagem e a experiência de formação são necessariamente distintos, quando os destinatários são quadros com experiência profissional, como acontece na formação de executivos", completa Ana Paula Serra, da direcção da EGP - University of Porto Business School.

"Por seu lado, um MBA ou outro tipo de mestrados 'post-experience' tem em vista assegurar uma formação aprofundada e avançada, que pode ter um cariz mais generalista (exemplo dos engenheiros que ambicionam uma carreira executiva e fazem um MBA), ou incidir mais especificamente numa área de conhecimento.

Estes cursos são de duração muito longa, implicam uma avaliação formal, rigorosa e sistemática e a maioria dos seus participantes tem já uma relevante experiência profissional, embora ainda numa faixa etária relativamente jovem, de 25 a 35 anos", completa Luís Cardoso.

Na formação de executivos, "a duração dos programas é mais reduzida, poderá ou não existir avaliação e os participantes são usualmente mais experientes (30 a 50 anos), procurando adquirir competências mais estratégicas, associadas à sua evolução na carreira, beneficiar da riqueza de experiências dos colegas e aprofundar conhecimentos em áreas específicas", avança Luís Cardoso, que na Católica tem também a responsabilidade pela coordenação do Programa Avançado de Gestão para Executivos (PAGE).

Face a outros tipos de oferta, num curso de formação para executivos "a componente prática é, em princípio, superior e a carga horária é inferior. Além disso, não é exigido que os alunos sejam possuidores do grau de licenciatura, enquanto no mestrado e na pós-graduação é (excepto se tiverem um currículo profissional relevante e mesmo assim, muitos candidatos que não têm grau ficam seriados no fim da lista acabando normalmente por ficar excluídos por falta de vaga)", refere Alzira Maria Ascensão Marques, coordenadora na área de Marketing na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria.

Quem se candidata a um programa de formação, seja ele qual for, deve pensar qual o modelo que melhor se adapta ao fim que pretende atingir, sugere Eugénio Viassa Monteiro, presidente do conselho académico da AESE.

Ana Paula Serra, da EGP, adianta que "os cursos de pós-graduação em gestão e os MBA são também cursos de formação de executivos, oferecidos a quadros e executivos em diferentes fases da sua vida profissional. Os cursos de formação de executivos 'tout-court' têm, porém, objectivos, formatos e duração distintos. Um Curso de Geral de Gestão, por exemplo, é recomendado a um quadro júnior sem formação de base nas áreas da gestão. Já um Curso de Estratégia ou Liderança, é desenhado para quadros mais seniores, potencialmente com formação prévia de MBA, com responsabilidades na definição dos destinos da empresa".

Todas as opções têm vantagens, garante Pedro Silva, presidente do Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior. "O grave seria considerar que uma licenciatura é um ponto de chegada quando ela é, de facto, um ponto de partida, um passaporte para o mercado de trabalho".

A escolha em concreto do tipo de formação depende da formação-base do licenciado (gestão ou outra), das suas funções (mais ou menos técnicas) bem como das suas expectativas profissionais (possibilidade de ter novas responsabilidades no futuro e quais), conclui Pedro Silva.

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