Os efeitos perversos do dinheiro barato, segundo o BIS

Os bancos centrais mundiais têm inundado o mercado de dinheiro barato para tentarem puxar pela economia. Mas a medida tem efeitos perversos, especialmente para o sector financeiro.
mario draghi
Reuters
Paulo Moutinho 26 de Junho de 2016 às 18:19

O Bank for International Settlements (BIS - Banco de Pagamentos Internacionais) defende que estão a ser cometidos excessos nas políticas monetárias dos vários bancos centrais mundiais. O dinheiro muito barato tem efeitos. A banca fica numa situação complicada, mas os investidores também são tentados a assumir maiores riscos.

PUB

 

Com o custo do dinheiro tão perto de zero, a rentabilidade e a solidez dos bancos tem sido posta em causa, reduzindo a capacidade de o sector financeiro emprestar dinheiro à economia, alerta o banco central dos bancos centrais do seu 86º relatório anual, citado pela Bloomberg.

PUB

 

Vários bancos na Zona Euro têm tido enormes dificuldades em aumentarem as suas receitas com o Banco Central Europeu com juros abaixo de zero, isto numa altura em que os reguladores exigem maiores rácios de capitais e a volatilidade nos mercados afasta os investidores.

PUB

 

"É muito melhor para os bancos terem fortes rácios de capital porque isso permite-lhes concederem mais crédito à economia, puxando pela economia real", do que haver políticas monetárias com taxas extremamente baixas, diz Hyun Song Shin, responsável pelo "research" do BIS.

PUB

 

Investidores em risco

 

PUB

Estas taxas de juro muito baixas afectam a banca, com reflexos negativos na economia real, mas também castigam os investidores. Com os activos mais conservadores a apresentarem retornos nulos, há uma maior propensão para apostas mais arriscadas que promovem maior volatilidade nos preços dos activos.

 

"O desconforto [dos investidores com as variações no valor dos activos], associado aos receios em torno das perspectivas para o crescimento da economia global, resultam muitas vezes em vendas generalizadas e faz disparar a volatilidade nos mercados", alerta o relatório anual do BIS.

PUB
Pub
Pub
Pub