Os efeitos perversos do dinheiro barato, segundo o BIS
O Bank for International Settlements (BIS - Banco de Pagamentos Internacionais) defende que estão a ser cometidos excessos nas políticas monetárias dos vários bancos centrais mundiais. O dinheiro muito barato tem efeitos. A banca fica numa situação complicada, mas os investidores também são tentados a assumir maiores riscos.
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Com o custo do dinheiro tão perto de zero, a rentabilidade e a solidez dos bancos tem sido posta em causa, reduzindo a capacidade de o sector financeiro emprestar dinheiro à economia, alerta o banco central dos bancos centrais do seu 86º relatório anual, citado pela Bloomberg.
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Vários bancos na Zona Euro têm tido enormes dificuldades em aumentarem as suas receitas com o Banco Central Europeu com juros abaixo de zero, isto numa altura em que os reguladores exigem maiores rácios de capitais e a volatilidade nos mercados afasta os investidores.
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"É muito melhor para os bancos terem fortes rácios de capital porque isso permite-lhes concederem mais crédito à economia, puxando pela economia real", do que haver políticas monetárias com taxas extremamente baixas, diz Hyun Song Shin, responsável pelo "research" do BIS.
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Investidores em risco
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Estas taxas de juro muito baixas afectam a banca, com reflexos negativos na economia real, mas também castigam os investidores. Com os activos mais conservadores a apresentarem retornos nulos, há uma maior propensão para apostas mais arriscadas que promovem maior volatilidade nos preços dos activos.
"O desconforto [dos investidores com as variações no valor dos activos], associado aos receios em torno das perspectivas para o crescimento da economia global, resultam muitas vezes em vendas generalizadas e faz disparar a volatilidade nos mercados", alerta o relatório anual do BIS.
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