Resultados das tecnológicas "pulverizam". Receios do mercado "totalmente infundados”

Os investidores entraram na “earnings season” com “cautela”, disse o estratega-chefe do Banco de Investimento Global (BiG), mas os resultados trimestrais das “sete magníficas” acabaram por surpreender. E a valorização pode não ficar por aqui.
Resultados das tecnológicas "pulverizam". Receios do mercado "totalmente infundados”
Bárbara Cardoso e Diogo Mendo Fernandes 02 de Junho de 2025 às 15:37

A “earnings season” em Wall Street está praticamente na reta final e os resultados surpreenderam os investidores, apesar da grande onda de incerteza vivida nos últimos meses devido ao “Dia da Libertação” e ao possível efeito das tarifas “muito agressivas” de Donald Trump .  

E as “Sete Magníficas” (Apple, Amazon, Alphabet, Meta Platforms, Nvidia, Tesla e Microsoft) não ficaram de fora - aliás, “estas empresas pulverizaram”, disse João Lampreia, estratega-chefe do Banco de Investimento Global (BiG), em entrevista ao programa do Negócios no Now. 

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Perante o sentimento de cautela com que a época de resultados arrancou – devido também ao “choque” que a DeepSeek provocou no setor das tecnológicas e da inteligência artificial -, “esse pior receio de expectativas foi totalmente infundado”, considerou o analista.  

Os lucros do índice de referência norte-americano, o S&P 500, cresceram cerca de 9% e os das “Sete Magníficas” subiram quase 30%. Mas há uma “maçã podre” no cesto: a Tesla, cujos resultados não animaram o mercado.  

As “big tech”, após dois anos de fortes valorizações, têm registado um abrandamento nos últimos meses, que João Lampreia acredita que se trate apenas de uma mudança de curto prazo e de posicionamento dos investidores. 

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“Aliás, as tecnológicas, neste momento, estão cerca de 6% abaixo do máximo de fevereiro, antes do ‘Liberation Day’. O S&P 500, como se sabe, já está ‘year to date’ positivo, portanto, estas ficaram para trás” em relação às restantes empresas do "benchmark” dos EUA, explica. O estratega do BiG acredita que a tendência de recuperação das tecnológicas “tende a moderar”, mas diz que “o lastro ainda não está perdido” e que ainda há espaço para maior crescimento.  

O que se espera para o segundo trimestre de resultados? 

Se nos relatórios de contas do primeiro trimestre as empresas registaram um “pick-up” das encomendas em antecipação à subida de preços dos produtos, efeito das tarifas de Donald Trump, o segundo trimestre é, para já, “difícil” de prever. “É de facto, incerto perceber a dimensão final do pacote tarifário, mas obviamente terá um impacto necessariamente negativo e a expectativa é que os ‘earnings’ poderão vir a cair entre 5% a 10% nos cenários menos ou mais pessimista”, afirmou João Lampreia. 

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