Taxas negativas no Japão congelam mercado interbancário
O Banco do Japão foi último banco central a adoptar taxas de juro negativas. Juntou-se, assim, a instituições como o Banco Central Europeu e o Banco Nacional da Suíça, na adopção de medidas não convencionais, de modo a impulsionar a inflação. Um objectivo que quer alcançar através da maior concessão de crédito pelos bancos. Mas isso parece não estar a acontecer.
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Há precisamente um mês, a instituição liderada por Haruhiko Kuroda colocou a taxa de referência em -0,1%. Desta forma, passou a cobrar aos bancos pelos depósitos que estes efectuem no Banco do Japão. O esquema é em tudo semelhante ao adoptado pelo BCE: para não pagar juros ao banco central, as instituições financeiras tenderão a conceder mais crédito a famílias e empresas, de modo a estimular o consumo, o investimento e, assim, a inflação.
O problema é que, desde a adopção da medida, o efeito parece estar a ser exactamente o oposto. Segundo os dados da Bloomberg, a negociação interbancária no Japão afundou mais de 77% para 4,8 biliões de ienes (cerca de 39 mil milhões de euros), desde o anúncio da decisão. Este é o valor mais baixo em pelo menos 23 anos.
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Esta evolução reflecte que a liquidez que os bancos japoneses estão, actualmente, dispostos a emprestar entre si é muito inferior. Um sinal de que este canal de transmissão da política monetária do Banco do Japão terá sido abruptamente interrompido, pondo em causa os estímulos à economia e, assim, à recuperação da inflação. Em Janeiro, esta caiu para 0%.
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