Acordo comercial divide Wall Street. S&P 500 e Nasdaq atingem máximos históricos

Apesar de o acordo comercial ter dado um pontapé de saída fraco para uma semana que se avizinha crítica para as ações norte-americanas, há novos recordes em Wall Street.
AP
Ricardo Jesus Silva 28 de Julho de 2025 às 21:18

O acordo comercial alcançado entre os EUA e a União Europeia (UE) não foi suficiente para animar os investidores. Os principais índices norte-americanos encerraram a primeira sessão da semana divididos entre ganhos e perdas, isto depois de tanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite até terem arrancado a negociação em novos máximos históricos.

Apesar de o S&P 500 ter negociado uma boa parte da sessão no vermelho, o "benchmark" para a negociação norte-americana conseguiu inverter o sentimento na reta final, valorizando 0,02% para 6.389,77 pontos e registando um novo recorde de fecho. Já o industrial Dow Jones caiu 0,14% para 44.837,56 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,33% para 21.178,58 pontos. Tanto o S&P 500 como o Nasdaq atingiram máximos históricos de 6.401,07 e de 21.202,18 pontos, respetivamente. 

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Este acordo é mais um numa série de compromissos comerciais que os EUA têm conseguido alcançar com uma série de países. Os exemplos mais recentes, além da UE, passam pelo Japão e pela Indonésia, mas avizinha-se um novo acordo no horizonte, com Washington e Pequim a retomarem negociações em Estocolmo, na Suécia. "É ainda muito cedo para avaliar o efeito a longo-prazo desta tarifas. Mas este resultado é melhor do que a alternativa - por isso, espero [que os acordos] continuem a chegar". 

Os avanços comerciais dão, assim, o mote para uma semana que pode ser crítica para as ações norte-americanas. Quatro das "Sete Magníficas" vão juntar-se à e à e revelar as suas contas referentes ao segundo trimestre do ano, isto depois de a dona do Google ter animado os mercados com um aumento substantivo no investimento em inteligência artificial e a fabricante de carros elétricos ter revisto em baixa as suas expectativas em relação ao resto de 2025. 

Esta época de resultados tem-se demonstrado particularmente resiliente. Apesar de toda a indefinição introduzida pela política comercial da administração Trump no segundo trimestre do ano, 82% das empresas que já apresentaram contas ao mercado conseguiram bater as projeções dos analistas - um resultado que, a manter-se, marcará o melhor trimestre em quase quatro anos para as companhias norte-americanas. 

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No radar está ainda a reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Apesar de os investidores estarem quase certos que o banco central vai deixar as taxas de juro no mesmo nível (entre 4,25% e 4,5%), existe grande antecipação em torno das palavas do presidente da autoridade monetária, que deve dar pistas aos mercados sobre o impacto das tarifas na economia dos EUA. Mesmo com as pressões de Donald Trump para flexibilizar a política monetária, a Fed só deverá avançar com um corte em setembro. 

No meio de toda esta antecipação, há ainda a avaliar a evolução do indicador preferido do banco central para medir a inflação - o índice de preços com despesas no consumo pessoal (PCE). Em maio, o índice acabou por acelerar de 2,2% para 2,3% e espera-se que a tendência de subida se mantenha, com o PCE a acelerar em termos homólogos para 2,5% em junho. 

Entre as principais movimentações de mercado, a Nike disparou 3,89%, mesmo depois de o JP Morgan ter revisto a recomendação da fabricante de artigos de desporto de "vender" para "manter". Já a Tesla saltou 3,02%,  

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