Buffett “desapontado” com cisão da Kraft Heinz. Ações afundam mais de 7%
Warren Buffett está desiludido com o anúncio de que a multinacional norte-americana Kraft Heinz vai reverter a fusão de 46 mil milhões de dólares que há 10 anos juntou as duas marcas do ramo alimentar – e cujo queijo de barrar Philadelphia e o ketchup estão entre os seus produtos icónicos. O célebre investidor e fundador da Berkshire Hathaway foi um dos “cérebros” da fusão de ambas as empresas em 2015 e agora vê esse casamento cair por terra.
A Kraft Heinz tem tido uns anos complicados – e um dos reflexos da situação difícil que vive está no facto de o próprio Buffett ter anunciado este ano que estava a pensar vender parte das ações que a sua holding ali detém, depois de ter reconhecido imparidades nas suas próprias contas devido aos maus resultados da multinacional da alimentação. Ainda assim, aquele que é conhecido como “Oráculo de Omaha” – em referência à cidade onde vive e onde fica a sede da Berkshire – não desistiu de estar investido na empresa, continuando a ser o seu maior acionista, com 27,5% do capital.
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Agora, com esta divisão anunciada, fica em aberto qual será o seu posicionamento no capital acionista – bem como o de Greg Abel, que tomará posse como novo CEO em janeiro de 2026. Warren Buffett, recorde-se, anunciou em maio que deixará no final deste ano a presidência executiva do conglomerado – mas manter-se-á como “chairman” e continuará a dar os seus preciosos conselhos.
Em declarações à CNBC, Buffett disse estar “desapontado”. No seu entender, afinal a fusão das duas empresas não terá sido “uma ideia brilhante”, mas Buffett considera que dividir uma empresa não será a solução para os seus problemas.
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O plano de separar a empresa em duas entidades independentes de capital aberto, por via de uma cisão isenta de impostos, foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração. “As marcas da Kraft Heinz são icónicas e adoradas, mas a complexidade da nossa atual estrutura complica a eficaz alocação de capital, a priorização de iniciativas e a escalabilidade das nossas áreas mais promissoras", explicou o “chairman” da multinacional, o português Miguel Patrício – e que já tinha assumido o cargo de CEO entre junho de 2019 e dezembro de 2023.
O mercado também parece não ter gostado muito do anúncio e a Kraft Heinz segue a afundar 7,17% na Bolsa de Nova Iorque, para 25,96 dólares.
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