Euforia em Wall Street. Principais índices atingem novos máximos históricos
É um novo dia de recordes para Wall Street. Depois de na sessão anterior tanto o S&P 500 como o Nasdaq Composite terem tocado em valores nunca antes vistos, esta quinta-feira também o Dow Jones juntou-se à euforia e alcançou, em conjunto com os outros dois índices, novos máximos históricos. O "rally" justifica-se com a consolidação das expectativas em torno de uma retoma na política de flexibilização monetária por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana, num dia em que foi conhecida a evolução da inflação referente ao mês de agosto - que ficou dentro das expectativas.
Apesar de ter atingido máximos de sete meses, demonstrado já o impacto inicial das tarifas da administração Trump, o índice de preços no consumidor (IPC) nos EUA acabou por ficar em linha com o que já se esperava. O indicador acelerou para 2,9% em termos homólogos, depois de se ter situado em 2,7% no mês anterior. Os investidores estiveram ainda atentos a uma nova leitura em relação ao mercado laboral norte-americano, com os pedidos de subsídio de desemprego a atingirem máximos de quase quatro anos na semana passada e a darem força à narrativa de que o emprego está estagnado no país.
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Neste contexto, o S&P 500 acelerou 0,85% para 6.587,47 pontos, tendo chegado a tocar num recorde de 6.592,89 pontos durante a sessão. Também o tecnológico Nasdaq Composite atingiu um novo máximo histórico nos 22.059,71 pontos, encerrando a negociação com uma valorização de 0,72% para 22.043,07 pontos, ao mesmo tempo que o industrial Dow Jones subiu 1,36% para 46.108,00 pontos - tocando pela primeira vez na história nos 46.137,20 pontos.
"A inflação tem sido persistente. Quer lhe chamemos estagflação ou não, estamos num período incomum em relação aos últimos anos, já que o mercado de trabalho está a desacelerar consideravelmente, enquanto a inflação não segue o mesmo caminho", explica Atsi Sheth, diretor de crédito da Moody's Ratings, à Reuters. Sheth considera que a Fed vai avançar com um corte de 25 pontos base na próxima semana e proceder com mais um alívio na mesma magnitude até ao final do ano.
O mercado de "swaps" acompanha a visão do diretor de crédito da Moody's, embora veja uma probabilidade (ínfima) de 7% do banco central dos EUA avançar com um corte "jumbo", ou seja, de 50 pontos base, já na próxima reunião que acontece entre os dias 16 e 17 de setembro. Este cenário ganhou alguma força com uma série de dados que apontam para um mercado laboral em rápido desaceleramento - em agosto, foram criados apenas 22 mil empregos, abaixo da previsão de 75 mil.
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Entre as principais movimentações de mercado, a Tesla saltou 6,04% para 368,81 dólares, dando força ao "rally" do S&P 500 e do Nasdaq. Já a Micron Technology disparou 7,55% para 150,57 dólares, após o banco norte-americano Citi ter revisto em alta o preço-alvo da empresa de 150 para 175 dólares.
Já a Oracle, que na sessão passada acelerou quase 36% e fez de Larry Ellison o homem mais rico do mundo (título que entretanto já perdeu novamente para Elon Musk), recuou 6,23% para 307,86 dólares. A tecnológica prevê que as receitas do negócio da "cloud" excedam 500 mil milhões de dólares até ao final do ano, uma previsão alimentada pela euforia em torno da inteligência artifical e pelo crescimento da infraestrutura tecnológica que a acompanha.
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