Tecnológicas voltam a derrubar Wall Street e põem "rally" do Pai Natal em xeque

Apesar de até terem arrancado a sessão em alta, os principais índices norte-americanos terminaram a negociação em território negativo, pressionados, mais uma vez, pelas quedas registadas no setor da tecnologia. Os investidores preparam, assim, as suas posições para uma semana repleta de dados económicos que vão permitir "medir o pulso" à maior economia do mundo e antecipar os próximos movimentos da Reserva Federal (Fed), após o corte de 25 pontos base nas taxas de juro na quarta-feira passada. 

O S&P 500 terminou a sessão com perdas de 0,16% para 6.816,51 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite caiu 0,59% para 23.057,41 pontos e o industrial Dow Jones cedeu 0,09% para 48.416,56 pontos. Os três índices já tinham encerrado a sessão de sexta-feira no vermelho, com perdas de cerca de 1%, pressionados pelas grandes desvalorizações de cotadas como a Oracle e a Broadcom, que reanimaram os receios de uma possível bolsa nas ações da inteligência artificial (IA) e põem em "xeque" o habitual "rally" do Pai Natal. 

"O otimismo do início da sessão esvaiu-se à medida que o 'sell-off' de sexta-feira se prolongou na sessão desta segunda-feira nos EUA", explica Chris Beauchamp, analista-chefe de mercados da IG, à Bloomberg. "Neste momento, a tentação de muitos investidores de proceder à tomada de mais-valias após uma recuperação tão forte desde abril deve ser irresistível, especialmente com tantos eventos macroeconómicos agendados para esta semana", acrescenta. 

Mesmo com a inflação a manter-se acima da meta de 2% da Fed, os mercados continuam a antecipar, pelo menos, dois cortes nas taxas de juro em 2026. O número pode vir a aumentar caso Donald Trump, Presidente dos EUA, nomeie Kevin Hassett para a liderança do banco central - conhecido por, tal como o republicano, apoiar uma maior flexibilização monetária. No entanto, o nome estará a causa algum desconforto no círculo próximo do Presidente, devido à proximidade de Hasset com Trump, diz a CNBC. 

Com a política monetária em foco, os investidores vão estar atentos a novos dados que vão permitir avaliar os próximos passos da Fed - pelo menos, até maio, quando Jerome Powell abandona a liderança do banco central. Na terça-feira, vão ser conhecidos os dados da criação de emprego referentes a outubro e novembro e, mais tarde na semana, vão ainda ser divulgados relatórios da atividade económica e inflação. 

Entre as principais movimentações, a Oracle continuou em queda (-2,57%), depois de ter perdido quase 16% do seu valor em bolsa nas últimas sessões. Já a Broadcom seguiu a mesma tendência, caíndo 5,59%, após ter desvalorizado mais de 11% só na sexta-feira, pressionada pelos comentários do seu CEO, Hock Tan, que revelou que a carteira de encomendas de produtos de IA para os próximos seis trimestres está nos 73 mil milhões de dólares - um número que desapontou os investidores.

Por sua vez, a Tesla acelerou 3,56% para 475,31 dólares, depois de o seu CEO, Elon Musk, ter revelado que a empresa já começou a testar os "robotáxis" sem monitores de segurança no banco do passageiro da frente. Já a iRobot afundou 72,69%, após ter declarado falência e anunciado a sua saída do Nasdaq, assim que o processo terminar.