Trump deita "mais lenha na fogueira" na guerra comercial e atira Wall Street para o vermelho
As bolsas norte-americanas acabaram por cair em território negativo nos últimos minutos da sessão, à exceção do industrial Dow Jones, isto depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter voltado a aumentar as tensões com a China. Trump escreveu, na rede social Truth Social, que o facto de a China não comprar soja a empresas norte-americanas é um "ato economicamente hostil" e que o país está propositadamente a não importar colheitas dos EUA.
O Presidente também disse que estava a considerar mais medidas comerciais contra a segunda maior economia do mundo, como retaliação, aumentando a aversão ao risco nos mercados financeiros.
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A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo parece assim prosseguir, isto já também depois depois de a China ter avisado que vai "lutar até ao fim" se a Casa Branca prosseguir com a tarifa de 100% sobre a importação de bens chineses. Os dois países começaram a cobrar taxas adicionais de empresas de transporte marítimo.
O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou mesmo que a China está a tentar prejudicar a economia global, atingindo as cadeias de abastecimento mundiais, já que o gigante asiático impôs controlos abrangentes de exportações sobre as terras raras e minerais críticos.
Neste contexto, o S&P 500 perdeu 0,16% para 6.644,31 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,76% para 22.2521,70 pontos. Já o industrial Dow Jones ganhou 0,4% para 46.270,46 pontos.
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Momentos antes, as bolsas americanas estavam a negociar em alta, isto depois de o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, ter admitido que ainda há preocupações relativamente ao mercado de trabalho dos EUA.
Apesar da paralisação do Governo norte-americano - que entra amanhã na terceira semana - ter suspendido os dados económicos oficiais, “as perspetivas para o emprego e a inflação não parecem ter mudado muito desde a reunião de setembro”, disse o número um da Fed. Assim, os investidores continuam confiantes numa descida da taxa de juro em 25 pontos-base na reunião do final do mês e outra ainda em dezembro. Sobre o "shutdown", os republicanos avisaram que poderá vir a ser o mais longo da história.
Sobre as ações, uma pesquisa realizada em outubro pelo Bank of America mostrou que 54% dos investidores afirmaram que as avaliações das tecnológicas parecem estar exageradas, com preocupações sobre os preços destes títulos, que também estão em níveis recorde. Ainda assim, alguns estrategas disseram que são esperados episódios de volatilidade nas atuais avaliações, mas o ambiente, em geral, continua favorável para as ações.
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A banca foi um dos grandes impulsionadores da sessão (antes das palavras de Trump), após alguns gigantes do mercado terem apresentado resultados "sólidos" no terceiro trimestre. Ainda assim, o Goldman Sachs perdeu cerca de 2% e o JPMorgan recuou 1,9%. Já o Citigroup subiu 3,9% e a BlackRock 3,4%. O Wells Fargo disparou mais de 7%.
O Dow Jones foi impulsionado pelas ações da Walmart, que subiram quase 5%, após a retalhista ter anunciado que estava em conversações para uma parceria com a OpenAI para permitir que clientes e membros do Sam's Club pudessem fazer compras através do ChatGPT. Também a Caterpillar subiu 4,5% após o JPMorgan ter revisto em alta o preço-alvo das suas ações.
Algumas das "sete magníficas" terminaram a sessão com perdas: a Amazon recuou 1,66% e a Nvidia tombou 4,4%. A Tesla caiu 1,5%.
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