Wall Street volta ao verde com época de contas a animar investidores

Os principais índices norte-americanos recuperaram completamente do "sell-off" registado na sessão anterior. Com as tensões comerciais em segundo plano, os investidores concentraram-se nos resultados trimestrais das empresas.
Wall Street, NYSE, bolsas
Seth Wenig / AP
Ricardo Jesus Silva 22 de Abril de 2025 às 21:07

Os principais índices norte-americanos encerraram a sessão desta terça-feira com nota positiva, numa altura em que as preocupações com uma guerra comercial, com a China à cabeça, parecem estar a ser apaziguadas e uma série de resultados trimestrais atrai as atenções dos investidores.

O S&P 500 terminou a negociação a ganhar 2,51% para 5.287,76 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avançou 2,66% para 39.186,98 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite subiu 2,71% para 16.300,42 pontos. Estes movimentos seguem-se a quedas abruptas na véspera, quando os ataques de Donald Trump a Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, puseram em causa a autonomia do banco central do país.

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"A principal preocupação que está a introduzir grande volatilidade no mercado é o que o futuro reserva e o impacto que as tarifas podem vir a ter na atividade futura", explica Bill Merz, analista do Bank Wealth Management, à Reuters. Esta incerteza levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a cortar as suas previsões de crescimento da economia norte-americana para apenas 1,8%.

No entanto, as palavras de Scott Bessent, o secretário do Tesouro dos EUA, deram algum alento aos investidores. O responsável afirmou, numa reunião à porta fechada, que o impasse nas tarifas com Pequim é insustentável e que espera um desanuviamento da situação, abrindo ainda mais a porta a negociações com a China. A segunda maior economia do mundo já tinha revelado que estava disposta a negociar com Washington, embora tenha imposto uma série de condições.

No campo dos resultados trimestrais, a Tesla dá o pontapé de saída à "earnings season" das "Sete Magníficas", numa altura em que os investidores procuram respostas sobre o que vão as empresas – principalmente as maiores – fazer para contornar o impacto das tarifas de Donald Trump.

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Em antecipação às contas dos primeiros três meses do ano, a Tesla valorizou 4,60% para 237,97 dólares, recuperando em parte das quedas do dia anterior e apesar de os resultados trimestrais da fabricante automóvel não se preconizarem risonhos.

Entre as empresas que já apresentaram resultados, a tendência parece bastante positiva. Segundo dados recolhidos pelo LSEG e citados pela Reuters, das 82 empresas do S&P 500 que divulgaram contas, 73% ficaram acima das expectativas. Os analistas preveem agora que os lucros crescem 8,1% nos primeiros três meses do ano – um valor que fica, no entanto, abaixo da perspetiva de 12,2% que se previa no início de 2025.

A General Electric disparou mais de 6% esta terça-feira, isto depois de ter registado vendas de 9,94 mil milhões de dólares nos primeiros três meses do ano – um valor que ficou bastante acima do esperado pelo mercado, que projetava apenas 8,99 mil milhões. Por sua vez, a 3M Co saltou mais de 8%, após a empresa norte-americana ter superado as previsões dos analistas ao registar um lucro por ação de 1,88 dólares no primeiro trimestre.

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