Disparo de quase 6% da Jerónimo Martins mantém Lisboa à tona
O índice de referência nacional fechou com ganhos ligeiros, num dia maioritariamente positivo na Europa. Apenas outras quatro cotadas fecharam no verde.
A bolsa de Lisboa conseguiu manter-se acima da linha de água esta quinta-feira, devido ao disparo de quase 6% da Jerónimo Martins, num dia positivo para a maioria das praças europeias, depois de ser anunciado um acordo comercial entre o Reino Unido e os EUA. O índice de referência nacional, o PSI, subiu 0,04% para 7.024,31 pontos, com apenas cinco dos seus 15 títulos no verde.
A retalhista liderou o índice, após apresentar resultados na quarta-feira, ao disparar 5,81% para 22,58 euros. A Jerónimo Martins encerrou o primeiro trimestre deste ano com 127 milhões de euros de lucro, uma subida homóloga de 31,4%. Na "conference call" com analistas, a diretora financeira Ana Luísa Virgínia afirmou que se tem tornado mais fácil de gerir a concorrência na Polónia, geografia que pesa mais de 70% do volume de negócios do grupo.
"Posso dizer com certeza que é muito mais fácil gerir com uma ligeira inflação do que gerir com uma forte deflação de um dígito, o que é terrível em todos os sentidos, porque é preciso pressionar os volumes", afirmou Ana Luísa Virgínia, segundo a Bloomberg. "Não gostamos de lhe chamar uma guerra de preços, mas é verdade que foi muito mais intenso quando todos os factores do negócio estavam sob pressão".
Depois da retalhista, a Corticeira Amorim seguiu-se na tabela de ganhos, ao subir 2,36% para 7,80 euros, também em reação aos resultados. A empresa deu conta também na quarta-feira de uma subida de 2,1% nos lucros do primeiro trimestre, ainda que tenha registado uma descida nas vendas.
Ainda no verde, a EDP Renováveis ganhou 0,25% para 8,10 euros, apesar de já esta quinta-feira ter revelado uma queda de 24% para 52 milhões nos lucros do primeiro trimestre.
As restantes duas cotadas a fechar no verde foram os pesos pesados BCP e Galp Energia, com ganhos de 0,61% para 0,5956 euros e 0,07% para 13,75 euros, respetivamente. O banco voltou a negociar com uma capitalização de mercado acima dos nove mil milhões de euros.
Do lado das perdas, a EDP ficou no fundo da tabela, com uma desvalorização de 3,27% para 3,192 euros. De acordo com o CEO da elétrica, Miguel Stilwell d'Andrade, as tarifas de Trump vão custar menos de 22 milhões à EDP em 2025 e 2026.
A segunda cotada mais penalizada foi a REN, com uma desvalorização de 2,58% para 2,835 euros. Após o fecho, a REN comunicou que o lucro trimestral quase quadruplicou para 14,4 milhões.
Num dia marcado pela apresentação de resultados no PSI, os investidores aguardam ainda pelas contas dos CTT (perdeu 0,90% para 7,72 euros nesta sessão) e da Navigator (recuou 0,18% para 3,364 euros).
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