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Guerra comercial pressiona Wall Street e arrasta S&P 500 para território de correção

O "benchmark" da negociação mundial já desvalorizou mais de 10% desde que atingiu máximos de fecho em fevereiro. A resposta agressiva de Trump às tarifas retaliatórias da UE deixou os mercados ainda mais apreensivos.

Wall Street, NYSE
Wall Street, NYSE Richard Drew / AP
13 de Março de 2025 às 20:22

A escalada da guerra comercial não está a poupar nenhuma praça ao redor do mundo. Os principais índices norte-americanos encerraram a negociação desta quinta-feira no vermelho, depois de até terem conseguido, na sua maioria, respirar na sessão anterior. Apesar de os dados da inflação até estarem a demonstrar uma desaceleração dos preços, a política protecionista dos EUA e a reação dos seus parceiros comerciais está a eclipsar qualquer otimismo nas bolsas norte-americanas.

O fantasma da recessão continua bastante presente no sentimento do mercado e está a ter especial impacto nas ações tecnológicas. O índice mais castigado esta quinta-feira foi o Nasdaq Composite, que encerrou a desvalorizar 1,96% para 17.303,01 pontos. Por sua vez, o industrial Dow Jones caiu 1,30% para 40.813,57 pontos, enquanto o "benchmark" para a negociação mundial S&P 500 cedeu 1,39% para 5.521,52 pontos e entrou em território de correção. O índice já perdeu mais de 10% desde que atingiu máximos a 19 de fevereiro.

"Ainda há muita incerteza em torno da economia", começa por explicar Chuck Carlsson, CEO da Horizon Investment Services, à Reuters. "Alguma dessa incerteza está ligada às tarifas, mas existem outros fatores a pressionar o sentimento. Os investidores estão a ponderar se o ‘hard landing’ [ao contrário de um ‘soft landing’, que vê uma desaceleração controlada no crescimento económico] não será, afinal de contas, real", conclui.

A guerra comercial ganhou novos contornos esta quinta-feira. Depois de a União Europeia (UE) ter respondido às tarifas norte-americanas de 25% sobre o aço e alumínio com um pacote de 26 milhões de euros, Trump prometeu retaliar e impor taxas alfandegárias de 200% sobre bebidas alcoólicas oriundas do bloco de 27 países. Com uma guerra comercial mais quente, a incerteza geopolítica aumenta e os investidores ficam mais avessos ao risco – daí terem apostado mais em ativos seguros e terem levado o ouro a novos máximos.

Entre as principais movimentações de mercado, a Intel disparou 14,60% para 23,70 dólares, depois de a fabricante de semicondutores ter nomeado um veterano da indústria como o seu próximo CEO – Lip-Bu Tan. Na sessão anterior, a tecnológica já tinha vivido um dia bastante positivo, avançando mais de 4%, depois de ter sido revelado que a TSMC fez uma proposta à Nvidia, à Advanced Micro Devices e à Broadcom para explorarem em conjunto as fábricas desta empresa norte-americana de semicondutores.

Em contraciclo, a Adobe afundou 13,85% para 377,84 dólares, apesar de ter apresentado resultados trimestrais em linha com as expectativas do mercado. No último trimestre de 2024, a empresa registou lucros de 5,71 mil milhões de dólares, que não foram suficientes para eclipsar as preocupações de que a empresa pode estar a ficar para trás na corrida à inteligência artificial.

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