O "rally" está de volta. Wall Street termina no verde após entendimento comercial
Os principais índices norte-americanos terminaram a primeira sessão da semana em alta, numa altura em que o apetite dos investidores regressa ao risco. O S&P 500 tocou mesmo máximos de dois meses.
Wall Street regressou ao "rally" esta segunda-feira. As principais bolsas norte-americanas terminam a primeira sessão da semana com ganhos significativos, numa altura em que as apostas de que as tréguas comerciais entre os EUA e a China podem significar o fim da guerra comercial generalizada animaram o sentimento do mercado, levando mesmo o S&P 500 a máximos de dois meses.
O S&P 500 encerrou a sessão a saltar 3,26% para 5.844,19 pontos, enquanto o industrial Dow Jones ganhou 2,81% para 42.410,10 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite foi o que mais valorizou, ao disparar 4,35% para 18.708,34 pontos.
O índice do medo de Wall Street, que atingiu um recorde de 60 pontos em abril, estava esta segunda-feira abaixo dos 20 pontos pela primeira vez desde o final de março.
Depois de um fim de semana de negociações na Suíça, os EUA e a China acordaram em baixar as tarifas de forma mútua, durante 90 dias: as tarifas norte-americanas aplicadas aos produtos vindos da China baixam dos 145% atuais para 30%, enquanto as tarifas de 125% que Pequim impôs em retaliação ficarão em apenas 10%.
Para os investidores, este foi um claro sinal de que as negociações entre as duas maiores economias do mundo estão a evoluir de forma favorável, deixando para trás maiores receios de que uma recessão económica atinja praticamente todos os países do mundo. Assim, o apetite pelo risco esteve esta segunda-feira em alta, em detrimento de outros ativos mais seguros, como o ouro.
"Houve algum progresso em relação às tarifas entre China e EUA. O mercado percebe qualquer progresso como positivo", disse Chris Brigati, da SWBC, à Reuters. Diz, no entanto, que a longo prazo, o otimismo pode trazer complicações.
Apesar dos avanços, a incerteza ainda está bem presente para grande parte dos analistas. "Ainda é difícil para as empresas tomarem decisões sobre gastos. O mercado está a agir como se o risco tivesse desaparecido, mas não acho que seja assim que muitas empresas e negócios vão encarar a situação", explicou Patrick Kaser, da Brandywine Global.
As "megacaps" lideraram os ganhos em Wall Street. A Amazon disparou mais de 8%, enquanto a Apple subiu 6,3% numa altura em que a empresa estuda o aumento de preços dos iPhones. Ainda, a Nvidia somou 4,7% e a Tesla acelerou 6,75%.
A maior subida do S&P 500 foi para a NRG Energy que escalou 25% após ter dito que iria adquirir ativos de geração de energia da LS Power, num negócio avaliado em 12 mil milhões de dólares.
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