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Popular afunda para mínimo histórico após admitir aumento de capital

As acções do banco espanhol continuam fortemente pressionadas bolsa e já acumulam uma queda de 22% este ano.

Emilio Saracho banco popular
Emilio Saracho banco popular DR/Banco Popular
11 de Abril de 2017 às 09:42

O Popular já atingiu um novo mínimo histórico na bolsa espanhola, em reacção ao facto de o presidente do banco ter ontem admitido que poderá ser necessário um novo aumento de capital.

As acções descem 3,41% para 0,709 euros, tendo chegado a cair 5,99% para 0,69 euros, o que corresponde à cotação mais baixa de sempre.

Já ontem os títulos tinham fechado em forte queda (-9,61%), reagindo às declarações de Emilio Saracho (na foto), que admitiu ser necessário um novo aumento de capital para solucionar os problemas da instituição financeira.

Com a queda desta terça-feira o Popular eleva para 22,7% as perdas acumuladas este ano, o que colocou a capitalização bolsista da instituição financeira espanhola abaixo dos 3 mil milhões de euros.

Com este valor de mercado, o Popular já regista uma capitalização bolsista já pouco superior à do Banco Comercial Português (2,7 mil milhões de euros).

Emilio Saracho banco popular
Popular afunda para mínimo histórico após admitir aumento de capital

Apesar de já ter angariado 5,4 mil milhões de euros junto dos seus accionistas através de aumentos de capital desde 2012, o presidente do Popular reconheceu na assembleia geral que seja muito difícil ao banco cumprir as regras da união bancária "sem recorrer ao mercado".

Saracho não esclareceu qual o montante em consideração e revelou que o reforço de capital terá de ser concluído num prazo de três anos, escreve o El País. E apesar de afiançar que o objectivo da instituição não passa por uma fusão, admitiu que tal hipótese está em cima da mesa, desde que a mesma seja positiva para o banco.  

De acordo com o Expansión, Emilio Saracho transmitiu aos accionistas que "vale a pena lutar" pelo banco, e confirmou que no curto prazo a estratégia passará pela alienação dos negócios considerados não estratégicos e pela redução do volume de investimento não rentáveis. Contudo, não descarta o cenário de fusão, hipótese que caracteriza como "mais uma opção".  

O diagnóstico feito por Emilio Saracho é idêntico ao feito pela agência de notação Moody’s, que numa nota de análise divulgada esta segunda-feira nota que será um "desafio" para o Banco Popular cumprir com as exigências do Banco Central Europeu (BCE) sem aumentar o capital.

Para melhorar os rácios de solvabilidade, por exemplo, o Banco Popular colocou à venda os 49% detidos no WiZink, um banco especializado na comercialização de cartões de crédito, uma operação que está a ser conduzida pela instituição norte-americana Bank of America Merril Lynch.

Na semana passada havia sido noticiado que no entender de Emilio Saracho a melhor opção para o Banco Popular passaria pela realização de uma fusão com outra instituição financeira. Contudo, essa parece ser ainda considera uma alternativa de último recurso.

"Posso assegurar-vos que não iremos gerir o banco para o preparar para uma fusão. Não devemos depender de terceiros. O nosso plano deve estar nas nossas mãos", disse hoje o presidente do banco aos accionistas.

Esta assembleia geral acontece num momento conturbado para o Banco Popular que, na semana passada, assistiu à demissão do até aqui CEO do banco, Pedro Larena. Anúncio que surgiu depois de uma auditoria interna ter detectado "algumas questões relacionadas com o aumento de capital" realizado pelo banco em Maio de 2016.

Na assembleia geral de ontem foi ainda aprovada pelos accionistas a passagem do Banco Popular Portugal numa sucursal do Popular Espanhol, o que faz com que a unidade portuguesa deixe de ser um banco de direito português, uma decisão já comunicada à CMVM

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