Teixeira Duarte promovida ao principal índice da bolsa de Lisboa
A revisão do PSI foi anunciada esta quarta-feira e tem efeitos a partir de dia 22 de setembro.

A Teixeira Duarte vai voltar a negociar no PSI, passando assim a integrar o principal índice da bolsa nacional nove anos depois de ter caído para o índice geral. A promoção anunciada esta quarta-feira pela Euronext Lisbon tem efeitos a partir de dia 22 de setembro. Nessa altura, o PSI vai passar a contar com 16 cotadas, o que não acontece desde a saída da Greenvolt em 2024, já que nenhuma empresa vai ser removida da principal montra de Lisboa.
A construtora liderada por Manuel Maria Teixeira Duarte entrou em bolsa em 1998 e têm sido frequentes as entradas e saídas do maior índice. Estreou-se no índice de referência português, então com o nome PSI-20, em 2001 e depois dessa, entrou mais cinco vezes. A última vez que saiu foi em 2016, numa revisão em que também a Impresa foi despromovida, tendo a Corticeira Amorim, a Sonae Capital e o Montepio tomado os lugares. Esta será a sexta subida, no rescaldo da escala em bolsa.
Só este ano a empresa já viu os seus títulos valorizarem mais de 472% - de longe o maior ganho de 2025 entre as cotadas da bolsa. Este crescimento astronómico elevou a capitalização de mercado para 189,8 milhões de euros e o "freefloat" a superar os 100 milhões de euros, o que a tornou elegível para integrar o principal índice nacional. A empresa fechou a sessão desta quarta-feira a valorizar 3,43% para 0,452 euros.
A Teixeira Duarte registou um resultado líquido atribuível a detentores de capital de 42,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 346,5% face aos 9,5 milhões apurados no mesmo período do ano passado. Este resultado explica-se, no entanto, devido aos efeitos do acordo de refinanciamento que a construtora assinou em março com BCP, CGD e Novo Banco.
No relatório intercalar relativo à primeira metade de 2025, divulgado à CMVM, o grupo adianta que o volume de negócios ascendeu até junho a 320 milhões de euros, registando uma redução de 15,1% (equivalente a 57 milhões) face ao mesmo período de 2024, sendo que só a área Imobiliária apresentou uma queda de cerca de 51 milhões de euros.
Desde março de 2023, com a entrada da Ibersol no PSI, que nenhuma empresa passava a integrar o principal índice nacional. Para serem elegíveis para uma inclusão no índice as cotadas têm de ter uma capitalização bolsista superior a 100 milhões de euros e assegurar que o volume de negociação represente pelo menos 15% do total de ações em bolsa, durante um período de 12 meses. A Euronext analisa ainda liquidez das cotadas para escolher quais as empresas que vão fazer parte do índice português. As revisões são feitas com uma periodicidade trimestral e acontecem em junho, setembro e dezembro. A revisão anual está reservada para março.
A última cotada a sair do PSI foi a Greenvolt. A empresa foi despromovida do principal índice nacional no final do ano passado, tendo seguido-se uma saída completa de bolsa, na sequência da aquisição da energética por parte da Gamma Lux Aggregator, uma entidade detida pela Kohlberg Kravis Roberts (KKR).
(Notícia atualizada às 17:20)
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