Wall Street renova máximos. Investidores continuam a ver espaço para ações crescerem
Os principais índices dos EUA fecharam em alta, à exceção do Dow Jones, com muitos investidores a aproveitarem as quedas de ontem para reforçar posições. A euforia em torno da IA continua a alimentar os ganhos dos ativos de risco, apesar de começarem a surgir alertas. A AMD disparou mais de 10%.
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O “rally” dos ativos de risco norte-americanos pareceu dar sinais de abrandamento, depois de os principais índices dos EUA terem fechado a sessão de ontem com perdas. Ainda assim, a queda dos ativos de risco fez com que os investidores tivessem aproveitado para reforçar posições durante a sessão desta quarta-feira, à medida que se especula que as ações norte-americanas poderão ainda ter mais espaço para crescer, apesar das avaliações elevadas. O S&P 500 e o Nasdaq atingiram novos máximos históricos.
O S&P 500 avançou 0,58%, para os 6.753,72 - um novo máximo de fecho, tendo renovado máximos históricos nos 6.755,64 pontos. Também o tecnológico Nasdaq Composite somou 1,12% para um novo máximo de fecho nos 23.043,38, sendo que também este índice renovou máximos históricos durante o dia nos 23.045,14 pontos. Já o Dow Jones manteve-se inalterado nos 46.601,78.
O apetite por ações, que já impulsionou o S&P 500 cerca de 35% desde as fortes quedas registadas em abril, fez com que o índice de referência somasse mais um máximo histórico e os investidores parecem apostar que a subida dos ativos de risco está longe de chegar ao fim. Isto enquanto seguem a avaliar fatores como a resiliência económica e empresarial nos EUA e o reinício dos cortes nas taxas de juros pelo Reserva Federal (Fed).
Além disso, o entusiasmo renovado em torno da inteligência artificial (IA) parece estar a superar os recentes alertas sobre a possível formação de uma “bolha” entre as cotadas da tecnologia, sendo que entre elas, se contam algumas das empresas de maior capitalização bolsista ao nível mundial.
“Com os rácios preço/lucro das gigantes tecnológicas atuais ainda bem abaixo do rácio das empresas tecnológicas no auge da bolha das dot.com (no início dos anos 2000), acreditamos que o mercado em alta permanece intacto”, disse à Bloomberg Mark Haefele, da UBS Global Wealth Management.
Nesta linha, entre os investidores, tem crescido a preocupação de que os 16 biliões de dólares que “entraram” no S&P 500 desde abril, possa ter ido longe demais. Mas muitos investidores temem perder ganhos adicionais, sendo que a próxima temporada de resultados está já “à porta” e poderá servir para avaliar, inclusive, os avultados gastos que as empresas ligadas à IA têm feito nesta área.
Com um calendário de divulgação de dados económicos escasso devido ao "shutdown” do Governo dos EUA, os investidores analisaram, nesta quarta-feira, as atas da última reunião da Fed, na qual os responsáveis mostraram disposição para baixar ainda mais as taxas este ano, ainda que muitos tenham expressado um certo nível de cautela devido a preocupações com a inflação.
Luis Alvarado, do Wells Fargo Investment Institute, explicou à agência de notícias financeiras que a Fed não está a seguir um caminho pré-definido e que a dependência dos dados económicos é agora mais necessária do que antes. Nesta linha, acrescentou que “ainda esperamos mais dois cortes de 0,25 pontos percentuais até ao final deste ano e mais dois no próximo ano”.
Entre os movimentos do mercado, a Dell Technologies pulou mais de 9%, após a empresa ter elevado as suas projeções de vendas e lucros devido à procura por produtos de IA. Já a Advanced Micro Devices disparou acima dos 11%, numa altura em que as ações da cotada sofrem uma forte recuperação na sequência do acordo multimilionário com a OpenAI. Já a Tesla somou mais de 1%, depois de ontem ter apresentado a nova versão do Model Y.
Entre as “big tech”, a Nvidia ganhou 2,20%, a Alphabet caiu 0,68%, a Microsoft avançou 0,17%, a Meta subiu 0,67%, a Apple valorizou 0,62% e a Amazon pulou 1,55%.
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