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Barclays: Descida do rating pela DBRS empurraria Portugal para um segundo resgate

O banco britânico reconhece que as perspectivas de Portugal são "menos sombrias" do que há uns meses, mas não exclui a possibilidade de novas ameaças à descida do rating.

debate do programa do governo PS antónio costa mário centeno
debate do programa do governo PS antónio costa mário centeno Miguel Baltazar/Negócios
27 de Outubro de 2016 às 13:05

Numa nota de análise divulgada esta quinta-feira, 27 de Outubro, o Barclays afirma que as perspectivas para a economia portuguesa "parecem menos sombrias" do que há uns meses, depois de a agência canadiana DBRS ter decidido manter a dívida portuguesa num patamar de investimento.

 

No entanto, o banco britânico não exclui a possibilidade de novas ameaças de corte do rating, o que, a efectivar-se, conduziria Portugal a um segundo resgate.

 

"Não descartamos a possibilidade de o risco de revisão em baixa poder voltar", reconhecem os economistas do Barclays, acrescentando que um corte do rating colocaria a dívida portuguesa fora do alcance do programa de compra de activos do Banco Central Europeu e "muito provavelmente empurraria Portugal" para um segundo programa de assistência financeira.

 

Ainda assim, o Barclays reconhece que uma série de factores contribuíram para a melhoria do sentimento do mercado nos últimos meses: a decisão da DBRS, o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, o acordo em torno do Orçamento do Estado para 2017 e a ausência de riscos políticos no curto prazo.

 

Mas a economia portuguesa, reconhecem os economistas, não está livre de desafios. Em primeiro lugar, os problemas do sector bancário, onde o volume de crédito malparado e a baixa rentabilidade são um obstáculo à transmissão da política monetária, investimento e perspectivas de crescimento.

 

Neste sector, o Barclays identifica a recapitalização da CGD e a venda do Novo Banco como pontos importantes nos próximos meses.

 

Por outro lado, o banco britânico sublinha a importância da desalavancagem do sector público e privado para melhor apoiar o crescimento.  "O actual quadro jurídico para a reestruturação das empresas não parece estar a funcionar e exige mais acção do governo", alertam os economistas.

 

Quanto ao "outlook" político, o Barclays considera-o "relativamente estável nos próximos meses", não antecipando grandes conflitos entre o Governo português e a Comissão Europeia no que respeita ao Orçamento para 2017.

 

No entanto, as perspectivas poderão "complicar-se no verão de 2017", com o ressurgimento de tensões na campanha para as autárquicas e com a discussão sobre o Orçamento para 2018. 

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