pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

CMVM instaura 109 contra-ordenações em 2017

Do total de processos que correram, no ano passado, foram aplicadas 14 coimas no valor total de 357,5 mil euros.

Gabriela Figueiredo Dias CMVM
Gabriela Figueiredo Dias CMVM Miguel Baltazar/Negócios
20 de Junho de 2018 às 13:24

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) instaurou, no ano passado, 109 processos de contra-ordenação, revela o Relatório de Actividade e Contas. Destes, 27 processos foram decididos tendo sido deliberada a aplicação de 14 coimas no valor total de 357,5 mil euros, acrescenta o regulador.

Todos os processos decididos foram relativos à prática de contra-ordenações graves ou muito graves, onde as coimas se situam entre 12,5 mil euros e 50 mil euros. Do valor total de coimas aplicadas, "265 mil euros correspondem a coimas aplicadas em processos que não foram impugnados pelos arguidos, pelo que a decisão se tornou definitiva", frisa o relatório divulgado esta quarta-feira.

Dois dos processos de contra-ordenação foram impugnados judicialmente para o Tribunal da Concorrência, Supervisão e Regulação, sendo que num estava em causa a violação do regime de conflito de interesses e no outro a violação do dever de defesa do mercado por parte de intermediário financeiro. "O julgamento em primeira instância dos dois processos impugnados decorreu ainda em 2017 e foram proferidas sentenças que condenaram os arguidos", frisa a CMVM.

A CMVM sublinha ainda que, no ano passado, foram proferidas 11 decisões judiciais em processos de crimes contra o mercado com origem em comunicações efectuadas pelo regulador ao Ministério Público (MP) relacionadas sobretudo com casos de abuso de informação e manipulação do mercado. "Entre elas estão uma acusação sobre um caso de abuso de informação e três suspensões provisórias, duas relativas a casos de abuso de informação e uma sobre um processo de manipulação do mercado", frisa o relatório.

Por outro lado, correram, em 2017, 165 processos de contencioso extra contra-ordenacional junto dos Tribunais Administrativos, Tributários e Cíveis nos quais a CMVM é sujeito processual. Deste conjunto de processos, 47 foram iniciados em 2017, dos quais 40 são acções cíveis, "sendo a quase totalidade das mesmas relacionadas com a resolução que se verificou em 2014 do Banco Espírito Santo".

"No contencioso administrativo iniciámos seis processos, três relacionados com o Banco Espírito Santo, dois de intimação para passagem de certidão e outro relacionado com a decisão de não nomeação de auditor independente para apreciação de contrapartida em oferta pública de aquisição", acrescenta o regulador liderado por Gabriela Figueiredo Dias.

No que diz respeito à investigação, foram concluídos 20 processos de investigação pela CMVM no ano passado, sendo que a maioria esteve relacionado com situações suspeitas de abuso de informação privilegiada. "Entre os casos de manipulação de mercado investigados merece destaque a investigação de estratégias de negociação algorítmica/alta frequência por operadores diverso sobre um conjunto de acções. Num dos processos foi investigada uma estratégia de ‘market making’ levada a cabo sobre várias acções", acrescenta o relatório.

Foram investigados 48 investidores por suspeita sobre manipulação do mercado, sendo que metade eram de origem estrangeira e, destes, 20 eram investidores institucionais (nomeadamente gestoras de activos e fundos). "De entre os investidores particulares objecto de averiguações preliminares, quatro tinham nacionalidade estrangeira", adianta o relatório. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio