Polémica operação de Powell faz Fed proibir altos cargos de comprar e vender ações
A Reserva Federal norte-americana vai limitar a participação de funcionários séniores da instituição em mercados de capitais, depois de se saber que o presidente terá vendido cinco milhões de dólares em títulos, antes da queda de Wall Street no ano passado.
"Casa roubada, trancas à porta". A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu apertar as regras das negociações em mercados de capitais por funcionários séniores, depois de se ter tornado público que o presidente da instituição, Jerome Powell, terá vendido ações avaliadas em cinco milhões de dólares, que detinha a nível pessoal, em outubro do ano passado, antes do sell-off em Wall Street. As novas regras, anunciadas esta quinta-feira, proibirão a compra de títulos individuais, restringirão a negociação ativa e obrigarão a relatórios e divulgações públicas mais frequentes, indica a Fed. Com a nova política da instituição, os altos funcionários apenas poderão comprar veículos de investimento diversificados, como fundos mútuos, proibindo-os de investir em ações, títulos individuais e de agências ou derivados.
"Estas novas regras apertadas elevam o nível de exigência, para garantir ao público que os nossos funcionários estão apenas focados na missão pública da Reserva Federal", adiantou Jerome Powell, num comunicado na página da instituição. A partir dos próximos meses, a equipa sénior da Fed terá que emitir um pré-aviso de
Jerome Powell terá vendido entre um e cinco milhões de dólares em ações do Vanguard Total Stock Market Index Fund a 1 de outubro de 2020. Nesse mês, o índice Dow Jones viria a tombar 6%, no pior desempenho mensal desde o início da pandemia. Além deste negócio, houve outras vendas sem datas específicas.
O Wall Street Journal adiantou que fonte da Fed teria indicado que a transação financeira era compatível com as regras do banco central e que tinha sido aprovada pelo gabinete público de ética.
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