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Preços da luz podem engordar lucros das utilities europeias e beneficiar EDP, diz RBC

Os analistas financeiros consideram que a escalada dos preços deverá manter-se e que a intervenção política será limitada. Esperam por isso ganhos nos resultados e nas ações das empresas do setor na Europa, incluindo a gigante portuguesa.

Miguel Stilwell de Andrade , EDP
Miguel Stilwell de Andrade , EDP Miguel Baltazar
04 de Outubro de 2021 às 18:03
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A energia vive momentos sem precedentes, com os preços do gás, da eletricidade e do carbono a galopar como nunca. No mercado grossista ibérico, o preço médio da eletricidade fixou-se, em setembro, nos 156,53 euros, num máximo de sempre que significa que, num ano, o valor mais do que quintuplicou. A situação tem feito soar alarmes por toda a Europa, mas poderá ter um lado positivo, impulsionando os resultados das empresas do setor.

"Os mercados europeus das matérias-primas de gás, eletricidade e carbono entraram em territórios desconhecidos", diz RBC Capital Markets, num relatório de análise às utilities europeias, a que o Negócios teve acesso.

A consultora antecipa que os preços elevados se mantenham no médio prazo (por dois a três anos), mas espera que "eventualmente" o fornecimento adicional de gás possa "aliviar a pressão", enquanto o contínuo recurso a renováveis poderá igualmente limitar o impacto nos preços. "Mas no período intermédio, o ambiente de preços mais elevados significa que vemos um potencial considerável de subida no consenso dos lucros para os produtores de energia e de renováveis europeus", refere o relatório.

A análise ao mercado realizada pela RBC Capital Markets aponta para um potencial de subida dos lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 14% em 2022, de 17% em 2023 e de 12% em 2024, sendo que as mais beneficiadas deverão ser as empresas com maior exposição ao Reino Unido, onde o rally dos preços é mais acentuado. No que diz respeito aos lucros por ação (earnings per share ou EPS), a expectativa é que o impacto positivo dos preços seja de 25% no próximo ano, 30% no seguinte e 20% em 2024.

"O movimento nas matérias-primas tem sido tão intenso que consideramos que o consenso ainda não teve oportunidade de o acompanhar. Vemos oportunidade de beneficiar da atualização dos consensos para a época de resultados do terceiro trimestre", aponta. No mesmo relatório, a RBC reviu os ratings, preços-alvo e estimativas para a portuguesa EDP, bem como para a Centrica, Draz, SSE, RWE, Uniper, Orsted, Endesa e Iberdrola.

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