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Vem aí uma contração? As bolsas vão cair? As pistas improváveis que ajudam a responder

Desde o tamanho de uma bainha até ao maior uso de enlatados, passando pela compra de boxers, pelo uso da cor natural do cabelo e pelas assaduras da fralda, há vários indicadores que podem parecer bizarros, mas que dão sinais claros sobre o estado da economia.
Carla Pedro 30 de Maio de 2025 às 09:00

Existem muitos tipos de índices. Há os bolsistas, que avaliam grupos de cotadas (de um país ou região) e os setores em que operam, há os económicos – que funcionam como indicadores de evolução das economias, como é o caso dos índices de preços – e muitos outros que vão sendo criados, até mesmo internamente nas empresas, para avaliar determinado desempenho. Dentro deste vasto mundo existem também índices muito curiosos, de tão estranhos e bizarros que parecem, mas o certo é que cumprem o seu papel, sejam eles índices de roupa interior, de batons, de garrafas de bebidas alcoólicas em miniatura ou até do próprio medo – sim, o medo também se mede.

Por vezes, um índice nasce da observação insistente, por parte de uma personalidade de relevo, de determinado padrão. Foi o que aconteceu com o índice de roupa interior, nascido à conta de Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal norte-americana, que observava sempre com atenção as vendas de boxers e slips para homem. A sua teoria – numa altura em que era difícil prever recessões – era de que a primeira coisa que os homens deixavam de comprar quando estavam financeiramente apertados eram peças de roupa interior.

Alan Greenspan acompanhava as vendas de roupa interior masculina para prever períodos de crise nos Estados Unidos.

Também se dizia, nessa época, que quanto mais mulheres ostentavam a sua cor de cabelo natural, menos dinheiro havia para gastar. Essa tendência é conhecida como "cabelo da recessão", já que as mulheres optam por deixar de pintar as raízes para pouparem no cabeleireiro. É um indicador económico menos formal, é certo, mas há quem lhe preste muita atenção. E também tem variações, dado que é por vezes chamado de "recession blonde" ou "recession brunette" – ou seja, as que se assumem como verdadeiras louras ou morenas.

Ainda neste reino, há também o indicador japonês do corte de cabelo, que diz que as mulheres no Japão tendem a cortar o cabelo e a mantê-lo desse tamanho quando a economia está numa fase decrescente, optando por o deixar crescer quando a economia está de boa saúde. Isto porque têm menos dinheiro para gastar em produtos de cuidados para o cabelo em períodos de crise. Segundo os dados da Nikkei, as mulheres usaram muito mais penteados curtos em 1997, quando a economia nipónica estava em queda.

Quando há maior aperto financeiro, aumenta índice dos corpos por reclamar, pois os funerais são caros.

E este não é o único indicador ligado à beleza e à moda que é tido em conta. Um muito famoso é o "índice do batom" e funciona precisamente ao contrário. Ou seja, quando o dinheiro é pouco, as mulheres sentem necessidade de se mimar com produtos mais acessíveis, como é o caso dos batons. E há mais neste segmento, como os índices das máscaras de beleza, do verniz e até do tamanho das bainhas – se bem que os especialistas da área económica advirtam que funcionam mais como "pequenos sinais" do que propriamente como "indicadores fiáveis". Mas isso não significa que sejam menos fascinantes nem merecedores de análise.

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