Wall Street fecha em alta e S&P 500 tem mais longa série de ganhos em 20 anos
Os principais índices do lado de lá do Atlântico encerraram a sessão no verde. Um mercado de trabalho que "teima" em se manter resiliente e progressos nas conversações entre Washington e Pequim deram alento.
Os principais índices norte-americanos fecharam a sessão em alta, num dia em que as apostas dos investidores em ativos de risco atiraram o índice de referência S&P 500 para a mais longa série de ganhos em duas décadas, entre sinais de que os Estados Unidos (EUA) e a China estarão a iniciar conversações para negociar as barreiras ao comércio.
O S&P 500 ganhou 1,47% para os 5.686,67 pontos, enquanto o Nasdaq Composite subiu 1,51% para 17.977,73 pontos. Já o Dow Jones valorizou 1,39% para 41.317,43 pontos.
A maior economia mundial criou 177 mil postos de trabalho em abril, de acordo com o Gabinete de Estatísticas do Trabalho dos EUA. O valor marcou um abrandamento face aos 185 mil revistos em baixa em março, mas ultrapassou, ainda assim, as expectativas do mercado que apontavam para a criação de 130 mil empregos no mês passado.
Já a taxa de desemprego situou-se inalterada nos 4,2% em abril, em termos correntes, e em linha com as expectativas do mercado.
Um forte relatório do emprego mostrou um mercado de trabalho em arrefecimento, mas que se mantém resistente, apesar das políticas assumidas pela Administração Trump, nomeadamente no que toca às tarifas impostas aos seus parceiros comerciais, mas também quanto à redução do número de empregados na Administração Pública.
Paralelamente, desenvolvimentos recentes indicam que as tensões comerciais entre Pequim e Washington estão a diminuir. A China anunciou que está a avaliar uma proposta apresentada pelos EUA para iniciar negociações sobre as tarifas impostas pelos dois países aos seus produtos.
"Os Estados Unidos tomaram recentemente a iniciativa, em diversas ocasiões, de transmitir informações à China (...), afirmando que [esperam] discutir com a China", disse o Ministério do Comércio chinês, em Pequim. Num comunicado, o ministério acrescentou que "a China [está] atualmente a avaliar isso".
Apesar da recuperação dos índices nos últimos dias, alguns analistas citados pela Bloomberg alertam para o facto de o pior poder ainda não ter passado. Lawrence Creatura, gestor de fundos da PRSPCTV Capital LLC, explica que "muitas pessoas - com base no 'Dia da Libertação' e nos acontecimentos desde então - previram o [colapso] económico e sempre que o [colapso] económico não acontece, são boas notícias". O mesmo especialista ressalva que "muitos dos fenómenos que as pessoas temem ainda não tiveram tempo de se enraizar nos dados".
Nesta linha, recorde-se que as empresas cotadas em Wall Street estão a apresentar resultados do primeiro trimestre, terminado a 31 de março, enquanto Trump anunciou as tarifas recíprocas a 2 de abril.
Entre os movimentos do mercado, a Apple cedeu 3,74%, elevando a queda acumulada no ano para 18%, depois de ter sofrido pelo menos duas revisões em baixa, após os resultados da "empresa da maçã" terem reforçado as preocupações sobre o impacto das tarifas e o potencial de crescimento da empresa.
Quanto às restantes "big tech", a Nvidia pulou 2,59%, a Microsoft ganhou 2,32%, a Meta valorizou 4,34%, a Alphabet subiu 1,86% e a Amazon deslizou 0,12%.
Notícia atualizada às 21:18 com mais informação
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