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Fundos de acções que ultrapassam o crescimento do mundo

Se escolher os produtos certos para investir nas bolsas das nações que mais avançarão no próximo ano, candidata-se a sobreviver à estagnação portuguesa e europeia.

30 de Dezembro de 2010 às 09:00

Fugir para a Zona Euro não é suficiente. A lentidão portuguesa é extensível às economias espanhola, irlandesa, italiana e grega. É por isso que o FMI diz que a região avançará 1,7 por cento em 2011.

O Negócios foi em busca de fundos de acções que permitam aos investidores contornarem o ritmo lento de Portugal e dos vizinhos comunitários. Os fundos eleitos apostam nas acções das empresas das regiões que mais crescem no mundo. São os melhores e mais rentáveis fundos das suas categorias, de acordo com a classificação da Morningstar, uma sociedade de avaliação de fundos de investimento.

América do Norte

BNP Paribas L1 Opportunities USA

Gestor François Mouté

Rendibilidade 12 meses 29,01%

Risco Muito alto

Comercialização Banco Best

Enquanto a Zona Euro não deverá ir além de um crescimento anual de dois por cento até 2015, a América do Norte conseguirá avançar mais de 2,7 por cento. Os Estados Unidos da América terão dificuldade em arrancar, ao contrário do Canadá, mas, à medida que o meio da próxima década se aproximar, a velocidade de crescimento dos EUA aumentará, estimam os economistas do FMI. O fundo BNP Paribas L1 Opportunities USA é o certo para quem quer investir nessa região: o gestor François Mouté tem dois terços do capital aplicado nos EUA e um terço no Canadá. Mouté, conhecido como o melhor gestor europeu de acções americanas, conseguiu um feito impressionante: ganhou 10 por cento por ano nos últimos 5 anos, segundo a Morningstar. A aposta em acções de empresas auríferas ajudou-o bastante a atingir esse patamar. Mouté, que mantém essa preferência, acredita que o ouro chegará aos 1800 dólares a onça em 2011, um avanço de 30 por cento face ao final de 2010.

América Latina

Templeton Latin America

Gestor Mark Mobius

Rendibilidade 12 meses 27,67%

Risco Muito alto

Comercialização ActivoBank, Banco Best

Se não fosse a Venezuela de Hugo Chávez, a América Latina seria uma das regiões do globo que mais cresceria nos próximos anos. O Brasil, o motor da zona, deverá avançar a um ritmo anual de 4,80 por cento até 2015, segundo o FMI.

Há poucos gestores com a experiência que Mark Mobius tem em investir nos mercados emergentes. Quando Mobius, de 74 anos, começou a investir nesse segmento ainda Portugal fazia parte do pelotão das nações emergentes. A experiência traduz-se em elevados ganhos: o Templeton Latin America valorizou mais de 20 por cento por ano desde 2000.

As mais de quatro décadas de experiência do alemão Mark Mobius levam-no a colocar actualmente 60 por cento do dinheiro do Templeton Latin America no mercado brasileiro. No início de Dezembro, empresas como a Petrobras e a Vale eram as suas preferidas.

Reino Unido

Threadneedle UK Institutional

Gestor Dominic Baker

Rendibilidade 12 meses 26,77%

Risco Muito alto

Comercialização Banco Best

A aposta no crescimento do bolo europeu é arriscado: embora possam haver boas empresas mesmo nos mercados em situação precária, a evolução da economia não é favorável em resultado da incerteza. No seu balanço de Outubro, o FMI estimou que a Grécia será a única nação do mundo que não apresentará um crescimento real nos próximos cinco anos. No entanto, as expectativas para Portugal, Espanha, Itália e Irlanda não são animadora e podem facilmente contagiar o resto da União Europeia.

Quem quiser contornar a pasmaceira económica da Europa pode concentrar-se nos dois motores da região: Reino Unido e Alemanha. Em terras de Sua Majestade, o crescimento económico de 2001 a 2015 deverá ser, em média, de 2,19 por cento, diz o FMI. O fundo Threadneedle UK Institutional é um dos melhores para beneficiar desse clima: nos quase quatro anos em que esteve ao leme do produto, Dominic Baker conseguiu distanciar-se dos seus concorrentes.

Alemanha

JPMorgan Germany Equity

Gestores Alexander Fitzalan Howard, Richard Webb

Rendibilidade 12 meses 22,46%

Risco Muito alto

Comercialização ActivoBank,

Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank

O próximo ano será forte para a Alemanha: o crescimento real da economia germânica deverá ultrapassar os 3,3 por cento, calculam os economistas do FMI. Até 2015, a taxa de crescimento do produto interno bruto da nação afrouxará, fixando-se, em média, nos 2,18 por cento. A Alemanha confirma, assim, que é o motor da Europa Continental.

Alexander Fitzalan Howard e Richard Webb, os gestores responsáveis pela evolução do fundo JPMorgan Germany Equity, estão prontos para aproveitar a solidez alemã. Os especialistas estão a apostar em particular na indústria. Empresas como a especialista em engenharia Siemens, a química BASF, a energética E.On e a farmacêutica Bayer povoam os primeiros lugares da carteira do fundo da JPMorgan.

China

Skandia Greater China Equity

Gestor Martin Lau

Rendibilidade 12 meses 29,81%

Risco Alto

Comercialização ActivoBank,

Banco Best

Nos próximos cinco anos, um crescimento superior ao chinês só é possível encontrar em dois outros países. O FMI estima que apenas a Mongólia e o Catar conseguirão bater o crescimento médio de 9,70 por cento do produto interno bruto da China. Os especialistas do organismo internacional acreditam que, embora a nação asiática esteja muito dependente das exportações, o aumento do consumo interno suportará a evolução económica do Império do Meio.

Martin Lau investe em acções chinesas no sentido lato. Quase metade do portefólio do Skandia Greater China Equity está aplicado na bolsa de Hong Kong, de onde o gestor é natural e onde reside actualmente, apesar de ter estudado no Reino Unido. Apenas um quarto dos investimento são efectuados na China continental. Os restante 25 por cento estão aplicados em Taiwan. O sector financeiro é agora o seu preferido.

Índia

Franklin India

Gestor Stephen Dover

Rendibilidade 12 meses 38,28%

Risco Muito alto

Comercialização ActivoBank,

Banco Best

Tal como Martin Lau do Skandia Greater China Equity, Stephen Dover, o americano que lidera a gestão do Franklin India, está optimista sobre o futuro das instituições financeiras da região. Dover aplicou quase 20 por cento do dinheiro do fundo em bancos indianos, como o ICICI Bank, o segundo maior instituição financeira do país. As estratégias adoptadas por Stephen Dover têm lucrado: desde que gere o fundo, há pouco mais de 5 anos, a rendibilidade obtida ultrapassa os 20 por cento por ano.

A par com a China, a Índia é um dos países do mundo que mais força está a ganhar na economia mundial. Se o produto interno bruto registar um crescimento real de 50 por cento entre 2011 e 2015, como o FMI calcula, então a Índia ultrapassará o Canadá e a Espanha na lista das maiores economias mundiais, ficando no oitavo lugar ao lado do Brasil.

Ásia e Pacífico

Skandia Pacific Equity

Gestor Alistair Thompson

Rendibilidade 12 meses 30,34%

Risco Muito alto

Comercialização ActivoBank,

Banco Best

A região da Ásia e do Pacífico é uma das que mais crescerá nos próximos anos. Em 2010, a economia desta região do globo deverá crescer quase 8 por cento. É a contar com isso que Alistair Thompson, o gestor que lidera o fundo Skandia Pacific Equity, procura as melhores empresas nas nações banhadas pelo oceano Pacífico.

Antes de investir no Skandia Pacific Equity é preciso perceber que este fundo tem sobreposições com o Skandia Greater China Equity e o Franklin India. De facto, Alistair Thompson colocou um quarto dos activos na China e cerca de oito por cento na Índia. O restante capital está disperso por vários países mais pequenos, em particular a Austrália, a Coreia do Sul, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas. De qualquer maneira, há poucas acções repetidas nos três fundos, segundo a Morningstar. O título com maior peso num portefólio com os três fundos absorveria quatro por cento do património.

África

JPMorgan Africa Equity

Gestor Sonal Pandit, Oleg Biryulyov

Rendibilidade 12 meses 47,54%

Risco Muito alto

Comercialização Banco Best

O continente africano não deve ficar de fora de uma carteira que quer acompanhar o crescimento económico mundial. A economia de África deverá avançar cinco por cento só em 2010, segundo os economistas do FMI. Contudo, os fundos de acções africanas ainda são recentes, o que torna difícil a selecção do melhor produto da classe. Assim, a escolha recai sobre um dos fundo mais baratos num grupo que apresenta comissões muito elevadas: o JPMorgan Africa Equity cobra 2,65 por cento por ano, o que é um dos valores mais baixos, de acordo com a base de dados da Morningstar.

Face ao reduzido número de bolsas africanas de dimensão internacional, os gestores Sonal Pandit e Oleg Biryulyov podem seleccionar empresas não africanas, desde que uma grande parte das suas receitas tenham origem em África. De qualquer maneira, os países africanos mais representados na carteira do JPMorgan Africa Equity são a África do Sul, a Nigéria, o Egipto, o Quénia e Marrocos.

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