É inegável que a guerra na Ucrânia veio agravar um cenário já de si propício à subida generalizada dos preços em face da tempestade perfeita, que junta fenómenos como a escalada da energia e dos combustíveis à escassez de matérias-primas. Mas, volvido menos de um mês, é difícil destrinçar o verdadeiro impacto do conflito seja no abastecimento como no encarecimento dos produtos. O Negócios foi às compras e olhando para um cabaz alimentar, composto por uma dezena de produtos, só na última semana, extrai-se um dado líquido: o óleo não só encareceu como rareia nas prateleiras. Em concreto: o preço de uma garrafa de uma marca de referência subiu, de um dia para o outro, quase 50%, chegando a sexta-feira com o mesmo valor, mas sem ‘stock’ no catálogo ‘online’ de um hipermercado e em pelo menos uma superfície da insígnia onde estava à venda. Excetuando promoções, esse foi, aliás, o único produto que sofreu oscilações de preço do cabaz selecionado, algo a que não será alheio o facto de a Ucrânia figurar como um dos principais fornecedores de óleo de girassol.