AIE estima excesso de produção de petróleo em 1,9 milhões de barris diários
A agência estima ainda que os ataques às infraestruturas energéticas da Rússia reduziram as suas capacidades em cerca de 500 mil barris diários.
- 1
- ...
A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o excesso de produção de petróleo se situa em média em 1,9 milhões de barris diários desde o início do ano, foi esta terça-feira anunciado.
Este excesso de oferta de petróleo desde o início do ano deve-se à rápida reposição do petróleo da OPEP+ no mercado e à desaceleração do crescimento da procura.
No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado esta terça-feira, a AIE destaca que em setembro o aumento da produção foi "massivo", mais 5,6 milhões de barris por dia do que no mesmo mês do ano passado, dos quais 3,1 milhões de barris por dia provenientes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros (OPEP+).
A partir dos últimos acordos alcançados pelos parceiros da OPEP+, os autores do estudo calculam que o cartel porá no mercado, em média, mais 1,4 milhões de barris por dia do que em 2024 e, em 2026, o aumento será de outros 1,2 milhões de barris por dia.
Em paralelo, os restantes países produtores porão 1,4 milhões de barris por dia adicionais em média este ano e 1,2 milhões de barris por dia no próximo, principalmente com as contribuições dos Estados Unidos, Brasil, Canadá, Guiana e Argentina.
A agência reconhece que estas projeções podem ser afetadas pelas sanções impostas à Rússia e ao Irão, e pela situação geopolítica.
A este respeito, a AIE estima que os ataques às infraestruturas energéticas da Rússia (no âmbito da guerra da Ucrânia) reduziram as suas capacidades em cerca de 500.000 barris diários, o que resultou em problemas de abastecimento interno e menores exportações.
No que diz respeito à procura global, a AIE reviu muito ligeiramente em baixa as perspetivas para este ano em relação ao mês passado e agora acredita que a progressão será de 710.000 barris diários em comparação com 2024, para 103,84 milhões de barris por dia.
Para 2026, também prevê uma subida muito semelhante, de cerca de 700.000 barris diários.
Os autores do estudo constatam que no terceiro trimestre o consumo global subiu em 750.000 barris diários em relação ao mesmo período de 2024.
Neste aumento, houve uma parte de recuperação, já que o aumento homólogo do segundo trimestre tinha sido de apenas 420.000 barris diários devido ao impacto da guerra tarifária desencadeada por Donald Trump.
A agência observa que a evolução da procura está a marcar este ano uma desaceleração significativa, se considerarmos que em 2024 a subida foi de 980.000 barris diários e que nos anos 2010 os aumentos eram, em média, de 1,3 milhões de barris por dia.
Mais lidas