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"Industriais vão passar a utilizar menos prata onde for possível", antecipa Filipe Garcia

Perto de bater um recorde com 45 anos, o preço da prata tem vindo a subir este ano. As tensões geopolíticas e a forte procura industrial ajudam a explicar este crescimento.

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03 de Setembro de 2025 às 13:30

O potencial estatuto de mineral crítico da prata, a forte procura industrial e a expectativa de cortes de juros pela Reserva Federal norte-americana (Fed) explicam a escalada do metal precioso. Os preços da prata arrancaram esta semana em máximos de 14 anos, nos 40,75 dólares por onça – já muito perto do recorde de 49,95 dólares atingido a 17 de janeiro de 1980. Filipe Garcia, economista da IMF - Informação de Mercados Financeiros, acrescenta ainda outro fator: as tensões geopolíticas.

"Apesar de a prata não ter ainda atingido o máximo histórico face ao dólar, já o fez face ao euro. Isto tem a ver com o momento em que foi estabelecido o outro máximo histórico e há de facto essa curiosidade", começa por referir o economista.

"De facto, a possível queda das taxas tem uma influência na procura por metais, por 'commodities' em geral, porque faz baixar o dólar e com isso o preço sobe. Mas além da procura industrial e a possibilidade de entrar numa lista de minerais críticos, eu acrescentaria também o facto de estarmos num período de tensões geopolíticas: o facto de se temer pela independência da Fed tendo em conta as várias intervenções ou tentativas de influência por parte de Donald Trump, e também, de alguma maneira, uma procura por investimento dado que a dívida hoje não está a ser tão atrativa do ponto de vista de rentabilidades. Finalmente, mais no caso do ouro do que na prata, acresce o tema da procura por parte dos bancos centrais, que têm estado a comprar ouro para fazer uma diversificação das suas reservas, e isso acaba também por puxar um pouco a prata", acrescenta em entrevista ao Negócios no NOW.

A forte procura industrial, nomeadamente de indústrias como a energia solar e os veículos elétricos, além da eletrónica e dos equipamentos médicos, faz com que tudo aponte para que, em 2025, a procura por prata exceda a oferta – e, a acontecer, será o quinto ano consecutivo de défice. "Estas subidas de preços, naturalmente, vão provocar na indústria algum efeito de substituição e os industriais vão passar a utilizar menos prata onde isso for possível, mais não seja porque os preços que chegam depois ao consumidor são de tal maneira altos que não encontram capacidade de escoamento. E portanto, do lado da indústria, a prata tem essa restrição", explica.

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