Europa fecha melhor mês de setembro desde 2019
Yields das obrigações soberanas europeias mistas com investidores cautelosos
Dólar prolonga perdas devido a risco de “shutdown” nos EUA e valorização das principais divisas
Ouro em alta após máximos históricos, apoiado por perspetiva de cortes da Fed
Petróleo em queda com planos da OPEP+ para novembro
Possível paralisação do Governo dos EUA pesa nas bolsas americanas
Euribor sobe a 3 e 12 meses e desce a 6 meses. Média de setembro avança nos três prazos
Bolsas europeias em queda penalizadas pela energia e saúde
Juros da Zona Euro entre avanços e recuos. Polónia volta a preocupar
Dólar recua antes de possível "shutdown" nos EUA. Iene e franco suíço ganham terreno
Ouro toca nos 3.867 dólares por onça perante risco de "shutdown" nos EUA
Petróleo cai com receios de excesso de oferta e negociações para fim da guerra em Gaza
Ásia fecha sexto mês consecutivo com ganhos. Futuros europeus deslizam
Europa fecha melhor mês de setembro desde 2019
As bolsas europeias fecharam o melhor mês de setembro em seis anos, tudo à boleia do otimismo com a inteligência aritifical, os cortes das taxas de juro nos EUA bem como os resultados empresariais sólidos face às tarifas.
O Stoxx 600, que agrega as principais ações do bloco, subiram 0,48% para 558,18 pontos, tendo no mês valorizado 1,5%, contrariando a tendência deste mês, por norma mais calmo. O "benchmark" está a apenas 1% do seu recorde atingido em março. Entre os 20 setores que compõem o Stoxx 600, os setores de media, retalho e construção foram os que mais deram gás ao índice, ao subirem mais de 1%. Por outro lado, o setor de petróleo e gás caiu 1,6%, à boleia da queda dos preços do crude nos mercados internacionais.
Entre os principais mercados, o DAX de Frankfurt avançou 0,57%, enquanto o CAC-40 de Paris subiu 0,19%. O FTSE 100 de Londres valorizou 0,54%, enquanto em Amesterdão o AEX ganhou 0,11%. O madrileno Ibex saltou mais de 1% e o italiano FTSEMIB ganhou 0,4%.
Ainda assim, instalou-se alguma cautela no mercado diante de uma possível paralisação do governo norte-americano, que pode atrasar a divulgação do relatório da criação de emprego de setembro nesta sexta-feira.
Entre os movimentos empresariais, a retalhista Asos perdeu 4,27% após ter alertado que os lucros anuais ficariam abaixo das expectativas dos analistas, já que a rede de "fast fashion" online está a trabalhar num plano complexo de recuperação.
Já a Puma ganhou 4,6% após o BNP Paribas Exane ter revisto em alta o preço-alvo das ações da retalhista.
As ações da Stora Enso Oyj e da UPM-Kymmene Oyj caíram cerca de 0,3% cada, isto depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter decretado tarifas de 10% sobre as importações de madeira, bem como taxas de 25% sobre armários de cozinha, toucadores e produtos de madeira estofados.
Nas ações ligadas ao petróleo, a TotalEnergies perdeu 2,5% e a BP perdeu 2%.
A Lufthansa mergulhou mais de 7%, ficando mesmo no fundo da tabela do "benchmark", interrompendo cinco sessões de ganhos. A companhia aérea alemã pode entrar em greve depois de o sindicato dos pilotos ter afirmado que seus membros votaram a favor da paralisação.
Yields das obrigações soberanas europeias mistas com investidores cautelosos
As yields das obrigações soberanas europeias oscilaram entre perdas e ganhos ligeiros esta terça-feira, numa sessão em que os investidores contiveram o recurso a ativos de refúgio, embora manifestando cautela com a possível paralisação do governo federal dos EUA.
Os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para o continente europeu, subiram 0,4 pontos base para 2,709%. Já em França e na Alemanha, a subida foi de 0,2 pontos base para 3,532% e de 0,1 pontos base para 3,531%, respetivamente.
Na Península Ibérica, a tendência foi a oposta. Os juros dos títulos de Espanha a 10 anos recuaram 0,6 pontos base para 3,255%, enquanto em Portugal a queda foi de 0,8 pontos base para 3,109%.
Fora da Zona Euro, a yield das Gilts britânicas desceram 0,1 pontos base para 4,698%. Nos EUA, a queda está a ser mais acentuada, com os juros dos Treasuries a caírem 1,2 pontos base para 4,127%.
Dólar prolonga perdas devido a risco de “shutdown” nos EUA e valorização das principais divisas
O dólar continua a recuar esta terça-feira, pressionado pela incerteza política em Washington perante a ameaça de um “shutdown” governamental. A esta hora, o índice do dólar DXY, que acompanha o desempenho da moeda face a um cabaz de divisas, cede 0,10% para 97,805 pontos, acumulando uma queda de cerca de 0,7% nos últimos três dias, segundo a Bloomberg.
Um eventual encerramento paralisará a divulgação de dados cruciais, incluindo o relatório de emprego de setembro, deixando a Reserva Federal sem um dos indicadores mais relevantes da economia norte-americana. “O dólar está a sofrer com o aumento do risco político e a queda do petróleo, com o iene a emergir como o grande beneficiário”, observou Francesco Pesole, estratega do ING.
Entre as principais moedas, o euro avança 0,03% para 1,1731 dólares, enquanto a libra esterlina sobe 0,11% para 1,3444 dólares. Já o iene japonês regista ganhos mais expressivos, com o dólar a cair 0,47% para 147,89 ienes, depois de o Banco do Japão ter sinalizado abertura para uma subida de juros ainda este ano. O franco suíço também valoriza, levando o dólar a perder 0,05% para 0,7973 francos.
Ouro em alta após máximos históricos, apoiado por perspetiva de cortes da Fed
O ouro avança esta terça-feira, depois de ter atingido novos máximos históricos, apoiado pelas expectativas de cortes de juros da Reserva Federal e pela incerteza política nos Estados Unidos. A esta hora, a onça de ouro ganha 0,35% para 3.847,47 dólares.
O metal precioso chegou a valorizar 1%, tocando um novo recorde de 3.871,45 dólares por onça, antes de corrigir devido a realizações de lucros. Apesar do recuo intradiário, o ouro acumula uma valorização de 10,5% em setembro, colocando-se a caminho do melhor mês desde julho de 2020.
A ameaça de um “shutdown” governamental nos EUA e a forte probabilidade, acima de 91%, segundo o FedWatch da CME, de um corte de 25 pontos-base na reunião da Fed em outubro têm sustentado o apetite pelo ativo de refúgio.
O mercado acompanha ainda a divulgação de dados económicos norte-americanos, incluindo o relatório de emprego de sexta-feira, que poderá ser adiado em caso de paralisação parcial do governo. Já o UBS projeta que, no cenário mais otimista, o ouro possa escalar até 4.200 dólares por onça até meados de 2026.
Entre os outros metais preciosos, a prata recua 1,29% para 46,41 dólares, enquanto a platina desce 1,85% para 1.573,77 dólares.
Petróleo em queda com planos da OPEP+ para novembro
Os preços do crude nos mercados internacionais estão a descer esta terça-feira, com a notícia de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) está a planear aumentar a oferta de crude em 137 mil a partir de novembro, a mesma feita em outubro, segundo a Reuters. O cartel reúne-se este domingo e deverá oficializar a decisão.
O mercado está ainda a reagir ao regresso das exportações de "ouro negro" da região do Curdistão iraquiano pela Turquia, que reforçou as expectativas do mercado por um excedente de oferta.
O WTI, referência para os EUA, desce 1,5%, para 62,50 dólares por barril, enquanto o Brent, referência para a Europa, cede 1,24%, para 67,13 dólares.
O Goldman Sachs aponta para cima e antecipa que a OPEP+ aumente as quotas de produção de petróleo em 140 mil barris por dia em novembro.
O mercado tem estado a reagir com cautela nas últimas semanas, equilibrando os riscos de abastecimento, decorrentes principalmente dos ataques de drones da Ucrânia às refinarias russas, bem como pelas expectativas de excesso de oferta - isto depois de a Agência Internacional de Energia, em Paris, ter dito que o mercado petrolífero caminha para um superávit recorde de oferta e procura no próximo ano.
Na frente geopolítica, o presidente dos EUA, Donald Trump, obteve o apoio do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu para uma proposta de paz em Gaza apoiada pelos EUA. No entanto, a posição do Hamas segue incerta.
Possível paralisação do Governo dos EUA pesa nas bolsas americanas
Os três principais índices dos EUA abriram a sessão com perdas moderadas, numa altura em que o mercado pesa uma possível paralisação do Governo federal norte-americano.
Esta terça-feira é dia para concluir o processo de financiamento da administração pública federal – com republicanos e democratas a não se entenderem no Congresso. Os democratas querem prolongar os subsídios por doença e reverter os cortes ao programa Medicaid incluídos na mega lei orçamental de Trump. Poderá ser aprovado, no entanto, um diploma pelo Senado.
Ainda ontem o vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou que este cenário está cada vez mais próximo. O “shutdown” por falta de financiamento da administração pública federal implicaria a dispensa pelo menos temporária de funcionários, a suspensão de alguns serviços e o adiamento de dados como o relatório do emprego, agendados para sexta-feira.
Esta incerteza surge numa altura em que o S&P 500 encaminha-se para fechar o melhor mês de setembro dos últimos 15 anos, à boleia de uma flexibilização monetária por parte do banco e pelo otimismo em torno da inteligência artificial. Esta terça-feira, o S&P 500 desce 0,19% para 6.648,86 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,27% para 22.530,65 pontos e o industrial Dow Jones recua 0,08% para 46.277,02 pontos.
"O maior foco dos mercados estará no mercado laboral dos EUA, que deverá ou confirmar ou desafiar as expectativas por mais dois cortes de juros em 2025", disse Susana Cruz, da Panmure Liberum, à Bloomberg. "Se a paralisação ditar o adiamento dos dados da criação de emprego o mercado deverá ficar mais ansioso", acrescentou.
A UBS Global Wealth Management aconselha os investidores a olharem para lá do 'shutdown' e a focarem-se nestes dados do trabalho.
Os investidores também analisarão os dados das vagas de emprego nos EUA de agosto, que devem mostrar um enfraquecimento da procura por mão de obra.
Nos movimentos empresariais, o Spotify perde quase 3% após a empresa ter nomeado dois novos presidentes executivos enquanto o cofundador da empresa, Daniel Ek, transita para o cargo de presidente do conselho de administração (chairman).
A Tesla recua 1,37%, numa altura em que um número significativo de executivos abandonou os respetivos cargos de liderança nas empresas do império de Elon Musk: a fabricante de elétricos, a SpaceX, a xAI e a rede social X. As tensões internas associadas a uma cultura de trabalho intensa, mudanças estratégicas repentinas e à crescente politização do empresário estarão nas causas das demissões.
Já a Jefferies Financial Group sobe 1,3% depois de ter apresentado a melhor receita fiscal de sempre no terceiro trimestre, impulsionada pelo que a empresa disse ser um ambiente de força para negócios e atividades comerciais em todo o mundo.
Euribor sobe a 3 e 12 meses e desce a 6 meses. Média de setembro avança nos três prazos
A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três e 12 meses e desceu a seis meses em relação a segunda-feira, e termina setembro com a média nos três prazos a subir face a agosto.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,032%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,096%) e a 12 meses (2,193%).
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,096%, menos 0,013 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou, ao ser fixada em 2,193%, mais 0,004 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses também subiu, para 2,032%, mais 0,016 pontos do que na segunda-feira.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Bolsas europeias em queda penalizadas pela energia e saúde
As principais bolsas europeias recuam esta terça-feira, pressionadas pelas perdas nos setores da energia e da saúde, enquanto os investidores acompanham os desenvolvimentos em Washington, onde a ameaça de uma paralisação do governo dos EUA continua a pesar no sentimento dos mercados.
O índice Stoxx 600 desce 0,19% para 554,50 pontos, segundo dados da Bloomberg, interrompendo o balanço positivo de setembro, que ainda assim foi o melhor desde 2019.
Em Madrid, o IBEX soma 0,06% para 15.325,70 pontos, contrariando a tendência, enquanto em Frankfurt o DAX cede 0,02% para 23.739,71 pontos. Paris acompanha as quedas, com o CAC-40 a recuar 0,34% para 7.853,74 pontos. Já Londres vê o FTSE 100 descer 0,22% para 9.279,73 pontos. Amesterdão cai 0,29% para 939,01 pontos e Milão também desvaloriza, com um recuo de 0,22% para 42.461,37 pontos. Em Lisboa, o PSI-20 perde 0,21% para 7.964,85 pontos, alinhado com o tom negativo.
Segundo a Reuters, as ações da energia e da saúde estão entre as mais penalizadas, com a BP e a TotalEnergies a cederem mais de 1%, enquanto a Novo Nordisk e a AstraZeneca deslizam em torno de 1%. A esta hora, o setor do petróleo e gás recua 0,99%, seguida pelas químicas (-0,76%) e setor automóvel (-0,55%). Os únicos ganhos são da banca (+0,21%), da tecnológicas (+0,11%) e dos media (+0,11%).
A Bloomberg destaca ainda a queda de 2,7% da BHP, após notícias de que a China terá ordenado a suspensão das compras de minério de ferro à empresa. Já a britânica ASOS afunda mais de 8% depois de ter alertado que os resultados anuais ficarão no limite inferior das previsões.
Apesar da correção, o Stoxx 600 continua a caminho do terceiro mês consecutivo de ganhos, com um avanço superior a 2% no trimestre. Roland Kaloyan, estratega-chefe do Société Générale, alerta, contudo, que “o crescimento de lucros de dois dígitos esperado para o próximo ano não deverá materializar-se, razão pela qual mantenho a minha meta de final de ano nos 530 pontos”.
Juros da Zona Euro entre avanços e recuos. Polónia volta a preocupar
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro e do Reino Unido registam esta terça-feira movimentos mistos, com maior destaque para as descidas em Portugal e Espanha.
As obrigações alemãs a dez anos, consideradas a referência do mercado europeu, sobem ligeiros 0,2 pontos-base para 2,707%. Em França, os juros mantém-se estáveis em 3,530%, enquanto em Itália recuam 0,2 pontos para 3,528%.
Na Península Ibérica, o alívio é mais visível: a “yield” da dívida portuguesa a dez anos desce 0,8 pontos-base para 3,109%, acompanhada por Espanha, que recua 0,7 pontos para 3,253%. Já no Reino Unido, as taxas seguem em sentido contrário, com uma subida de 0,3 pontos para 4,702%.
Segundo a Bloomberg, a atenção volta-se também para a Polónia, onde o governo prevê que a dívida pública ultrapasse os 55% do PIB em 2028, um limiar que, de acordo com a legislação do país, desencadearia medidas automáticas de austeridade. Apesar dessa perspetiva, a “yield” polaca a dez anos recua cinco pontos-base para 5,46%. “A Polónia precisa de mudar o seu modelo económico para continuar a crescer e suportar os elevados gastos com defesa”, afirmou Rafal Benecki, economista-chefe do ING Bank Slaski, citado pela agência.
Dólar recua antes de possível "shutdown" nos EUA. Iene e franco suíço ganham terreno
O dólar está a recuar esta terça-feira, penalizado pela incerteza política em Washington com o risco de um shutdown do governo norte-americano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda face a um conjunto de divisas, desce 0,16% para 97,743 pontos.
Os investidores temem que uma paralisação governamental atrase a divulgação de dados cruciais como o relatório de emprego de setembro, marcado para sexta-feira, deixando a Reserva Federal “a voar às cegas” na avaliação da economia. “Se o shutdown for breve, a Fed irá ignorá-lo. Mas um prolongamento superior a duas semanas aumenta o risco de desaceleração e reforça a probabilidade de uma postura mais acomodatícia”, comentou Elias Haddad, estratega do Brown Brothers Harriman, citado pela Bloomberg.
Entre as principais divisas, o euro avança 0,20% para 1,1750 dólares, enquanto a libra esterlina sobe 0,15% para 1,3449 dólares. O dólar a cair 0,48% para 147,87 ienes, depois da ata da última reunião do Banco do Japão revelar um debate sobre uma subida de juros ainda este ano. “O dólar sofreu com o aumento do risco de shutdown e com a queda do petróleo, enquanto o iene emergiu como o grande beneficiário”, explicou Francesco Pesole, analista do ING.
O dólar cai ainda 0,29% para 0,7954 francos suíços, embora a moeda helvética se mantivesse estável face ao euro.
Ouro toca nos 3.867 dólares por onça perante risco de "shutdown" nos EUA
O ouro atingiu esta terça-feira novos máximos históricos, apoiado pela procura de ativos de refúgio perante a incerteza política nos Estados Unidos e pela expectativa de novos cortes de juros da Reserva Federal. A esta hora a cotação do metal sobe 0,54%, para 3.854,41 dólares por onça. Já a prata recua 0,41% para 46,83 dólares e a platina cede 0,27% para 1.599,10 dólares.
O ouro está em vias de registar o melhor mês em quase 16 anos, acumulando uma valorização de 12,3% só em setembro. “O risco de shutdown cria uma névoa de incerteza sobre o mercado, que tem acelerado os ganhos do ouro”, afirmou Tim Waterer, analista da KCM Trade. O especialista acrescentou que a fasquia dos “4.000 dólares já parece um objetivo viável até ao final do ano”, apoiada num cenário de juros mais baixos e de tensões geopolíticas persistentes.
Segundo dados da Bloomberg, o metal chegou a tocar os 3.867,25 dólares por onça nesta madrugada, superando o máximo da véspera, num movimento alimentado pelo impasse entre a administração norte-americana e o Congresso sobre o financiamento do governo. “O ouro não costuma reagir a negociações de última hora sobre shutdowns, mas também não estava num rally tão intenso como agora”, sublinhou Nicky Shiels, estratega da MKS PAMP SA.
Os investidores acompanham também os sinais da política monetária da Fed. Segundo a Reuters, os mercados atribuem cerca de 89% de probabilidade a um corte de 25 pontos-base já em outubro. O presidente da Fed de St. Louis, Alberto Musalem, admitiu estar aberto a reduções adicionais, mas alertou para a necessidade de cautela para não descurar a inflação.
Ao mesmo tempo, os fundos cotados em ouro registaram novos fluxos. O SPDR Gold Trust, o maior ETF mundial suportado em ouro, aumentou as suas reservas para o nível mais alto desde julho de 2022.
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