Europa divide-se entre ganhos e perdas com investidores atentos a rumo da política monetária
Juros das dívidas soberanas europeias fecham com alívios em toda a linha
Dólar sem grandes alterações antes de reunião de política monetária
Ouro avança e prata fixa novo máximo histórico com "traders" a prever corte da Fed
Petróleo cede com "traders" atentos a negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia
Wall Street negoceia sem rumo definido em véspera de decisão da Fed
Taxa Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
Europa sem rumo apesar de grandes valorizações no setor da defesa. ThyssenKrupp afunda 13%
Juros agravam-se na Zona Euro após sessão de grandes subidas
Dólar estável com expecativas em torno da Fed e do BCE a seguirem caminhos opostos
Ouro em queda com investidores à espera de uma Fed mais "hawkish"
Petróleo estabiliza após pior sessão em três semanas. Previsões para 2026 em foco
Ásia tropeça com política monetária em foco. Europa aponta para ganhos
Europa divide-se entre ganhos e perdas com investidores atentos a rumo da política monetária
Os principais índices europeus fecharam a sessão desta terça-feira entre ganhos e perdas, num dia em que o português PSI registou mesmo o pior desempenho entre os seus pares europeus. A pressionar o sentimento dos investidores estão preocupações sobre o futuro rumo da política monetária no Velho Continente, depois de afirmações de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE).
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – recuou 0,10%, para os 577,77 pontos. Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,49%, o espanhol IBEX 35 ganhou 0,13%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,33%, o francês CAC-40 perdeu 0,69%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,03% e o neerlandês AEX somou 0,21%.
O setor da defesa esteve em destaque nas negociações, à medida que a Alemanha se prepara para autorizar um volume recorde de encomendas de equipamentos e serviços militares. Os legisladores da maior economia europeia deverão aprovar em breve 29 contratos num valor recorde de 52 mil milhões de euros na próxima semana.
Empresas do setor como a Rheinmetall (+4,01%), a Leonardo (+2,46%) e a Thales (+2,60%) beneficiaram deste anúncio.
Entre outros setores, as cotadas da área das energias renováveis, incluindo a Nordex (+2,17%), acabaram por ganhar terreno, depois de uma juíza federal norte-americana ter decidido que a ordem executiva do Presidente Donald Trump que proíbe novos projetos eólicos é ilegal.
Apesar do bom desempenho destes setores, os índices europeus foram pressionados por preocupações sobre o ritmo da flexibilização monetária pelos bancos centrais a nível global, enquanto se espera que a Reserva Federal (Fed) norte-americana avance com um corte das taxas diretoras já amanhã. Por cá, os investidores estão a começar a apostar na possibilidade de um aumento das taxas de juros pelo BCE no próximo ano, depois de Isabel Schnabel ter apontado para essa possibilidade.
“Os comentários de Schnabel são um pouco surpreendentes, dado o atual crescimento económico moderado tanto na Alemanha como na Europa”, disse à Bloomberg Vincent Juvyns, do ING.
Quanto aos movimentos do mercado, a Thyssenkrupp cedeu quase 7% depois de o grupo siderúrgico e de engenharia ter anunciado que espera registar prejuízos no atual ano financeiro, afetado, inclusive, pela fraqueza persistente no setor automóvel.
Juros das dívidas soberanas europeias fecham com alívios em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram alívios em toda a linha na sessão desta terça-feira, com os investidores a mostrarem um menor apetite pelo risco, num dia em que os principais índices bolsistas do Velho Continente oscilaram entre ganhos e perdas.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 2 pontos-base, para 3,157%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade seguiu a mesma tendência e caiu 2,4 pontos, para 3,307%.
Já os juros da dívida soberana italiana cederam 1,8 pontos, para 3,542%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa caiu 2,8 pontos-base, para os 3,553%, enquanto os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 1,2 pontos, para os 2,847%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, registaram um alívio de 2,4 pontos-base, para 4,503%.
Dólar sem grandes alterações antes de reunião de política monetária
O dólar está a negociar sem grandes alterações esta tarde, antes da esperada redução das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O índice do dólar DXY - que mede a força da divisa face às principais concorrentes - segue a avançar 0,10%, para os 99,183 pontos.
E numa altura em que vários bancos centrais – da Austrália à Europa - começam a sinalizar que o ciclo de flexibilização da política monetária nos respetivos países poderá estar a chegar ao fim, os “traders” estão a reduzir as expectativas de cortes nas taxas diretoras da Fed em 2026. Isto também à medida que aumenta o ceticismo de que Kevin Hassett - o favorito para suceder a Jerome Powell na liderança do banco central dos EUA - se revele tão “dovish” como esperado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
A esta hora, o dólar avança 0,48%, para os 156,670 ienes.
Já o euro desliza 0,03%, para os 1,633 dólares, depois de Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, ter dito à Bloomberg News que o próximo movimento do banco central poderá ser um aumento das taxas de juros, mas acrescentou que tal não aconteceria num futuro próximo.
Também pela Europa, a libra recua 0,13% para os 1,331 dólares.
Ouro avança e prata fixa novo máximo histórico com "traders" a prever corte da Fed
Os preços do ouro negoceiam com ganhos esta tarde, à medida que os “traders” mantêm o otimismo que a Reserva Federal (Fed) norte-americana irá avançar com um corte de juros nesta quarta-feira.
O metal amarelo avança 0,18% para os 4.198,240 dólares por onça.
"Há expectativa de outro corte de 25 pontos-base nas taxas, o que geralmente é otimista para o ouro", disse à Reuters Bob Haberkorn, da RJO Futures.
A reunião de política monetária de dois dias da Fed começa hoje e termina com uma decisão na quarta-feira. Dados recentes mostram que a inflação continua persistente e acima da meta de 2% da Fed, mesmo com os indicadores secundários a sugerirem que o mercado de trabalho está a começar a arrefecer em alguns setores.
O ouro, por não render juros, tende a ter um melhor desempenho num ambiente de taxas diretoras mais baixas.
A par do ouro, também a prata regista ganhos na sessão de hoje e valoriza 2,32%, para 59,505 dólares por onça, depois de ter fixado um novo máximo histórico há instantes nos 59,518 dólares por onça.
Petróleo cede com "traders" atentos a negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia
Os preços do petróleo negoceiam com desvalorizações contidas nesta terça-feira, após uma queda de cerca de 2% na sessão anterior, com os investidores atentos às negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia, entre preocupações com um excesso de oferta de crude e antes da decisão de política monetária nos EUA.
O WTI - de referência para os EUA – desvaloriza 0,41% para os 58,64 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a perder 0,22% para os 62,37 dólares por barril.
A Ucrânia vai partilhar com a Administração Trump um plano de paz revisto, após as negociações em Londres entre o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e os líderes das maiores economias europeias.
Nesta linha, “se as negociações fracassarem, esperamos que o petróleo suba, ou se houver progressos e houver a possibilidade de o abastecimento russo ao mercado global de energia ser retomado, os preços deverão cair”, disse à Reuters Tim Waterer da KCM Trade.
De acordo com fontes familiarizadas com o tema citadas pela agência de notícias, os países do G7 (Grupo dos Sete) e a União Europeia estão em negociações para substituir o limite de preços às exportações de petróleo russo por uma proibição das exportações de "ouro negro" do país por via marítima, numa tentativa de reduzir e pressionar ainda mais as receitas petrolíferas da Rússia.
Noutro ponto, o próximo indicador-chave a que os “traders” estarão atentos será o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o mercado petrolífero de dezembro, publicado no próximo dia 11, que prevê um excedente recorde no mercado petrolífero em 2026, tal como destacado em relatórios anteriores.
Em destaque estará também a decisão de política monetária da Fed, prevista para esta quarta-feira, com os mercados a apontarem para uma probabilidade de 87% de uma redução de 25 pontos-base nas taxas diretoras. Juros mais baixos são normalmente um fator positivo para a procura de petróleo.
Wall Street negoceia sem rumo definido em véspera de decisão da Fed
Os principais índices norte-americanos negoceiam sem rumo definido nesta terça-feira, numa sessão em que os investidores parecem não querer avançar com grandes apostas antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana durante o dia de amanhã.
O “benchmark” S&P 500 desliza 0,05%, para os 6.843,08. Já o Nasdaq Composite perde 0,37% para os 23.457,89 pontos. O Dow Jones, por sua vez, valoriza 0,19% para os 47.832,02.
Com a reunião de dezembro da Fed a arrancar hoje, e numa altura em que os mercados dão como praticamente certo uma nova flexibilização dos juros diretores, para o futuro próximo, os investidores parecem estar agora mais cautelosos. Preveem dois ou menos cortes em 2026 – um recuo em relação às previsões mais otimistas das últimas semanas. Isto à medida que vários bancos centrais, desde a Austrália até ao Banco Central Europeu (BCE), já vão apontando para o fim do ciclo de alívios da política monetária.
E a par da decisão de política monetária da Fed, “os investidores também estarão a acompanhar de perto os resultados da Oracle e da Broadcom”, divulgados nesta quarta e quinta-feira, respetivamente, disse à Bloomberg Vincent Juvyns, do ING, acrescentando que “há muito em jogo esta semana”.
Pelos EUA, são conhecidos ainda importantes dados económicos esta semana que vão desde números do mercado laboral até à balança comercial de setembro da maior economia mundial.
Entre os movimentos do mercado, a Nvidia segue a ceder cerca de 0,80% - já depois de ter registado ganhos no pré-mercado -, após o Presidente Donald Trump ter concedido à fabricante de chips permissão para exportar os seus semicondutores de última geração, os H200, para a China.
Os investidores também seguem a acompanhar de perto a disputa entre a Paramount Skydance (-3%) e a Netflix (+0,15%) pela Warner Bros, que continua a impulsionar as ações da histórica empresa de Hollywood. A esta hora, as ações da Warner Bros. ganham mais de 1,30%.
Entre as restantes “big tech”, a Meta recua 1,48%, a Apple ganha 0,51%, a Alphabet cede 0,27%, a Amazon recua ligeiros 0,018% e a Microsoft perde 0,41%.
Taxa Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses, atingindo os valores mais altos em mais de seis meses.
A taxa a três meses subiu para 2,088%, face a 2,069% de segunda-feira, e permaneceu abaixo das taxas a seis (2,168%) e a 12 meses (2,268%).
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,168%, acima dos 2,150% de segunda-feira.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou para 2,268%, face aos 2,246% anteriores.
No caso do prazo mais curto, atingiu o valor mais alto desde maio, enquanto a seis e a 12 meses foram atingido os maiores valores diários desde abril.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário e a sua evolução está relacionada com as taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE).
Em Portugal, a Euribor a 12 meses, que foi a mais utilizada durante quase dois anos, até abril, representou, em outubro, 35,6% do montante das novas operações com taxa variável, enquanto a Euribor a três meses subiu para 5,7%. As operações com Euribor a seis meses representaram mais de metade (55,6%).
Em termos do 'stock' total de empréstimos à habitação, a Euribor a seis meses representava 38,5%, a Euribor a 12 meses 31,8% e a três meses 25,2%.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 e 18 de dezembro, em Frankfurt.
Em 30 de outubro, o BCE manteve as taxas diretoras, pela terceira reunião de política monetária consecutiva, como tinha sido antecipado pelo mercado e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Europa sem rumo apesar de grandes valorizações no setor da defesa. ThyssenKrupp afunda 13%
As principais praças europeias estão a negociar divididas entre ganhos e perdas, apesar das grandes valorizações registadas no setor da defesa, que se prepara para receber um investimento recorde por parte da Alemanha. A maior economia europeia deverá dar, ainda esta semana, "luz verde" a 29 contratos de aquisição de equipamento e serviços militares, que, juntos, perfazem 52 mil milhões de euros.
A esta hora, o Stoxx 600, principal índice europeu, está praticamente inalterado, recuando 0,01% para 578,39 pontos, mantendo-se, mesmo assim, a menos de 10 pontos dos máximos históricos atingidos no arranque de novembro. Um índice da Bloomberg que agregara uma série de cotadas do setor da defesa acelera quase 2%, com as alemãs Hensoldt e Rheinmetall a dispararem 7% e 4%, respetivamente.
O setor energético está também em foco esta terça-feira, depois de uma juíza federal no Distrito de Massachusetts ter anulado a ordem executiva do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que suspendia as aprovações de projetos de energia eólica em terrenos e águas federais. Em reação à notícia, a Vestas Wind Systems chegou a acelerar quase 2%, tendo entretanto reduzido os ganhos para 0,34%, enquanto a portuguesa EDP Renováveis valoriza quase 1%.
No entanto, e apesar do otimismo nestes setores, o Stoxx 600 está a ter dificuldade de permanecer à tona esta terça-feira, pressionado pelas perspetivas mais pessimistas em relação ao futuro da política monetária tanto nos EUA como na Zona Euro. Os mercados começaram a incorporar uma subida nas taxas de juro para o final do próximo ano, depois de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), ter afirmado que está "confortável" com a ideia de que o próximo movimento seja de subida das taxas de juro.
"Os comentários de Schnabel são um pouco surpreendentes, dado o atual crescimento económico moderado tanto na Alemanha como na Europa", explica Vincent Juvyns, estratega-chefe de investimentos do ING, à Bloomberg. "Dada toda a tensão nos mercados obrigacionistas globais neste momento, a reunião da Fed poderá pôr mais lenha na fogueira", afirma.
Entre as principais movimentações de mercado, a ThyssenKrupp, que chegou a cair mais de 13%, desliza agora 8,93% para 8,70 euros, depois de o grupo industrial ter revelado que antecipa prejuízos para este ano fiscal, com as contas a serem pressionadas pela fraqueza no setor automóvel e por pesados custos de restruturação.
Juros agravam-se na Zona Euro após sessão de grandes subidas
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta terça-feira, depois de terem registado subidas significativas na sessão anterior, com os investidores a digerirem os comentários de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), que disse estar confortável com a ideia de que o próximo movimento seja de subida das taxas de juro.
A "yield" das obrigações alemãs a dez anos, de referência no Velho Continente, avança 1,3 pontos base para 2,873% - o valor mais elevado desde meados de março. Os juros da dívida francesa sobem 1,7 pontos para 3,598%, enquanto, em Itália, a subida é de 2,1 pontos para 3,580%.
Por cá, os juros das obrigações portuguesas a dez anos agravam-se em 1,7 pontos para 3,194%, a par com Espanha que está a ver a "yield" com a mesma maturidade somar 1,8 pontos para 3,348%.
Fora da Zona Euro, mantém-se a tendência de agravamento, com os juros das "Gilts" britânicas na maturidade de referência a acelerar 1,7 pontos-base para 4,543%.
Dólar estável com expecativas em torno da Fed e do BCE a seguirem caminhos opostos
O dólar está a negociar praticamente inalterado face ao euro e à libra esta terça-feira, embora registe avanços mais expressivos contra o iene, numa altura em que a política monetária continua em foco e os investidores avaliam os próximos passos da Reserva Federal (Fed) norte-americana após o tão esperado corte de 25 pontos-base que deverá ser anunciado nesta quarta-feira.
A esta hora, o euro recua 0,02% para 1,1635 dólares e a libra avança 0,05% para 1,3328 dólares. Ao contrário da Fed, o Banco Central Europeu (BCE) deve dar por terminado o mais recente ciclo de alívio da política monetária, com o mercado a antecipar um total de zero cortes nas taxas de juro no próximo ano. Em cima da mesa está mesmo uma nova subida nos juros diretores, depois de Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do banco central, ter afirmado estar "confortável" com um aperto monetário.
Já face à divisa nipónica, o dólar avança 0,23% para 156,28 ienes, impulsionado por uma revisão em baixa do número de cortes nos juros que o mercado antecipa para a economia norte-americana. Enquanto na semana passada os investidores previam três alívios de 25 pontos-base em 2026, a expectativa está agora em apenas dois cortes por parte da Fed - uma narrativa de maior cautela por parte do banco central que pode sair reforçada com o "dot plot" (mapa trimestral que mostra como cada representante estima as mexidas nos juros diretores) de dezembro.
"Numa economia que não se está a desmoronar e com uma inflação relativamente moderada, a Fed pode sentir-se confortável em reduzir as taxas de juro, sem prometer nem garantir novas medidas no futuro", explica Juan Perez, diretor de negociação da Monex USA, à Reuters. "É difícil imaginar que os responsáveis políticos estejam a planear muito o futuro, quando ainda precisam de olhar para o passado para avaliar melhor onde estamos", acrescenta, referindo-se à escassez de dados provocado pela paralisação mais longa da história dos EUA.
Ouro em queda com investidores à espera de uma Fed mais "hawkish"
A onça de ouro está a negociar em território negativo esta terça-feira, numa altura em que os investidores antecipam um tom mais "hawkish" (ou seja, de maior prudência) por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana, após um provável corte de 25 pontos base nas taxas de juro já esta quarta-feira.
A esta hora, o metal precioso cai 0,26% para 4.179,96 dólares por onça, afastando-se um pouco dos máximos históricos conseguidos em outubro, mês em que tocou nos 4.381,58 dólares. Apesar de estar com dificuldades em arranjar novos catalisadores, o ouro já valorizou mais de 55% desde o arranque do ano - um desempenho só superado por metais como a platina e a prata, com esta última a tocar num novo valor recorde de 59,32 dólares por onça na sexta-feira.
Com a política monetária em foco, os investidores estão a ajustar posições e à procura de novas pistas sobre o que a Fed vai fazer com as taxas de juro em 2026. Neste momento, os mercados antecipam apenas dois cortes nos juros diretores no próximo ano, abaixo dos três da semana passada, numa altura em que o cenário económico nos EUA continua bastante enublado devido ao mais recente "shutdown", que paralisou o Governo federal durante 43 dias.
O gabinete de estatística laborais norte-americano só vai lançar os dados da criação de emprego de outubro e novembro na quinta-feira, já depois da tão aguardada reunião da Fed, o que deixa o banco central com menos instrumentos para "medir o pulso" àquela que é a maior economia do mundo. Dados do setor privado continuam a apontar para um mercado laboral em enfraquecimento, o que, em teoria, dá argumentos à autoridade monetária para cortar os juros, mas o país continua a enfrentar grandes pressões inflacionistas.
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