Europa termina dia no vermelho e só Londres resiste às perdas. Petróleo também recua

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
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Fábio Carvalho da Silva e Sílvia Abreu 28 de Dezembro de 2022 às 17:55
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Europa aponta para vermelho. Na Ásia só Hong Kong ganhou pontos

Depois de arrancar a última semana do ano no verde, a Europa aponta esta quarta-feira para um início de sessão em terreno negativo, numa altura em que os investidores se preparam para fechar 2022 com perdas e antecipam as dificuldades do próximo ano.

 

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 perdem 0,2%.

 

Na Ásia, o sentimento também foi predominantemente negativo, tendo acompanhado as perdas do S&P 500 em Wall Street.

Pela China, Xangai desvalorizou 0,2% enquanto Hong Kong valorizou 1,3% na primeira sessão desta semana do Hang Seng. No Japão, o Nikkei caiu 0,41% e o Topix perdeu 0,1%. Por fim, na Coreia do Sul o Kospi desvalorizou 2,24%.

 

A nível global, o mercado acionista deve terminar o ano com a maior queda desde 2008, enquanto o índice do mercado obrigacionista deve terminar o ano a perder 16%. O ano foi marcado pela aceleração da inflação, a guerra na Ucrânia e a condução das políticas monetárias restritivas por parte dos bancos centrais.

 

Os investidores ponderam agora a hipótese – já admitida por várias casas de investimento - de recessão no próximo ano em várias economias, incluindo a Zona Euro.

Petróleo desliza após decreto de Putin. Gás a caminho de pior ciclo de perdas deste ano

O petróleo desvaloriza depois de a Rússia ter dado seguimento ao plano já anunciado de proibir as exportações de ouro negro russo a de 1 de fevereiro do próximo ano para países que aplicarem o tecto aos preços do barril daquele país.

 

O West Texas Intermdiate (WTI) – referência para os EUA - perde 0,31% para 79,28 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – negociado em Londres – desvaloriza 0,57% para 83,85 dólares por barril.

 

O presidente russo, Vladimir Putin, baniu as exportações de crude e de produtos petrolíferos aos compradores estrangeiros que adiram ao limite máximo de preços imposto pelo G7 e pela União Europeia no âmbito das sanções a Moscovo pela invasão da Ucrânia. Vladimir Putin já tinha ameaçado que o faria e assim o fez.

 

A restrição à venda de crude russo "aplica-se aos contratos de fornecimento que apliquem, direta ou indiretamente, o mecanismo de estabelecimento de um tecto aos preços", diz o decreto publicado e assinado esta terça-feira por Putin.

"A proibição aplica-se em todas as etapas do processo até ao comprador final", refere o documento, citado pela Bloomberg. O decreto de Putin não enuncia os países para onde o crude e os produtos petrolíferos russos não poderão ser exportados.

No mercado do gás, a matéria-prima negociada em Amesterdão e que serve de referência para o mercado europeu (TTF) cai 3,8% para 76,50 euros por megawatt-hora, depois de ter chegado a perder mais de 4%.

 

O gás TTF segue assim para o oitavo dia de perdas, estando prestes a fechar a pior sequência de quedas diária este ano.

Os preços estão a ser aliviados sobretudo pelas previsões meteorológicas da Maxar Technologies que apontam para que a temperatura na Europa fique acima da média durante mais duas semanas.

 

O vento também está a ajudar, estando algumas centrais eólicas na Alemanha a registar níveis quase recorde de produção de energia, o que acaba também por pressionar os preços do gás europeu.

Metais preciosos perdem brilho

O ouro segue a desvalorizar corrigindo a subida de mais de 1% desta terça-feira provocada pelo anúncio do alívio da política "covid zero" na China.

 

O metal amarelo segue a cair 0,30% para 1.808,24 dólares a onça, mantendo-se ainda assim acima da fasquia dos 1.800 dólares por onça. Prata, platina e paládio seguem esta tendência negativa.

 

Esta queda sucede uma negociação em alta, motivada pela esperança da reabertura da economia chinesa – a maior consumidora de ouro do mundo.

 

Por outro lado, os investidores mantém-se de olhos postos no futuro e na possibilidade da continuação das políticas monetárias restritas no próximo ano, o que por norma penaliza o metal amarelo.

Euro e dólar na linha d'água. Iene alivia ao som do Banco do Japão

O euro segue a negociar na linha d'água (0,04%) para 1,0644 dólares. O volume de negociação do par tende a ser menor do que o habitual, já que o calendário se aproxima das festas de Ano Novo.

 

Também o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – negoceia na linha d'água (0,06%) para 104,237 pontos.

 

O grande protagonista desta sessão no mercado cambial é o iene. A moeda japonesa segue a cair 0,48% para 0,0075 dólares, depois de um membro do conselho do Banco do Japão ter reforçado a ideia da condução de uma política monetária "dovish".

 

As declarações surgiram numa altura em que o banco central se dispôs a comprar dívida a dois e cinco anos, além das habituais compras de obrigações a dez anos. 

Juros aliviam na Zona Euro. "Yield" italiana procura tendência

Os juros seguem sobretudo a aliviar na Zona Euro depois de a última sessão ter sido marcada por um agravamento expressivo das "yields" da região. Os juros da dívida italiana ainda estão à procura de tendência.

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos perde 3,7 pontos base para 2,474%, depois de esta terça-feira ter alcançado máximos de nove anos.

 

Já os juros da dívida italiana a dez anos agravam 0,1 pontos base para 4,6%.

 

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a dez anos subtrai 2,2 pontos base para 3,461%, enquanto os juros das obrigações espanholas a dez anos aliviam 2,7 pontos base para 3,533%.

Europa arranca a sessão mista. Londres volta a negociar após quadra de Natal

A Europa arrancou a sessão de forma mista, tendo esta quarta-feira sido a primeira sessão da bolsa londrina desta semana, já que a praça esteve encerrada devido à quadra natalícia.

 

O Stoxx 600 – que reúne as 600 principais empresas do bloco – negoceia na linha d'água (0,03%) para 428,13 pontos, numa altura em que os investidores continuam a reagir à reabertura da economia chinesa. Entre os 20 setores que compõe o índice de referência europeu, produtos químicos e saúde são os que mais pressionam.

 

O "benchmark" europeu caiu 12% este ano e está prestes a fechar 2022 a registar os piores retornos em quatro anos, pressionado pela inflação, o medo em torno de uma possível recessão e as políticas monetárias restritivas dos bancos centrais, incluindo do Banco Central Europeu (BCE).

 

Nas restantes praças europeias, Londres estreia a semana a subir 0,69% enquanto Madrid soma 0,10%. Já Frakfurt perde 0,28% e Paris derrapa 0,17%. Por sua vez, Amesterdão cai 0,42% e Milão perde 0,19%.

 

"Esta é uma semana de transição, após um ano muito complicado sobretudo para [os investimentos com] rendimentos fixos", comentou Diego Fernández, diretor de Investimentos do banco A&G em Madrid, em declarações à Bloomberg. Para 2023, o especialista espanhol confessa-se "otimista com as carteiras que podemos construir, já que as estimativas de retornos para muitos ativos são atrativas".

 

Euribor sobem a três, seis e a 12 meses para novos máximos desde 2008 e 2009

As taxas Euribor voltaram hoje a subir a três, a seis e a 12 meses, para novos máximos desde janeiro de 2009 no caso dos dois prazos mais curtos e desde dezembro de 2008 no prazo mais longo.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, pela oitava sessão consecutiva, para 2,752%, mais 0,049 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.

A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro, estando a média no atual mês nos 2,545%.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

No prazo de 12 meses, a Euribor também subiu hoje, pela oitava sessão consecutiva, ao ser fixada em 3,325%, mais 0,060 pontos do que na terça-feira e um novo máximo desde dezembro de 2008.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro. No corrente mês, encontra-se nos 2,990%.

Já a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou 0,074 pontos, ao ser fixada em 2,202%, atingindo um novo máximo desde janeiro de 2009.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro. Para o mês de dezembro, a média está nos 2,054%.

As Euribor começaram a aumentar mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na última reunião de política monetária, em 15 de dezembro, o BCE aumentou em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, desacelerando assim o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE tinha aumentado pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Wall Street abre no verde com alívio na China a dar algum otimismo

As bolsas norte-americanas abriram no verde, ainda que com ligeiros ganhos, numa semana que tem sido marcada por alguma volatilidade. O tecnológico Nasdaq Composite, que ontem perdeu mais de 1%, é esta quarta-feira o que mais sobe.

O "benchmark" S&P 500 sobe 0,30% para os 3.840,71 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valoriza 0,26% para 33.327,70 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,51% para os 10.405,87 pontos. 

A Tesla, que ontem pesou no S&P 500 e no Nasdaq com uma queda de mais de 11%, abriu esta quarta-feira a corrigir, impulsionada por investidores que estão a aproveitar a cotação mais barata dos títulos, os chamados "dip buyers".

O alívio das medidas de combate à pandemia na China está também a oferecer algum otimismo aos investidores na reta final deste ano, que se mostrou duro para os mercados financeiros.

A Tesla, que ontem pesou no S&P 500 e no Nasdaq com uma queda de mais de 11%, abriu esta quarta-feira a corrigir, impulsionada por investidores que estão a aproveitar a cotação mais barata dos títulos, os chamados "dip buyers".

O alívio das medidas de combate à pandemia na China está também a oferecer algum otimismo aos investidores na reta final deste ano, que se mostrou duro para os mercados financeiros.

Ouro segue em correção e desvaloriza

O ouro está a desvalorizar, seguindo assim num movimento de correção depois de na terça-feira ter registado ganhos acima de 1% e um máximo de seis meses. Ainda assim, o metal amarelo negoceia acima da fasquia dos 1.800 dólares por onça.

O ouro recua 0,57% para 1.803,38 dólares por onça.

"Ainda vejo, no curto prazo, a subida das taxas de juro por parte da Fed como um vento contra o ouro, mas uma vez que a economia norte-americana desacelere e a Fed indique que terminou a subida dos juros diretores, esperamos um ambiente mais favorável para o metal amarelo", explicou o analista da UBS Giovanni Staunovo à CNBC.

Euro ganha face ao dólar, mas nota verde sobe a máximos de uma semana face ao iene

O euro está a valorizar face ao dólar e soma 0,17% para 1,0658 dólares, numa semana em que o volume de negociação tende a ser menor com o aproximar das festividades do ano novo.

Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – desvaloriza 0,13% para 104,048 pontos.

Ainda assim, o dólar negoceia em máximos de uma semana face ao iene. A nota verde sobe 0,41% para 134,032 ienes. Isto depois de um membro do conselho do Banco do Japão ter reforçado a ideia da condução de uma política monetária "dovish".

Já a libra caminha para a maior subida em duas semanas face ao dólar, com as bolsas a retomarem a negociação esta quarta-feira. A moeda britânica avança 0,51% para 1,2088 dólares.

Petróleo recua com casos de covid na China a preocuparem

Os preços do petróleo estão a negociar em terreno negativo, com os investidores receosos com o aumento de casos de covid-19 na China – que é o maior importador mundial de crude.

 

A China vai flexibilizar as suas restrições no âmbito do combate à covid-19, mas o crescente número de novas infeções está a preocupar o mercado, que está a avaliar até que ponto é que isso afetará um potencial aumento da procura por petróleo.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 2,64% para 77,43 dólares por barril.

 

Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 2,63% para 82,10 dólares.

Juros da Zona Euro mistos, em dia de menor volume de negociação

Os juros da Zona Euro encerraram o dia sem rumo definido, numa semana de menor volume de negociação.

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos recuou 2,6 pontos base para 2,486%, depois de esta terça-feira ter alcançado máximos de nove anos.

Já os juros da dívida italiana a dez anos agravaram-se em 0,6 pontos base para 4,606%, seguindo o rumo verificado na terça-feira.

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a dez anos subiu uns ligeiros 0,2 pontos base para 3,485%, enquanto os juros das obrigações espanholas na mesma maturidade aliviaram 0,6 pontos base para 3,554%.

Europa termina dia no vermelho. Apenas Londres resiste às perdas

As principais praças europeias terminaram o dia em terreno negativo, com os ganhos a desaparecerem no final da sessão depois das autoridades de saúde italianas terem anunciado que vão testar chegadas da China para a Covid-19, depois de terem descoberto que mais de metade dos passageiros em dois voos carregavam a doença.

O índice de referência, Stoxx 600, encerrou a perder 0,13% para 427,46 pontos. Entre os 20 setores que compõe o índice, a tecnologia e as viagens foram os que registaram as maiores perdas, ainda assim abaixo de 1%.

O "benchmark" caiu 12% este ano e está prestes a fechar 2022 com a pior performance desde 2018, pressionado pela inflação e respetiva subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais por todo o mundo.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 0,5%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,61%, o italiano FTSEMIB recuou 0,36% e o espanhol IBEX 35 cedeu 0,14%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,89%.

Já o britânico FTSE 100 subiu 0,32%.

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