Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e o Irão
Marcelo garante que Portugal não teve conhecimento prévio de ataque dos EUA ao Irão
Trump quer "paz e harmonia" no Médio Oriente após retaliação iraniana
Petróleo afunda cerca de 7% após ataque do Irão ser encarado como simbólico
Teerão reivindica ataque contra base dos EUA no Qatar
Irão ataca base militar dos EUA no Qatar
Europa fecha com perdas contidas à espera de retaliação iraniana aos EUA
Juros da dívida da Zona Euro recuam. Tensão no Médio Oriente aumenta procura de ativos seguros
Irão promete responder "de forma proporcional e decisiva" a ataques dos EUA
Dólar volátil recupera com maior procura enquanto ativo refúgio
Ouro entre ganhos e perdas à espera da resposta de Teerão
Petróleo cede quase 1%. Queda coincide com apelos de Trump para manter "preços baixos"
"Mantenham os preços do petróleo baixos!", apela Trump
Wall Street cede na abertura. Conflito no Médio Oriente com efeitos contidos
Petróleo avança 1%. Mercado acredita que Irão vai ceder e aceitar acordo de paz
Para os vários líderes mundiais, o “único caminho é a diplomacia”
Rússia vai apoiar o Irão. Putin diz que ataque dos EUA foi "infundado"
Irão chama a Trump de "gambler" e deixa o alerta: "Seremos nós a pôr fim" à guerra
UE alerta para risco de fecho do estreito de Ormuz
Euribor desce a três e a 12 meses e sobe a seis meses
Bolsas europeias sem rumo à espera de farol no Médio Oriente
Juros na Zona Euro agravam-se de olhos postos no Irão
Petróleo atenua escalada com mercados à espera de resposta do Irão
Ouro cede apesar de escalada no Médio Oriente. Dólar é o refúgio preferido
Guerra no Médio Oriente atira Ásia e Europa para o vermelho. China escapa
Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e o Irão
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Israel e o Irão chegaram a acordo para um cessar-fogo "total e completo" dentro de algumas horas, de acordo com uma publicação na sua rede social.
Depois de o Irão e Israel darem início às trèguas, "o fim oficial da guerra de 12 dias será saudado pelo mundo", escreveu na Truth Social.
Trump especifica que o acordo entrará em vigor de cerca de seis horas depois da publicação (pelas 05:00, hora de Lisboa), quando Israel e o Irão "reduzirem e completarem as missões finais que têm em curso".
Primeiro será o Irão a entrar em cessar-fogo, seguido por Israel passadas 12 horas. "Durante cada cessar-fogo, o outro lado vai manter-se pacífico e respeitoso", disse Trump.
"Caso tudo funcione como deve ser, o que vai acontecer, gostaria de congratular ambos os países por terem a energia, a coragem e a inteligência" para terminarem com a guerra, escreveu Trump.
"Esta é uma guerra que poderia ter durado anos e destruído o Médio Oriente", conclui Trump, e isso "nunca acontecerá".
O anúncio surge depois de os EUA terem atacado instalações nucleares do Irão durante o fim de semana e de os iranianos terem ripostado com um ataque de mísseis esta segunda-feira sobre uma base norte-americana no Qatar.
Marcelo garante que Portugal não teve conhecimento prévio de ataque dos EUA ao Irão
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu esta segunda-feira que está em sintonia com o Governo em matéria de política externa e assegurou que Portugal não teve conhecimento prévio do ataque dos Estados Unidos ao Irão.
"A posição do Presidente da República é muito simples, está em sintonia com o Governo, não há uma política externa do Presidente e outra do Governo," afirmou Marcelo, em resposta aos jornalistas em Luanda, questionado sobre o pedido de explicações do Irão a Portugal face à utilização da Base das Lajes.
Sublinhando que Portugal não teve conhecimento prévio do ataque deste fim de semana e que a utilização da Base das Lajes pelos Estados Unidos decorreu de um pedido "normal" no âmbito de um acordo bilateral, Marcelo frisou que Portugal mantém uma posição de "contenção" e aposta na "via diplomática" face à escalada entre Israel e Irão.
"Estamos na linha da posição do Secretário-Geral das Nações Unidas, de vários dirigentes europeus, nomeadamente o Presidente do Conselho Europeu: primeiro, preocupação com a gravidade da situação; segundo, apelo à contenção de todos os intervenientes; terceiro, que seja reaberta a via diplomática," resumiu.
O Presidente da República explicou que foi informado pelo Executivo sobre o pedido dos EUA para estacionar aeronaves de reabastecimento na base dos Açores, mas garantiu que não houve qualquer indicação de uso ofensivo.
Trump quer "paz e harmonia" no Médio Oriente após retaliação iraniana
O Presidente dos EUA pronunciou-se na sua rede social à retaliação iraniana sobre uma base norte-americana do Qatar, ao dizer que se tratou de “uma resposta fraca, que esperávamos, e que contrariámos eficazmente”.
Donald Trump especificou na rede Truth Social que foram disparados 14 mísseis, dos quais 13 foram intercetados, com o único que não foi destruído a atingir uma zona onde não causou danos.
“Estou satisfeito por dizer que não houve americanos feridos, e quase não houve danos”, salientou Trump, acrescentando que, depois de os iranianos terem replicado, espera que “não haja mais ódio”.
Trump também agradeceu ao Irão pelo “aviso antecipado”, que tornou possível não não houvesse mortes e que ninguém ficasse ferido. “Talvez agora o Irão possa prosseguir para a paz e harmonia na região, e vou encorajar Israel a fazer o mesmo”.
Petróleo afunda cerca de 7% após ataque do Irão ser encarado como simbólico
Os preços do petróleo estão a afundar depois da retaliação do Irão com um ataque de mísseis a uma base norte-americana no Qatar, que foram intercetados sem causar danos ou feridos, de acordo com as autoridades qataris.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, recua 7,34% para 68,44 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o benchmark europeu, desvaloriza 6,78% para 70,36 dólares.
A forte queda do petróleo é um sinal de que a retaliação do Irão ao ataque desferido pelos EUA a várias das suas instalações nucleares poderá focar-se na presença militar dos EUA na região, em vez de visar infraestruturas críticas ou petroleiros que atravessam o Estreito de Ormuz, o que fez acelerar os preços do crude, destaca o Wall Street Journal.
Além disso, o ataque está a ser encarado pelos EUA como simbólico, uma vez que as autoridades norte-americanas e qataris foram avisadas por antecipação, o que atenuou o impacto da ofensiva e reduziu a potencial escalada do conflito, de acordo com o New York Times.
Teerão reivindica ataque contra base dos EUA no Qatar
O Irão reivindicou ataque realizado esta segunda-feira contra a base de Al-Udeid no Qatar, uma das principais instalações militares norte-americanas no Médio Oriente.
O anúncio foi feito na televisão estatal iraniana ao som de música marcial, descreveu a agência de notícias Associated Press (AP), e acompanhado de uma legenda no ecrã: "uma resposta poderosa e bem-sucedida das forças armadas do Irão à agressão americana".
Esta decisão vem no seguimento de ameaças de Teerão a bases militares dos Estados Unidos na região, em retaliação aos bombardeamentos da aviação norte-americana na madrugada de domingo contra instalações nucleares da República Islâmica.
Pouco antes do anúncio na televisão estatal, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, escreveu na rede social X: "Não iniciámos a guerra nem a procurámos. Mas não deixaremos a invasão ao grande Irão sem resposta."
Irão ataca base militar dos EUA no Qatar
Em retaliação aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas este fim de semana, o Irão lançou vários mísseis contra bases militares norte-americanas no Médio Oriente esta segunda-feira, avançou o Axios, citando um responsável dos EUA e um responsável árabe.
Seis mísseis terão sido lançados contra instalações militares dos EUA no Qatar e um míssil em direção ao Iraque.
De acordo com o site, "a Casa Branca e o Departamento de Defesa estão alerta e a monitorizar de perto as potenciais ameaças à base de Al Udeid no Qatar", de acordo com um responsável da Administração dos EUA.
A Reuters avançou que foram ouvidas explosões sobre a capital do Qatar, pouco depois de ter sido feira uma ameaça credível contra a base norte-americana. Entretanto, o Qatar disse que os mísseis foram intercetados e que não causaram qualquer dano ou ferido.
O ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar disse que o governo condena o ataque à base, que entretanto tinha sido evacuada, pela Guarda Revolucionária do Irão. "O Qatar reserva-se ao direito de responder diretamente de uma forma equivalente com a natureza e escala desta agressão descarada", escreveu um porta-voz no X.
O Qatar, em função da ameaça, tinha já fechado o espaço aéreo para segurança dos residentes e turistas, e a embaixada dos EUA tinha também avisado os norte-americanos para se abrigarem e agirem com cautela.
Recorde-se que o Irão afirmou várias vezes que se os EUA se juntassem a esta guerra e atacassem as suas instalações nucleares, Teerão retaliaria contra as forças norte-americanas na região – e há que não esquecer que os Estados Unidos têm bases no Qatar, nos Emirados Árabes Unidos, na Arábia Saudita e no Bahrein – onde conta também com uma frota naval.
Em atualização
Juros da dívida da Zona Euro recuam. Tensão no Médio Oriente aumenta procura de ativos seguros
Os juros das obrigações soberanas da Zona Euro recuaram esta segunda-feira, num sinal de que os investidores procuraram ativos seguros, como as obrigações, no seguimento do agravamento das tensões no Médio Oriente com a entrada dos Estados Unidos no confronto com o Irão.
Após um arranque de sessão pressionado, os principais índices europeus fecharam com quedas moderadas, acompanhados por um movimento generalizado de queda nas “yields” da dívida pública.
Em Portugal, a taxa a dez anos caiu 2 pontos base, para 3,001%, enquanto em Espanha recuou 1,9 pontos, fixando-se nos 3,194%. A dívida francesa também registou alívio, com uma descida de 1,4 pontos base para 3,228%, e a italiana seguiu o mesmo rumo, ao recuar 1,5 pontos para 3,479%. Na Alemanha, referência do bloco, as "bunds" a dez anos cederam 1 ponto base, para os 2,505%.
Fora da Zona Euro, as "gilts" britânicas recuaram 4,6 pontos base, situando-se agora nos 4,490%.
Europa fecha com perdas contidas à espera de retaliação iraniana aos EUA
Os principais índices europeus encerraram com uma maioria de perdas, à exceção da bolsa de Amesterdão, à medida que os investidores continuam a analisar como se materializará a resposta do Irão aos recentes ataques norte-americanos a infraestruturas nucleares do país. O regime iraniano já prometeu responder “de forma proporcional e decisiva”.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cedeu 0,28% para os 535,03 pontos, quando se esperavam perdas mais expressivas.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 0,35%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,08%, o italiano FTSEMIB perdeu 1%, o francês CAC-40 recuou 0,69% e o britânico FTSE 100 deslizou 0,19%. A destoar deste cenário esteve o holandês AEX, que registou ganhos de 0,91%.
No plano geopolítico, o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse que os ataques aéreos tinham “obliterado” um trio de alvos e ameaçou com mais intervenções militares caso o Irão não procurasse chegar a um acordo de paz - condição que Teerão já rejeitou negociar enquanto estiver sob ataque.
Em resposta, o país do Médio Oriente avisou que os ataques teriam “consequências eternas”, numa altura em que se tenta perceber o que significará uma resposta “proporcional” da parte do Irão.
As atenções continuam viradas sobretudo para o petróleo, que já escalou mais de 12% desde o início do conflito, devido à preocupação de que o Irão possa interromper o tráfego de petroleiros através do Estreito de Ormuz – por onde passa cerca de um quinto da produção mundial de crude.
“A chave será se o Irão tenta e consegue fechar o Estreito de Ormuz”, disse à Bloomberg Roberto Scholtes, diretor de estratégia do Singular Bank.
A recuperação dos índices do Velho Continente estagnou este mês, à medida que o intensificar do conflito no Médio Oriente parece estar a diminuir o apetite pelo risco.
Preocupações com um novo crescimento da inflação também voltaram com a subida dos preços da energia.
“Até agora, a guerra estava muito centrada no Médio Oriente, mas com o envolvimento dos EUA, a situação parece muito mais grave e o risco está a espalhar-se de uma forma muito grande”, explicou à Bloomberg Aneeka Gupta, chefe de investigação macroeconómica da WisdomTree UK.
Entre os setores, as “utilities” (água, luz, gás) registaram a maior valorização (+1,26%), seguido do tecnológico (+0,81%). Por outro lado, o setor da banca (-1,12%) e as seguradoras (-1,02%) tiveram as perdas mais expressivas.
Entre movimentos do mercado, a Spectris – multinacional britânica fabricante de instrumentos de precisão - disparou mais de 15%, depois de a Advent – empresa de “private equity” norte-americana - ter concordado em comprar a multinacional britânica por cerca de 3,8 mil milhões de libras. Já a Novo Nordisk tombou mais de 5%, depois de depois de a fabricante do Ozempic ter divulgado resultados desapontantes relativos aos testes do seu mais recente tratamento para a perda de peso, o medicamento CagriSema.
Irão promete responder "de forma proporcional e decisiva" a ataques dos EUA
O Irão disse esta segunda-feira que irá responder aos ataques dos Estados Unidos (EUA) às instalações nucleares do país “de forma proporcional e decisiva”. A afirmação foi feita por Abdolrahim Mousavi, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão, num vídeo publicado nas redes sociais pela emissora estatal iraniana.
“Trump cometeu um grave erro ao decidir vir em socorro de Netanyahu”, disse Mousavi, fazendo referência ao primeiro-ministro de Israel, acrescentando ainda que o Irão “continuará a punir Netanyahu até causarmos a sua miséria absoluta”.
No domingo, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian já tinha defendido que os EUA “devem receber uma resposta pela sua agressão”. Já o representante do Irão junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Amir Saeid Iravani, referiu, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da organização internacional realizada durante o dia de ontem, que uma eventual resposta de Teerão seria decidida pelas forças armadas do país, que iriam ponderar uma “resposta proporcional”.
Dólar volátil recupera com maior procura enquanto ativo refúgio
O dólar segue a negociar de forma volátil esta segunda-feira, depois de ter chegado a atingir o nível mais alto em quase um mês, com os ataques dos EUA ao Irão a estimularem a procura pela “nota verde” enquanto ativo refúgio, ao mesmo tempo que se pesa os riscos económicos associados à subida dos preços do petróleo.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – soma a esta hora 0,14% para os 98,843 pontos.
“O nível mais elevado de incerteza geopolítica e o risco de desencadear outro choque nos preços da energia estão a dar mais apoio ao dólar americano a curto prazo, juntamente com a relutância da Reserva Federal em retomar os cortes nas taxas”, explicou à Bloomberg Lee Hardman, do MUFG.
Ao mesmo tempo, o dólar segue a valorizar em relação ao iene, com relatos de que Israel lançou um novo ataque contra uma importante instalação nuclear iraniana.
A esta hora, a divisa nipónica segue a perder face ao dólar, numa altura em que a “nota verde” valoriza 0,41% para os 146,690 ienes.
A rápida escalada do conflito no Médio Oriente impulsionou o dólar e a moeda recuperou de um mínimo de três anos na semana passada, registando o seu melhor desempenho semanal desde o final de fevereiro.
Por cá, a moeda única ganha 0,07% para 1,153 dólares, enquanto a libra negoceia com ganhos de 0,17% para os 1,347 dólares.
Ouro entre ganhos e perdas à espera da resposta de Teerão
O ouro avança esta segunda-feira, apoiado na procura por ativos de refúgio devido à escalada das tensões entre os Estados Unidos, Irão e Israel. O metal precioso valoriza 0,14% para os 3.373,22 dólares por onça, após uma sessão marcada por várias oscilações e incerteza geopolítica.
As forças norte-americanas juntaram-se aos ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas, reacendendo receios em torno da estabilidade no Médio Oriente. Apesar disso, a ausência de uma resposta imediata por parte de Teerão está a travar uma escalada mais acentuada do metal.
O metal amarelo é utilizado como reserva de valor em tempos de incerteza. A ausência de risco político do ouro tem levado a que os bancos centrais apostem na acumulação do metal, que é agora o segundo ativo preferido dos países.
“O ouro e o franco suíço são os principais potenciais beneficiários do aumento da incerteza. O ouro, em particular, pode manter a sua tendência altista graças à crescente procura como valor-refúgio. Os bancos centrais, que já estavam a comprar mais ouro, podem aumentar essas compras. O ouro está já a consolidar a sua posição como um ativo estratégico, perdendo apenas para o dólar em termos de volume de reservas”, afiança Gregor MA Hirt, diretor de investimento global de multiativos da Allianz Global Investors, numa nota consultada pelo Negócios.
Mais lidas
O Negócios recomenda