Wall Street dividida com queda da inflação nos EUA. Nasdaq em máximos
Taxa Euribor mantém-se a três meses, sobe a seis e desce a 12 meses
Ações da Novo Nordisk saltam 3% com notícia de despedimentos
Europa negoceia no verde. Dona da Zara dispara 7%
Juros franceses mantêm-se próximos dos italianos após nomeação de Lecornu
Dólar continua firme antes de dados da inflação nos EUA
Ouro mantém-se perto de máximos com apostas em cortes da Fed e foco na inflação
Petróleo sobe com tensões no Médio Oriente e ameaça de tarifas de Trump
Índices asiáticos fecham em alta com impulso das tecnológicas. Futuros europeus avançam
Wall Street dividida com queda da inflação nos EUA. Nasdaq em máximos
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão em terreno misto, com o Dow Jones a registar perdas, isto depois de mais um indicador de inflação ter reforçado as apostas do mercado num corte das taxas de juro pela Reserva Federal na reunião da próxima semana.
O índice de preços no produtor (PPI) dos EUA caiu 0,1% em agosto face ao mês anterior e o valor de julho foi também revisto em baixa. Foi a primeira descida em quatro meses que acalmou as preocupações dos investidores de que a inflação elevada poderia criar um entrave para o banco central, que tenta ao mesmo tempo evitar uma grave recessão no mercado de trabalho. Em relação ao ano anterior, a taxa subiu 2,6%.
Os economistas prestam muita atenção a este relatório, já que alguns dos componentes em análise são usados para calcular o índice de preços no consumidor, que será divulgado amanhã e é o indicador de inflação favorito da Reserva Federal. O chamado PCE vai mostrar até que ponto é que as tarifas de Donald Trump afetaram as famílias norte-americanas no mês passado.
Agora, os "traders" antecipam uma possibilidade de quase 100% de três reduções nas taxas até ao final do ano, segundo avança a Bloomberg.
O S&P 500 arrancou a sessão a ganhar 0,41% para 6.539,34 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite negoceia em máximos históricos, nos 21.986,44 pontos, com uma subida de 0,43%. Já o industrial Dow Jones cede 0,19% para 45.625,68 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Oracle dispara mais de 35% para máximos históricos, nos 326,15 dólares, depois de a empresa ter ontem apresentado resultados trimestrais que superaram as expectativas dos analistas. Além disso, o "guidance" que os analistas chamaram de "agressivo" para o negócio na "cloud" para este ano alimenta as expectativas do mercado de que a construção de data centers com inteligência artificial não seja em vão. A empresa soma 200 mil milhões de dólares ao seu valor de mercado.
Já a Game Stop soma 4% após ter divulgado vendas acima do esperado no segundo trimestre.
Taxa Euribor mantém-se a três meses, sobe a seis e desce a 12 meses
A taxa Euribor manteve-se esta quarta-feira a três meses, subiu a seis e desceu a 12 meses face a terça-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que se manteve em 2,029%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,114%) e a 12 meses (2,160%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,114%, mais 0,008 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, ao ser fixada em 2,160%, menos 0,009 pontos.
A Euribor a três meses manteve-se em 2,029%, o mesmo valor da sessão anterior.
Esta semana realiza-se a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), hoje e quinta-feira, em Frankfurt, e os analistas esperam que a instituição mantenha as taxas diretoras.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o BCE manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em agosto, as médias mensais da Euribor subiram nos três prazos, e de forma mais acentuada a três meses.
A média da Euribor em agosto subiu 0,075 pontos para 2,021% a três meses e 0,029 pontos para 2,084% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou em agosto, designadamente 0,035 pontos para 2,114%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Ações da Novo Nordisk saltam 3% com notícia de despedimentos
A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk vai avançar com o despedimento de nove mil trabalhadores em todo o mundo, dos quais cinco mil na Dinamarca, numa medida que afeta 11% da atual força laboral da empresa. Em reação à tomada de medidas por parte da empresa para otimizar custos, os investidores reagiram de forma positiva. As ações da Novo Nordisk estão a ser negociadas em alta e já atingiram um aumento de 3,73%, para 351,20 coroas dinamarquesas (cerca de 47 euros ao câmbio atual), refletindo algum alívio dos investidores perante a clareza da estratégia anunciada, segundo dados de mercado mais recentes.
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Europa negoceia no verde. Dona da Zara dispara 7%
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos esta manhã, numa altura em que o sentimento dos investidores segue impulsionado pela nomeação de um novo primeiro-ministro em França, além dos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA, que alimentam as expectativas de cortes nas taxas de juros pela Fed já em setembro.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – avança 0,26%, para os 553,85 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 0,17%, o espanhol IBEX 35 pula 0,98%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,05%, o francês CAC-40 sobe 0,10%, o neerlandês AEX ganha 0,03% e o britânico FTSE 100 avança 0,18%.
O índice francês CAC-40 chegou a subir esta manhã mais de 0,70%, depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter nomeado Sébastien Lecornu, ministro da defesa do Executivo de François Bayrou, como novo primeiro-ministro. A nomeação chega num contexto de um Parlamento fraturado e de desafios no equilíbrio das finanças públicas do país. Agora, espera-se para perceber se Lecornu conseguirá agregar votos suficientes para garantir a aprovação de um plano orçamental para o próximo ano.
As ações europeias têm vindo a recuperar nos últimos dias, à medida que aumenta a expectativa de uma flexibilização das taxas diretoras por parte da Reserva Federal norte-americana, na sequência dos dados fracos sobre o emprego. Nesta linha, a atenção dos investidores virar-se-á, também, para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), conhecida amanhã, não se esperando qualquer mexida nos juros diretores.
Entre os setores, o retalho (+2,03%) segue a liderar os ganhos, seguido do tecnológico (+0,82%), que está a beneficiar de previsões de receita otimistas da norte-americana Oracle, que levaram a empresa a atingir máximos históricos durante a sessão de ontem. Por outro lado, o setor do turismo regista as maiores perdas (-1,05%).
Entre os movimentos do mercado, a Inditex, dona da Zara, dispara mais de 7%, com a empresa a mostrar sinais de recuperação no início do terceiro trimestre, depois de as tensões comerciais e a fraca procura dos consumidores terem pesado sobre o crescimento na primeira metade do ano.
Juros franceses mantêm-se próximos dos italianos após nomeação de Lecornu
A “yield” das dívidas soberanas europeias negoceiam esta quarta-feira com movimentos mistos, numa sessão marcada pela reação à nomeação de Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro francês, anunciada na terça-feira. A decisão de Emmanuel Macron surge em plena crise política e orçamental, apenas um dia depois da queda do governo de François Bayrou.
A esta hora, a rendibilidade da dívida francesa a dez anos agrava-se em 0,1 pontos-base para 3,468% e mantém-se ainda em linha com a italiana, que alivia 0,8 pontos-base para 3,467%. Ontem, os juros gauleses tinham ultrapassado os italianos pela primeira vez, reflexo da instabilidade política em Paris.
Já os juros das “bunds” alemãs, referência para a Zona Euro, caem 1 ponto-base para 2,647%. Em Portugal, os juros da dívida a dez anos recuam 0,6 pontos para 3,069%, enquanto em Espanha a taxa desce 1 ponto para 3,233%.
No Reino Unido, os juros das “gilts” a dez anos avançam marginalmente 0,1 pontos-base para 4,623%.
Dólar continua firme antes de dados da inflação nos EUA
O dólar mantém-se firme esta quarta-feira, com os investidores à espera dos dados de inflação norte-americanos que poderão definir a dimensão dos cortes de juros da Reserva Federal já na próxima semana. A esta hora, o Dollar Index Spot soma 0,06% para 97,84 pontos, depois de ter avançado 0,30% na véspera.
Segundo a Reuters, os mercados dão como certo um corte de 25 pontos base na reunião de 16 e 17 de setembro, atribuindo apenas 5% de probabilidade a uma descida mais agressiva de 50 pontos base. “O patamar para um corte de 50 pontos é elevado. Seria necessária uma clara surpresa em baixa na inflação para justificar essa opção”, comentou Kieran Williams, da InTouch Capital Markets.
No mercado cambial, o euro cede 0,05% para 1,1702 dólares, depois de uma queda de 0,5% na sessão anterior, enquanto o iene sobe 0,08%, com o dólar a negociar em 147,53 ienes. A libra esterlina desce ligeiramente 0,04% para 1,3523 dólares. O franco suíço regista uma descida ligeira, com o dólar a avançar 0,06% para 0,7980 francos.
Ouro mantém-se perto de máximos com apostas em cortes da Fed e foco na inflação
O ouro segue em alta esta quarta-feira, sustentado pelas expectativas de cortes de juros pela Reserva Federal já este mês e pela procura acrescida por ativos de refúgio num contexto de tensões geopolíticas.
A esta hora, o ouro valoriza 0,52% para 3.645,46 dólares por onça, enquanto a prata recua 1,32% para 41,58 dólares. Já a platina avança 1,26% para 1.392,12 dólares.
O metal precioso aproxima-se de novos recordes depois de ter tocado os 3.674 dólares na sessão anterior, com os investidores a avaliarem os dados laborais norte-americanos que apontaram para uma revisão em baixa de 911 mil empregos, reforçando o cenário de abrandamento económico. Os mercados aguardam agora os números de inflação dos EUA, com a divulgação do índice de preços no produtor esta quarta-feira e do índice de preços no consumidor na quinta-feira, que deverão orientar a decisão da Fed na reunião da próxima semana.
A Reuters sublinha que os investidores estão a precificar um corte de 25 pontos-base na reunião de setembro, atribuindo apenas 6% de probabilidade a uma redução mais agressiva de 50 pontos base, segundo o CME FedWatch. “O sentimento é claramente positivo para o ouro, mas o mercado está tecnicamente em sobrecompra e pode corrigir caso os dados de inflação surpreendam em alta”, comentou Kyle Rodda, analista da Capital.com, citado pela agência.
O ouro já acumula uma valorização próxima dos 40% em 2025, apoiado em compras recorde dos bancos centrais, no enfraquecimento do dólar e nas incertezas provocadas tanto pela agenda tarifária de Donald Trump como pela escalada de tensões no Médio Oriente. Segundo analistas da ANZ citados pela Bloomberg, os riscos crescentes no mercado laboral deverão levar a Fed a manter a trajetória de cortes até 2026, prevendo um preço de 3.800 dólares por onça no final do ano.
Petróleo sobe com tensões no Médio Oriente e ameaça de tarifas de Trump
O petróleo segue em alta esta quarta-feira, sustentado pela subida do prémio de risco geopolítico após o ataque israelita a Doha e pela pressão do Presidente norte-americano, Donald Trump, para que a União Europeia imponha tarifas sobre compradores de crude russo. O movimento, no entanto, continua limitado pelas expectativas de excesso de oferta no mercado.
A esta hora, o Brent avança 0,87% para 66,97 dólares por barril, enquanto o WTI ganha 0,94% para 63,22 dólares.
Os preços registam a terceira sessão consecutiva em alta, após Israel ter assumido a responsabilidade pelo bombardeamento que visou a liderança do Hamas em Doha, o primeiro desde o início do conflito e que ameaça comprometer as negociações de paz mediadas pelos EUA. O episódio reavivou os receios de perturbações na região, responsável por cerca de um terço da oferta mundial de crude.
Contudo, a reação do mercado foi contida: os preços chegaram a disparar quase 2% logo após a ofensiva, mas perderam força depois de Washington assegurar ao Qatar que a operação não se repetirá e perante sinais de fragilidade da procura global. Analistas da OANDA citados pela agência Reuters alertam para o risco de interrupções pontuais no fornecimento, mas sublinham que o impacto imediato na produção foi nulo.
Trump aumentou ainda a pressão diplomática ao instar a União Europeia a aplicar tarifas de 100% a compradores de petróleo russo, incluindo a China e a Índia, numa tentativa de forçar Moscovo a negociar com Kiev. Até agora, Washington só sancionou Nova Deli, poupando Pequim. De acordo com a Bloomberg, o plano é visto como difícil de aplicar, dado o bloqueio de alguns Estados-membros da UE a sanções energéticas adicionais.
No entanto, a perspetiva de sobreoferta continua a pesar e tem limitado um avanço mais significativo nos preços do petróleo. A OPEP+ decidiu aumentar gradualmente a produção já em outubro e, segundo um relatório do governo dos EUA, os inventários globais deverão crescer ainda neste trimestre, mais cedo do que o antecipado. Para a Reuters, este fator mantém o crude “vulnerável a quedas adicionais”, mesmo que as tensões geopolíticas sustentem ganhos de curto prazo.
Índices asiáticos fecham em alta com impulso das tecnológicas. Futuros europeus avançam
Os índices asiáticos fecharam a sessão a valorizar, à medida que as ações de tecnologia voltaram a impulsionar os ganhos, assim como as expectativas de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana reduza as taxas de juros para conter a desaceleração sentida no mercado de trabalho. O índice MSCI Ásia-Pacífico está agora a negociar a menos de 2% do seu último recorde estabelecido em 2021. Os futuros europeus apontam para uma abertura em alta, com o Eurostoxx 50 a avançar 0,30%.
Entre os principais índices chineses, o Shanghai Composite subiu 0,35%. Já o Hang Seng de Hong Kong ganhou 1,30%. Pelo Japão, o Nikkei valorizou 0,78% e o Topix subiu 0,61%. As ações na Coreia do Sul estavam a caminho de um fecho recorde, com o Kospi da Coreia do Sul a subir mais de 1,60% e a fechar perto de máximos históricos.
As cotadas do setor tecnológico, incluindo a Taiwan Semiconductor Manufacturing (+2,08%) e a Tencent Holdings (+1,81%), lideraram os ganhos depois de as ações da Oracle terem atingido um novo recorde, após a empresa ter divulgado previsões positivas para o seu negócio de “cloud”.
Pela Coreia do Sul, a Samsung (+1,68%) e a SK Hynix (+5,47%) impulsionaram o principal índice do país. O Kospi já subiu mais de 38% até agora este ano.
Na China, os preços sobre o consumidor caíram 0,4% em agosto, em termos homólogos, após permanecerem estáveis no mês anterior. Esta foi a quinta vez que se registou uma pressão deflacionária sobre os preços este ano, à medida que a segunda maior economia mundial apresenta sinais de desaceleração.
Os investidores estarão agora atentos à possibilidade de uma ação conjunta dos EUA e da União Europeia para pressionar a Rússia a participar nas negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia. O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que está preparado para se juntar ao bloco para impor novas tarifas abrangentes à China e à Índia — principais compradores de petróleo russo — e também afirmou que planeia discutir a relação comercial entre Washington e Nova Deli com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi “nas próximas semanas”.
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