Europa termina sem rumo. Conflitos geopolíticos ofuscam otimismo com corte da Fed
Juros da dívida soberana da Zona Euro aliviam com novo PM francês e em véspera de BCE
Dólar perde força após descida da inflação nos EUA
Ouro mantém-se perto de máximos históricos com dados da inflação nos EUA mais baixos do que o esperado
Ações da Oracle disparam 34%
Wall Street dividida com queda da inflação nos EUA. S&P e Nasdaq em máximos
Taxa Euribor mantém-se a três meses, sobe a seis e desce a 12 meses
Ações da Novo Nordisk saltam 3% com notícia de despedimentos
Europa negoceia no verde. Dona da Zara dispara 7%
Juros franceses mantêm-se próximos dos italianos após nomeação de Lecornu
Dólar continua firme antes de dados da inflação nos EUA
Ouro mantém-se perto de máximos com apostas em cortes da Fed e foco na inflação
Petróleo sobe com tensões no Médio Oriente e ameaça de tarifas de Trump
Índices asiáticos fecham em alta com impulso das tecnológicas. Futuros europeus avançam
Europa termina sem rumo. Conflitos geopolíticos ofuscam otimismo com corte de juros da Fed
As bolsas europeias terminaram a sessão em terreno misto, isto depois de a escalada de tensões geopolíticas no Médio Oriente e no conflito da Ucrânia terem retirado o otimismo dos investidores com a descida dos juros pela Reserva Federal dos EUA na próxima semana.
Esta madrugada intensificaram-se os ataques de Israel contra os líderes do Hamas, em Doha, no Catar. Além disso, a Polónia abateu drones russos que sobrevoaram o seu território, o que fez soar os alarmes na Europa e, sobretudo, na NATO. A Comissão Europeia e os EUA prometerem já aumentar as sanções contra Moscovo.
Neste contexto, o Stoxx 600 perdeu modestos 0,02% para 552,29 pontos, pressionado pelas ações de viagens e tecnologia, que registaram perdas de quase 2%. Nos resultados por praças, o alemão DAX recuou 0,36%, o neerlandês AEX perdeu 0,68% e o britânico FTSE 100 desceu 0,19%.
Do lado das subidas, o francês CAC-40 subiu 0,15% - em reação dos investidores à nova escolha de Emmanuel Macron para primeiro-ministro de França - e o italiano FTSEMIB valorizou 0,12%. O grande destaque foi para o espanhol Ibex, que saltou 1,3%, à boleia da subida da retalhista Inditex.
A dona da Zara disparou 6,5% para 45,43 euros por ação, após ter divulgado lucros de 2,79 mil milhões de euros no primeiro semestre fiscal (fevereiro a julho), mais 0,8% do que mesmo período de 2024. Também as vendas cresceram 1,6%. O aumento tranquilizou os investidores sobre as promessas de crescimento da empresa.
Com os ataques desta madrugada, as ações do setor de defesa ganharam terreno: a Rheinmetall subiu 3,3%, a Kongsberg Gruppen ASA somou 4,2% e a Exosens SAS avançou 8,2%.
Já as ações da Novo Nordisk ganharam 3,68% após o anúncio de despedimentos de nove mil trabalhadores.
A dona da Primark, a Associated British Foods, mergulhou quase 12% - a maior queda em nove anos - isto porque a empresa previu uma descida nas vendas no segundo semestre deste ano.
Juros da dívida soberana da Zona Euro aliviam com novo PM francês e em véspera de BCE
Os juros da dívida soberana da Zona Euro registaram uma descida ligeira esta quarta-feira, com maior procura por obrigações por parte dos investidores, numa sessão marcada pela reação à nomeação de Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro francês, anunciada na terça-feira.
A decisão de Emmanuel Macron surge em plena crise política e orçamental, apenas um dia depois da queda do governo de François Bayrou.
Os investidores estão também a antecipar mais uma reunião de política monetária do Banco Central Europeu, que se realiza esta quinta-feira, em que o banco central deverá manter os juros em 2%.
A rendibilidade da dívida francesa a dez anos desceu 0,8 pontos-base para 3,459%, muito próxima dos juros da dívida italiana, que aliviaram 1,3 pontos para 3,462%. Na sessão de ontem, os juros gauleses tinham ultrapassado os italianos pela primeira vez, reflexo da instabilidade política em Paris.
Já os juros das “bunds” alemãs a 10 anos, referência para a Zona Euro, caíram 0,8 pontos-base para 2,649%. Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade recuarem 0,9 pontos para 3,066%, enquanto em Espanha a taxa desceu 1,1 pontos-base para 3,232%.
Fora da Zona Euro, os juros das “Gilts” britânicas a dez anos agravaram-se em 0,9 pontos-base para 4,631%.
Dólar perde força após descida da inflação nos EUA
O dólar norte-americano está a perder terreno contra um cabaz das principais divisas, numa reação dos investidores aos dados do índice de preços no produtor (IPP), que desceram ligeiramente em agosto, alimentando as expectativas do mercado de que a Reserva Federal vai cortar as taxas de juro na reunião da próxima semana.
O relatório do Departamento de Trabalho dos EUA mostrou uma descida de 0,1% no IPP em agosto face ao mês anterior, enquanto os analistas consultados pela Reuters previam uma subida de 0,3%. No ano, a taxa subiu 2,6%, contra um aumento esperado de 3,3%. Os dados de julho também foram revistos em baixa. Foi a primeira descida em quatro meses que acalmou as preocupações dos investidores de que a inflação elevada poderia criar um entrave para o banco central, que tenta ao mesmo tempo evitar uma grave recessão no mercado de trabalho.
Já o euro recua ligeiramente na véspera da reunião de política monetária do Banco Central Europeu, em que não se antecipam mexidas nos juros.
O euro desce assim 0,02% para 1,1708 dólares e, face à divisa nipónica, a "nota verde" perde 0,05% para 147,31 ienes. O índice do dólar DXY cai 0,03% para 97,76 pontos. A libra ganha 0,13% para 1,3542 dólares.
O mercado espera agora pela decisão do BCE e o relatório do índice de preços no consumidor (IPC) dos EUA, ambos na quinta-feira. O indicador vai mostrar até que ponto é que as tarifas de Donald Trump afetaram os preços pagos pelas famílias norte-americanas no mês passado.
Ouro mantém-se perto de máximos históricos com dados da inflação nos EUA mais baixos do que o esperado
O ouro mantém-se próximo de máximos históricos, sustentado pelas expectativas de que a Reserva Federal avance com novos cortes de juros já na reunião da próxima semana, após a divulgação de dados de inflação mais fracos do que o esperado nos EUA.
A esta hora, o preço do ouro sobe 0,75% para 3.653,78 dólares por onça, depois de na véspera ter atingido um recorde de 3.673,95 dólares. A prata avança 1,04% para 41,77 dólares, enquanto a platina ganha 1,33% para 1.393,02 dólares.
Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, o Índice de Preços no Produtor (PPI) caiu inesperadamente 0,1% em agosto, pressionado pela descida dos custos nos serviços, depois de um aumento revisto em baixa de 0,7% em julho. Os economistas inquiridos pela Reuters antecipavam uma subida de 0,3%. No acumulado de 12 meses até agosto, o PPI avançou 2,6%, após os 3,1% registados em julho.
“Qualquer nova fraqueza nos dados norte-americanos deverá continuar a apoiar o ouro, na perspetiva de que mais de dois cortes poderão ocorrer até final do ano”, afirmou Fawad Razaqzada, analista da City Index e da FOREX.com, citado pela Reuters.
Segundo a ferramenta FedWatch da CME, os mercados atribuem já uma probabilidade de 90% a um corte de 25 pontos base na reunião de 16 e 17 de setembro, com apenas uma pequena possibilidade de um corte mais profundo.
A Bloomberg sublinha que a procura pelo metal precioso tem sido reforçada pelas tensões geopolíticas, desde o anúncio de novas tarifas comerciais por Donald Trump até à intensificação do conflito no Médio Oriente, bem como pelas compras de ouro por vários bancos centrais, incluindo os da China e da Índia.
Os analistas do ANZ Group elevam mesmo a sua previsão de preço de fim de ano em 200 dólares, para 3.800 dólares, antecipando fluxos adicionais de investimento em ETFs e maior acumulação de reservas oficiais.
Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades, destaca por sua vez que a “barreira dos 3.750 dólares emerge como a próxima resistência significativa” e que uma consolidação acima desse patamar poderá abrir caminho para níveis próximos dos 3.900 dólares até ao final de 2025.
Ações da Oracle disparam 34%
A tecnológica americana Oracle está a ganhar ímpeto com a perspetiva de que as receitas do negócio da "cloud" excedam 500 mil milhões de dólares (427 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) até ao final do ano. O anúncio, durante uma "call" com analistas, na terça-feira à noite, fez as ações dispararem no arranque de Wall Street: a empresa de Larry Ellison valorizava 36% na abertura do mercado norte-americano, com cada ação a valer mais de 330 dólares.
Leia mais aqui.
Wall Street dividida com queda da inflação nos EUA. S&P e Nasdaq em máximos
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão em terreno misto, com o Dow Jones a registar perdas, isto depois de mais um indicador de inflação ter reforçado as apostas do mercado num corte das taxas de juro pela Reserva Federal na reunião da próxima semana.
O índice de preços no produtor (PPI) dos EUA caiu 0,1% em agosto face ao mês anterior e o valor de julho foi também revisto em baixa. Foi a primeira descida em quatro meses que acalmou as preocupações dos investidores de que a inflação elevada poderia criar um entrave para o banco central, que tenta ao mesmo tempo evitar uma grave recessão no mercado de trabalho. Em relação ao ano anterior, a taxa subiu 2,6%.
Os economistas prestam muita atenção a este relatório, já que alguns dos componentes em análise são usados para calcular o índice de preços no consumidor, que vai mostrar até que ponto é que as tarifas de Donald Trump afetaram as famílias norte-americanas no mês passado.
Agora, os "traders" antecipam uma possibilidade de quase 100% de três reduções nas taxas até ao final do ano, segundo avança a Bloomberg.
O S&P 500 ganha 0,63% para máximos de sempre, nos 6.555,97 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite negoceia em máximos históricos, nos 21.986,44 pontos, com uma subida de 0,43%. Já o industrial Dow Jones cede 0,19% para 45.625,68 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Oracle dispara mais de 35% para máximos históricos, nos 326,15 dólares, depois de a empresa ter ontem apresentado resultados trimestrais que superaram as expectativas dos analistas. Além disso, o "guidance" que os analistas chamaram de "agressivo" para o negócio na "cloud" para este ano alimenta as expectativas do mercado de que a construção de data centers com inteligência artificial não seja em vão. A empresa soma 200 mil milhões de dólares ao seu valor de mercado.
Já a Game Stop soma 4% após ter divulgado vendas acima do esperado no segundo trimestre.
Taxa Euribor mantém-se a três meses, sobe a seis e desce a 12 meses
A taxa Euribor manteve-se esta quarta-feira a três meses, subiu a seis e desceu a 12 meses face a terça-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que se manteve em 2,029%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,114%) e a 12 meses (2,160%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,114%, mais 0,008 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, ao ser fixada em 2,160%, menos 0,009 pontos.
A Euribor a três meses manteve-se em 2,029%, o mesmo valor da sessão anterior.
Esta semana realiza-se a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), hoje e quinta-feira, em Frankfurt, e os analistas esperam que a instituição mantenha as taxas diretoras.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o BCE manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em agosto, as médias mensais da Euribor subiram nos três prazos, e de forma mais acentuada a três meses.
A média da Euribor em agosto subiu 0,075 pontos para 2,021% a três meses e 0,029 pontos para 2,084% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou em agosto, designadamente 0,035 pontos para 2,114%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Ações da Novo Nordisk saltam 3% com notícia de despedimentos
A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk vai avançar com o despedimento de nove mil trabalhadores em todo o mundo, dos quais cinco mil na Dinamarca, numa medida que afeta 11% da atual força laboral da empresa. Em reação à tomada de medidas por parte da empresa para otimizar custos, os investidores reagiram de forma positiva. As ações da Novo Nordisk estão a ser negociadas em alta e já atingiram um aumento de 3,73%, para 351,20 coroas dinamarquesas (cerca de 47 euros ao câmbio atual), refletindo algum alívio dos investidores perante a clareza da estratégia anunciada, segundo dados de mercado mais recentes.
Leia mais aqui.
Europa negoceia no verde. Dona da Zara dispara 7%
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos esta manhã, numa altura em que o sentimento dos investidores segue impulsionado pela nomeação de um novo primeiro-ministro em França, além dos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA, que alimentam as expectativas de cortes nas taxas de juros pela Fed já em setembro.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – avança 0,26%, para os 553,85 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 0,17%, o espanhol IBEX 35 pula 0,98%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,05%, o francês CAC-40 sobe 0,10%, o neerlandês AEX ganha 0,03% e o britânico FTSE 100 avança 0,18%.
O índice francês CAC-40 chegou a subir esta manhã mais de 0,70%, depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter nomeado Sébastien Lecornu, ministro da defesa do Executivo de François Bayrou, como novo primeiro-ministro. A nomeação chega num contexto de um Parlamento fraturado e de desafios no equilíbrio das finanças públicas do país. Agora, espera-se para perceber se Lecornu conseguirá agregar votos suficientes para garantir a aprovação de um plano orçamental para o próximo ano.
As ações europeias têm vindo a recuperar nos últimos dias, à medida que aumenta a expectativa de uma flexibilização das taxas diretoras por parte da Reserva Federal norte-americana, na sequência dos dados fracos sobre o emprego. Nesta linha, a atenção dos investidores virar-se-á, também, para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), conhecida amanhã, não se esperando qualquer mexida nos juros diretores.
Entre os setores, o retalho (+2,03%) segue a liderar os ganhos, seguido do tecnológico (+0,82%), que está a beneficiar de previsões de receita otimistas da norte-americana Oracle, que levaram a empresa a atingir máximos históricos durante a sessão de ontem. Por outro lado, o setor do turismo regista as maiores perdas (-1,05%).
Entre os movimentos do mercado, a Inditex, dona da Zara, dispara mais de 7%, com a empresa a mostrar sinais de recuperação no início do terceiro trimestre, depois de as tensões comerciais e a fraca procura dos consumidores terem pesado sobre o crescimento na primeira metade do ano.
Juros franceses mantêm-se próximos dos italianos após nomeação de Lecornu
A “yield” das dívidas soberanas europeias negoceiam esta quarta-feira com movimentos mistos, numa sessão marcada pela reação à nomeação de Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro francês, anunciada na terça-feira. A decisão de Emmanuel Macron surge em plena crise política e orçamental, apenas um dia depois da queda do governo de François Bayrou.
A esta hora, a rendibilidade da dívida francesa a dez anos agrava-se em 0,1 pontos-base para 3,468% e mantém-se ainda em linha com a italiana, que alivia 0,8 pontos-base para 3,467%. Ontem, os juros gauleses tinham ultrapassado os italianos pela primeira vez, reflexo da instabilidade política em Paris.
Já os juros das “bunds” alemãs, referência para a Zona Euro, caem 1 ponto-base para 2,647%. Em Portugal, os juros da dívida a dez anos recuam 0,6 pontos para 3,069%, enquanto em Espanha a taxa desce 1 ponto para 3,233%.
No Reino Unido, os juros das “gilts” a dez anos avançam marginalmente 0,1 pontos-base para 4,623%.
Dólar continua firme antes de dados da inflação nos EUA
O dólar mantém-se firme esta quarta-feira, com os investidores à espera dos dados de inflação norte-americanos que poderão definir a dimensão dos cortes de juros da Reserva Federal já na próxima semana. A esta hora, o Dollar Index Spot soma 0,06% para 97,84 pontos, depois de ter avançado 0,30% na véspera.
Segundo a Reuters, os mercados dão como certo um corte de 25 pontos base na reunião de 16 e 17 de setembro, atribuindo apenas 5% de probabilidade a uma descida mais agressiva de 50 pontos base. “O patamar para um corte de 50 pontos é elevado. Seria necessária uma clara surpresa em baixa na inflação para justificar essa opção”, comentou Kieran Williams, da InTouch Capital Markets.
No mercado cambial, o euro cede 0,05% para 1,1702 dólares, depois de uma queda de 0,5% na sessão anterior, enquanto o iene sobe 0,08%, com o dólar a negociar em 147,53 ienes. A libra esterlina desce ligeiramente 0,04% para 1,3523 dólares. O franco suíço regista uma descida ligeira, com o dólar a avançar 0,06% para 0,7980 francos.
Mais lidas
O Negócios recomenda