Europa regressa ao vermelho. "Earnings season" não segura Wall Street

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
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Reuters
Diogo Mendo Fernandes e Sílvia Abreu e Fábio Carvalho da Silva e Inês Santinhos Gonçalves 19 de Outubro de 2022 às 17:56
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Europa prepara-se para esboçar sorriso. Ásia no vermelho

As principais praças europeias estão a apontar para uma sessão em terreno positivo pelo quinto dia consecutivo, estando a Europa já perto de anular as perdas vividas numa série de quedas na semana passada.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,6%.

Os bons resultados das empresas, valores mais baixos das ações e um acalmar da situação do Reino Unido, com a reversão do mini-orçamento, estão a gerar um sentimento positivo nas bolsas da região.

Mas, apesar do otimismo o "consenso dos analistas permanece sujeito a revisão em baixa", explicou o analista Terry Sandven do US Bank Wealth Management, numa nota vista pela Bloomberg.

"A evolução da inflação, comentários mais 'hawkish' da Fed e um crescimento mais desacelerado na época de resultados em 2023 são aspetos chave que vão contribuir para o sentimento dos investidores", explica ainda.

Na Ásia, a negociação foi negativa com Hong Kong a registar a maior queda da região. Isto, mesmo depois do líder do território, John Lee, ter feito um discurso apresentando novas medidas para diminuir impostos sobre mobiliário e restrições nos vistos.

A política de covid-zero chinesa continua a pensar no sentimento, com o atual congresso do Partido Comunista a dar poucas esperanças aos investidores de um possível alívio.

Nas restantes praças, pela China, o tecnológico Hang Seng perdeu 1%, enquanto Xangai recuou 0,5%. Na Coreia do Sul o Kospi desceu 0,3%, enquanto pelo Japão, o Topix subiu 0,3% enquanto o índice de referência do país, Nikkei, somou 0,6%.

Petróleo recupera de mínimos de duas semanas e valoriza. Gás segue a recuar pelo quinto dia

O petróleo está a negociar em alta e a recuperar de mínimos de duas semanas, à medida que aumentam as preocupações com as sanções aplicadas pela União Europeia ao crude russo podem vir a exacerbar o aperto do mercado que o governo de Biden tem tentado aliviar.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – soma 0,70% para 83,40 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – que serve de referência para o mercado europeu – valoriza 0,12% para 90,14 dólares por barril.

Os Estados Unidos estão a planear colocar cerca de 15 milhões de barris no mercado, para que não haja uma alta dos preços quando as sanções europeias entrarem em vigor, bem como o corte da produção por parte da OPEO+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados).

No mercado do gás, os futuros estão a desvalorizar pelo quinto dia consecutivo numa altura em que uma meteorologia favorável e o aumento do armazenamento desta matéria-prima têm acalmado o mercado.

"O outono começou exatamente da forma que os consumidores poderiam ter esperado, com altas temperaturas e pouca procura em largas partes do continente", indicaram analistas da Energi Danmark, numa nota vista pela Bloomberg.

O gás negociado em Amesterdão (TTF) perde 2% para 111 euros por megawatt-hora.

Ouro perde, com pressão do dólar e da Fed

O ouro está a desvalorizar, numa altura em que oscila entre ganhos e perdas ao longo dos últimos dias, muito dependente da força do dólar e de comentários sobre a política monetária por parte dos governadores da Reserva Federal norte-americana.

Nesta altura, o metal precioso perde 0,42% para 1.645,23 dólares por onça

"Tendo a pensar que a posição mais 'hawkish' da Fed está largamente incorporada no preço" do ouro, explica o analista Philip Klapwijk da Precious Metals Insights.

"Posto isto, as perspetivas para uma recuperação dos preços do ouro são muito baixas, com a subida das taxas de juro e o dólar a permanecer forte", remata o analista.

Libra retorna às perdas com inflação acima do esperado

A libra está a registar perdas face às duas principais divisas, o dólar e o euro, ao passo que a moeda única europeia também desvaloriza relativamente à nota verde.

A libra esterlina perde 0,61% para 1,1251 dólares e 0,35% para 1,146 euros.

A moeda britânica vinha a registar ganhos face a estas duas moedas, mas a divulgação da inflação relativa a setembro que regressou aos dois dígitos colocou maior pressão na divisa da Coroa.

Já na negociação face ao dólar o euro perde 0,44% para 0,9815 dólares.

Juros agravam-se na Zona Euro. Reino Unido pressionado com inflação nos dois dígitos

Os juros da dívida a dez anos estão a agravar na Zona Euro, bem como no Reino Unido.

A pressionar a "yield" da dívida britânica a dez anos, que agrava 7,6 pontos base para 4,011% está a inflação no país, divulgada esta quarta-feira, que retornou aos dois dígitos e foi mais alta que o esperado, fixando-se em 10,1% em setembro.

No entanto, os juros da dívida a 30 anos, que foram alvo de intervenção do Banco de Inglaterra (BoE) e uma das pressionadas coma situação política no Reino Unido, aliviam 13,2 pontos base para 4,16%.

A contribuir para este recuo pode estar um anúncio do próprio BoE que anunciou que ia voltar a vender obrigações a partir de novembro, mas que ia deixar esta maturidade de parte, sendo colocada no mercado apenas no primeiro trimestre de 2023. 

 

Na Zona Euro, a "yield" da dívida alemã a dez anos – referência para o mercado europeu – agrava-se 3,6 pontos base para 2,313%.

 

Por sua vez, os juros das obrigações italianas com a mesma maturidade somam 2,8 pontos base para 4,705%.

 

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida espanhola a dez anos ganha 4,9 pontos base para 3,467%, enquanto os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade adicionam 3,2 pontos base para 3,365%.

Ganhos chegam ao fim, Europa veste-se de vermelho

As principais praças europeias começaram nos primeiros minutos da sessão a negociar no verde, mas rapidamente viraram para o vermelho, estando quase todos os principais índices da região abaixo de zero.

O índice de referência europeu, Stoxx 600 recua 0,27% para 398,75 pontos base, assinalando assim o primeiro dia de perdas em cinco. A colocar maior pressão no "benchmark" está o setor do imobiliário, bem como as "utilities" (água, luz, gás), o setor alimentar e o retalho - perdem mais de 1%.

No Reino Unido o setor da banca está sob elevada pressão, numa altura em que o Financial Times noticia que o ministério liderado por Jeremy Hunt poderá estar a equacionar um maior imposto efetivo sob os credores, passando esse valor de 27% para 33% das receitas das instituições financeiras. Após a informação ter sido noticiada, o Lloyds perde 3,3% e o Barclays recua 1,3%.

"Esta é uma [medida] incrivelmente de curto-prazo numa altura em que o governo deveria estar a olhar para formas de encorajar o investimento na economia do Reino Unido", explicou à Bloomberg o analista Michael Hewson, da CMC Markets.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perde 0,09%, o italiano FTSEMIB recua 0,14%, o espanhol IBEX 35 cai 0,58% e o britânico FTSE 100 desce 0,26%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,5% e o francês CAC-40 valoriza 0,11%.

"Earnings season" não segura Wall Street. Sessão arranca no vermelho

As bolsas norte-americanas arrancaram em terreno negativo, numa altura em que os juros das obrigações do Tesouro estão a agravar, entre preocupações consistentes de que o aumento das taxas de juro possa levar a uma recessão a nível global.

 

Nem os resultados trimestrais acima do esperado de algumas empresas, como é o caso da Netflix, que viu o número de subscritores aumentar no terceiro trimestre, e da United Airlines Holdgins, foram suficientes para impulsionar as bolsas do outro lado do Atlântico. 

 

O índice de referência S&P 500 desce 0,75% para 3.692,24 pontos, o industrial Dow Jones cede 0,33% para 30.424,28 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,99% para 10.665,74 pontos.

 

Esta quarta-feira, é a vez da Tesla apresentar resultados, após o fecho da negociação.

Inflação no Reino Unido atira ouro e libra para o vermelho

O ouro renovou mínimos de três semanas, depois da taxa de inflação ter voltado a tocar nos dois dígitos, intensificando assim a pressão sobre Downing Street e o Banco de Inglaterra.

 

O metal amarelo derrapa 1,30% para 1.630,40 dólares por onça, renovando mínimos de 27 de setembro.

 

Além disso, o metal amarelo está a ser penalizado pela subida do dólar – que está a ser motivada pela divulgação de dados económicos nos EUA que apontam para a continuação de uma política monetária restritiva da Fed.

 

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – soma 0,44% para 112,623 pontos.

 

Por sua vez a libra cai 0,81% para 1,1252 dólares e perde 0,11% para 1,1488 euros.

 

Já o euro recua 0,72% contra  a força do "green cash" , mais concretamente para 1,1488 dólares.

Petróleo segue a valorizar

O petróleo segue a valorizar, numa altura em que os esforços para combater o aumento dos preços e as preocupações quanto ao efeito de uma recessão na procura continuam.

 

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 0,95% para 83,61 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – que serve de referência para o mercado europeu – valoriza 0,77% para 90,72 dólares por barril.

 

Os preços do ouro negro têm oscilado desde o final de setembro, ao sabor da incerteza nos mercados.

A administração de Biden anunciou esta quarta-feira que vai libertar mais 15 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas do país, numa tentativa de controlar os preços da energia. A libertação ocorrerá em dezembro, sendo o último passo de um programa anunciado na primavera pelo Presidente norte-americano e que previa a injeção de um total de 180 milhões de barris para fazer face ao aumento dos preços, ligado à invasão da Ucrânia.

Apesar desta medida por parte dos Estados Unidos, os investidores permanecem cautelosos quanto ao impacto que um abrandamento da economia poderá ter na procura. 

Juros agravam-se na Zona Euro. Reino Unido vê alívio

Os juros da dívida soberana a dez anos estão a agravar-se na Zona Euro, numa altura em que as bolsas europeias seguem a negociar no vermelho.

Na Zona Euro, a "yield" da dívida alemã a dez anos – referência para o mercado europeu – agrava-se 9,5 pontos base para 2,371%, enquanto os juros da dívida italiana avançam 8 pontos base para 4,756%. 

Já a "yield" da dívida francesa sobe 9,3 pontos base para 2,946% e os juros da dívida espanhola aumentam 9,4 pontos base para 3,512%. Por cá, os juros da dívida portuguesa com maturidade a dez anos agravam-se 9,2 pontos base para 3,425%. 

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviam 6,3 pontos base para 3,872%, no dia em que foi conhecida a inflação de setembro no país. O aumento dos preços bateu os 10,1%, superando o valor de julho e atirando o indicador para um máximo em 40 anos.

Europa regressa às perdas após cinco dias de ganhos

As bolsas europeias fecharam esta quarta-feira no vermelho, a cair pela primeira vez em cinco sessões, com os investidores a questionarem-se se os resultados das empresas vão ser resistentes o suficiente para aguentar as políticas monetárias agressivas dos bancos centrais.

O índice de referência, Stoxx 600, que agrega as principais empresas do bloco, caiu 0,53% para 397,73 pontos, interrompendo a mais longa série de ganhos desde meados de agosto. Imobiliário e retalho registaram os piores desempenhos; já o setor tecnológico destacou-se pela positiva.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 0,19%, o francês CAC-40 caíu 0,43%, o italiano FTSEMIB tombou 0,22%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,36% e o britânico FTSE 100 desceu 0,17%. Já em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,45%. 

Ainda que alguns resultados de empresas norte-americanas tenham arrefecido os receios do impacto nas margens de lucro, os riscos de uma contração económica e de uma Reserva Federal mais agressiva continuam a ameaçar o otimismo dos investidores, alerta a Bloomberg.

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