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Bolsas europeias à espera de direção com mira em Trump. Petróleo cai e juros agravam-se

Acompanhe ao minuto as principais movimentações nos mercados ao longo da sessão desta quarta-feira.

Reuters
07 de Outubro de 2020 às 17:25
Futuros em queda na Europa e em alta nos EUA

Não há uma tendência definida na negociação dos futuros acionistas na Europa e nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 7 de outubro. Os futuros do europeu Stoxx50 recuam 0,3% enquanto os do norte-americano S&P500 sobem 0,4%.

Ainda assim, são os futuros nos EUA a acompanhar as subidas observadas nas principais bolsas asiáticas. Se o nipónico Topix fechou praticamente inalterado, o Hang Seng de Hong Kong somou 0,9% e a bolsas australiana avançou 1,3%.

Na Europa, agrava-se o receio quanto a uma segunda vaga da pandemia, em particular depois de a Alemanha ter registado o maior número diário de novos casos desde abril. Por outro lado, as autoridades italianas admitem adotar novas medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus.

No entanto, é a decisão ontem anunciada por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de que rejeitou a proposta democrata para um novo pacote de estímulos económicos que está a penalizar o sentimento dos investidores europeus. Trump adiantou mesmo que as negociações com vista a mais medidas para apoiar a economia só serão retomadas após as presidenciais de 3 de novembro.

Este anúncio levou a quebras em Wall Street, contudo os futuros americanos valorizam numa altura em que se especula se a declaração do presidente poderá ser uma mera tática negocial para obrigar os democratas a aproximaram-se da posição da Casa Branca.

A justificar ainda a subida dos futuros nos EUA estão os diversos tweets feitos por Donald Trump, que veio depois defender a necessidade de mais estímulos à economia, designadamente apoios às operadoras aéreas. A maioria do Partido Democrata na câmara baixa do Congresso aprovou uma proposta de 2,2 biliões de dólares, sendo que a Casa Branca não quer ir além de 1,6 biliões.

Prevalece assim a volatilidade que vem marcando as últimas sessões - para a qual contribuiu ainda o facto de Trump ter contraído covid-19 na passada sexta-feira – numa altura em que os investidores acreditam que continua distante um eventual acordo com vista a medidas orçamentais expansionistas para apoiar a retoma da maior economia mundial.

Ouro sobe após maior queda em quase duas semanas

O ouro está a ganhar terreno esta quarta-feira, depois de ter registado ontem a maior queda em quase duas semanas, na sequência do anúncio de Donald Trump de que as negociações entre democratas e republicanas sobre o novo pacote de estímulos serão suspensas até depois das eleições de 3 de novembro.

O anúncio provocou uma forte turbulência nos mercados, e está hoje a motivar a queda dos ativos de maior de risco, como as ações e a beneficiar os ativos de refúgio como é o caso do ouro.

O fim das discussões ameaça infligir ainda mais dificuldades aos americanos e impedir uma recuperação que já está a desacelerar. As novas ajudas podem ser adiadas até janeiro ou fevereiro, após a formação de um novo Congresso, o que significa que pode haver um período de quatro ou cinco meses sem apoio adicional.

Nesta altura, o ouro ganha 0,92% para 1.895,37 dólares.

Euro ganha terreno ao dólar

A moeda única europeia segue a apreciar 0,22% para 1,1760 dólares nos mercados cambiais, enquanto, por seu turno, o dólar recua ligeiramente no índice da Bloomberg que mede a performance da moeda norte-americana contra um cabaz composto pelas principais divisas mundiais.

Juros em queda na Zona Euro

As obrigações dos países do euro estão hoje em alta, com os investidores a afastarem-se das ações e a procurarem refúgio em ativos tidos como mais seguros, como a dívida soberana. Consequentemente, os juros estão em queda na maior parte da região do euro.

Em Portugal, a yield da dívida a dez anos recua 1,3 pontos base para 0,211%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a descida é de 1,1 pontos para 0,222%. Em Itália, os juros deslizam 0,7 pontos para 0,767% e na Alemanha descem 0,8 pontos para -0,518%.

Crude cai com anúncio de Trump e aumento das reservas dos EUA

O preço do petróleo está a cair nos mercados internacionais depois de duas sessões seguidas em que o crude valorizou tanto em Londres como em Nova Iorque.

Na capital inglesa, o Brent, que serve de referência para as importações nacionais, desce 0,75% para 42,33 dólares por barril. Já em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) cai 1,01% para 40,26 dólares.

O fim das negociações com vista a um novo pacote de estímulos à economia decretado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está a contribuir para a desvalorização do petróleo uma vez que os investidores temem que uma recuperação menos robusta da economia americana se venha a refletir numa quebra da procura pela matéria-prima.

Por outro lado e também a pressionar o preço do crude, embora pelo lado do aumento dos níveis de oferta, está o mais recente relatório do Instituto Americano do Petróleo que revela que na semana passada as reservas norte-americanas cresceram em 951 mil barris, o primeiro aumento semanal em quatro semanas.

Mensagem dúbia de Trump deixa bolsas sem rumo definido

Está a ser uma sessão marcada pela volatilidade no velho continente, com as principais praças europeias divididas entre ganhos e perdas. Se no arranque da sessão a generalidade das bolsas europeias negociava em alta, com as quedas do português PSI-20 e do espanhol a representarem as exceções, agora o rumo segue ainda mais repartido.

O índice PSI-20 recua 0,36% para 4.167,96 pontos depois de dois dias seguidos no verde e sobretudo penalizado pela desvalorização de 2,13% para 8,254 euros da Galp Energia.

Já o índice de referência europeu Stoxx600 cresce 0,16% para 366,45 pontos na quinta sessão consecutiva a valorizar, o que configura a mais longa série de ganhos desde meados de abril deste ano.

Esta divisão entre subidas e descidas é explicada pelas declarações ontem feitas por Donald Trump e que, dependendo da perspetiva de análise, podem ter interpretações distintas.

Numa altura em que segue cada vez mais atrás do candidato democrata Joe Biden nas sondagens e em que democratas e republicanos continuavam longe de um acordo no Congresso, o presidente dos Estados Unidos pôs fim às negociações para a aprovação de um pacote adicional de medidas expansionistas de resposta à crise e garantiu que só serão retomadas depois das presidenciais marcadas para o próximo dia 3 de novembro.

Esta declaração, parcialmente desvalorizada por alguns analistas como podendo representar apenas uma tática negocial, levou à queda de Wall Street na terça-feira e ao reforço da apreensão dos investidores quanto à capacidade das instituições americanas promoverem uma robusta recuperação da maior economia mundial.

Todavia, Trump disse também manter-se disponível para aprovar separadamente algumas medidas expansionistas e de apoio aos setores mais atingidos pela crise pandémica tais como as operadoras aéreas, o que está a permitir o retomar de confiança no compromisso da Casa Branca com a necessidade de apoiar a retoma da economia.

Bolsas dos Estados Unidos somam mais de 1%

As bolsas dos Estados Unidos abriram em alta, depois de Trump ter suspendido as negociações sobre um novo pacote de estímulos orçamentais mas deixado a porta aberta a outros apoios à economia. Simultaneamente, é o seu rival nas eleições, Joe Biden, que segue na frente das sondagens.

O generalista S&P500 avança 1,20% para os 3.401,37 pontos, o tecnológico Nasdaq sobe 1,36% para 11.306,17 pontos e o industrial Dow Jones aprecia 1,18% para os 28.101,06 pontos.

O presidente dos Estados Unidos pôs fim às negociações para a aprovação de um pacote de estímulos à economia, adiando a decisão para depois das presidenciais que estão marcadas para o próximo dia 3 de novembro. Por outro lado, o líder da Casa Branca mostrou-se disponível para aprovar separadamente algumas medidas expansionistas e de apoio aos setores mais atingidos pela crise pandémica. Isto, numa altura em que Joe Biden se destaca cada vez mais nas sondagens.

No mundo empresarial, o foco recai nas gigantes tecnológicas, depois de a Câmara dos Representantes ter proposto esta terça-feira regras de concorrência mais apertadas para estas empresas. A Apple avança 1,74% para os 115,13 dólares, a Alphabet soma 0,62% para 1.462,50 pontos e a Microsoft sobe 0,92% para os 207,90 dólares.

Ouro serve de refúgio face a recuos de Trump

O metal amarelo tem andado num sobe e desce nas últimas sete sessões, sendo que nesta quarta-feira segue no verde, com uma valorização de 0,54% para os 1.888,23 dólares por onça. Esta subida representa uma recuperação daquela que foi a maior quebra em quase duas semanas.

O ouro beneficia do anúncio, feito pelo presidente Trump através da sua conta Twitter, de que as negociações para um novo pacote de estímulos deverão ser adiadas até depois das eleições, o que prejudica o "refúgio rival", o dólar, perante receios de que a Fed atue em defesa da economia através de um corte nas taxas diretoras, o que enfraqueceria o valor da nota verde.

Petróleo cai com mais reservas e menos estímulos

O ouro negro está a desvalorizar num dia em que as reservas mostram aumentos e as perspetivas para economia, e consequentemente para a procura, se deterioram face aos planos revelados por Trump quanto aos estímulos orçamentais.

O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desce 1,76% para os 41,90 dólares e o nova-iorquino West Texas Intermediate cai 2,14% para os 39,80 dólares.

Os inventários nos Estados Unidos aumentaram em 501.000 barris na semana passada, anunciou o Departamento norte-americano da Energia. A este aumento acrescem receios do lado da procura, depois de Donald Trump ter divulgado a intenção de não negociar um novo pacote de estímulos até ao período pós-eleições.

Dólar perde terreno com vitória de Biden e mais estímulos de Trump na mira
Dólar perde terreno com vitória de Biden e mais estímulos de Trump na mira

A nota verde segue em baixa face às principais congéneres, num dia em que os investidores perspetivam uma possível vitória democrata nas eleições presidenciais de 3 de Novembro e depois de Donald Trump ter dito que está pronto para promulgar mais medidas de estímulos.

 

As sondagens mostram que Joe Biden está a alargar a vantagem, havendo também mercados de apostas que estão a refletir a perspetiva de os democratas tomarem o controlo do Senado (que é atualmente de maioria republicana) no próximo mês.

 

"Os mercados cambiais estão a começar a colocar a hipótese não só de Biden na presidência mas também de uma forte abrangência dos democratas", comentou à Reuters um estratega da TD Securities, Mazen Issa, aludindo à possibilidade de os democratas conquistarem também a maioria no Senado, além da Câmara dos Representantes (que atualmente lideram).

 

O dólar também se depreciou depois de Donald Trump ter dito ontem à noite que o Congresso deve alargar rapidamente 25 mil milhões de dólares em novas ajudas salariais às companhias aéreas norte-americanas que estão a colocar em licença milhares de trabalhadores numa altura em que as viagens de avião continuam a ser fortemente afetadas pela pandemia de covid-19.

 

Estas afirmações de Trump foram proferidas depois de o presidente norte-americano ter decidido interromper as conversações com os democratas com vista a um novo pacote de estímulos à economia, acusando a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de não estar a negociar de boa fé. O chefe da Casa Branca disse que só depois das eleições presidenciais serão retomadas as negociações. Nessa altura, o dólar ganhou terreno. Mas foi uma subida de curta duração, já que hoje inverteu.

 

O índice do dólar segue a ceder 0,19% para 93,64 pontos. O euro soma 0,32% para 1,1771 dólares.

Juros agravam-se um pouco por toda a Europa

Os juros da dívida a dez anos de Portugal agravaram-se em 0,4 pontos base para os 0,230%, tal como aconteceu na vizinha Espanha, onde os juros para a mesma maturidade aumentaram 0,6 pontos base para os 0,241%.

A referência europeia, a Alemanha, apresentou uma tendência semelhante. A remuneração das obrigações germânicas ficou nos -0,495%, 1,4 pontos base acima da sessão anterior. Esta é a terceira sessão consecutiva de agravamento para os juros das bunds. 

O mercado de obrigações pede uma maior remuneração numa altura em que os mercados acionistas nos Estados Unidos mostram pujança, apesar de as praças europeias não acompanharem nesta demanda, posicionando-se, na maioria, em terreno negativo.

Quedas ligeiras na Europa com estímulos dos EUA em foco
Quedas ligeiras na Europa com estímulos dos EUA em foco

Os mercados acionistas europeus fecharam em baixa ligeira, numa altura em que tentam perceber o rumo de eventuais novos estímulos à economia dos EUA.

 

Ontem à noite, Donald Trump disse que o Congresso deve alargar rapidamente 25 mil milhões de dólares em novas ajudas salariais às companhias aéreas norte-americanas que estão a colocar em licença milhares de trabalhadores numa altura em que as viagens de avião continuam a ser fortemente afetadas pela pandemia de covid-19.

 

Esta abertura para mais estímulos deixa os investidores na expectativa de que possam ser aprovadas mais ajudas nos EUA antes das eleições, ao contrário do que o presidente norte-americano sinalizou na terça-feira à tarde.

 

Trump declarou ontem que decidiu interromper as conversações com os democratas com vista a um novo pacote de estímulos à economia, acusando a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de não estar a negociar de boa fé. O chefe da Casa Branca disse que só depois das eleições presidenciais serão retomadas as negociações.

 

Mas o facto de ter falado posteriormente em ajudas às transportadoras aéreas cria a expectativa de que possam avançar mais estímulos.

 

O índice de referência Stoxx 600 Europe oscilou entre ganhos e perdas durante toda a sessão, acabando por fechar a ceder 0,12% para 365,45 pontos.

 

Dos principais índices da Europa Ocidental, apenas o alemão Dax encerrou no verde, com uma subida marginal de 0,2%.

 

Os setores das telecomunicações (-1.5%) e seguros (-1,3%) foram os que mais pesaram, com as gigantes dos resseguros Munich Re e Swiss Re sob pressão devido ao furacão Delta nos EUA, que ameaça agravar a já dispendiosa fatura deste ano com desastres naturais.

 

Os setores industriais avançaram, com as fabricantes automóveis (+1,4%) e as companhias mineiras (+1,7%) entre os melhores desempenhos do dia.

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