Europa pressionada por receios em torno da economia global. Petróleo também recua
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
- Ásia empurra futuros da Europa para o vermelho
- Falta de apoios económicos na China coloca petróleo a perder mais de 1%
- Ouro em baixa com dólar mais forte
- Dólar avança ligeiramente a avaliar perspetivas da Fed
- Juros agravam-se na Zona Euro. Foco em discursos de membros do BCE
- Europa no vermelho. Foco nas negociações entre a China e os Estados Unidos
- Taxas Euribor voltam a subir para novos máximos a seis e a 12 meses
- Bancos centrais ainda fazem mossa. Ouro amplia perdas da semana passada
- Shekel cede mais de 1,5% face ao dólar após Netanyahu anunciar reforma judicial
- Juros agravaram-se na Zona Euro
- Petróleo cai com incerteza em torno de crescimento da China
- Europa no vermelho com receios em torno da economia global a dominarem
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de negociação em terreno negativo, com os investidores a avaliarem sinais de desenvolvimento nas relações de Washigton com Pequim, mas que parecem ficar aquém do esperado, numa altura em que o Secretário de Estado norte-americano se encontra de visita à China.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,7%.
Ainda a pressionar a negociação europeia está uma sessão negativa na Ásia, liderada por quedas de tecnológicas chinesas, com os investidores a reavaliarem expectativas para mais estímulos do governo chinês, depois de uma primeira reunião na sexta-feira que terminou com poucos detalhes.
O "sell-off" desta segunda-feira é "maioritariamente liquidação de posições devido às expectativas de políticas governamentais terem sido demasiado elevadas", afirmou o analista Steven Leung, diretor da UOB Kay Hian, à Bloomberg.
Até agora, as políticas "têm sido dentro das expectativas: propriedades, consumo, infraestruturas, mas sem surpresas" e os investidores ainda precisam de ver o impacto das medidas económicas que já foram anunciadas, acrescentou.
Na China, Xangai deslizou 0,5% e, em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,5%. Na Coreia do Sul, o Kospi cai 0,8%, enquanto no Japão, o Topix desce 0,7% e o Nikkei recuou 1%.
Correção: Por lapso o Negócios indicou que Wall Street estaria a negociar esta segunda-feira, mas as bolsas estão fechadas em observância do feriado do Juneteenth nos Estados Unidos. Pelo ocorrido, pedimos desculpa aos nossos leitores.
O petróleo está a negociar em baixa, com os investidores a avaliarem a falta de apoios estatais chineses para a economia. Isto depois de se ter realizado uma reunião na passada sexta-feira na qual vários detalhes ficaram por ser conhecidos.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 1,13% para 70,97 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 1,08% para 75,78 dólares.
O volume de negociação para o crude, principalmente o WTI, pode vir a ser mais baixo uma vez que esta segunda-feira é feriado nos Estados Unidos e alguns mercados vão estar encerrados, nomeadamente a bolsa.
No domingo, o Goldman Sachs tornou-se o último banco a cortar as perspetivas para a economia chinesa, citando opções limitadas para aumentar os estímulos económicos, segundo uma nota vista pela Bloomberg.
"Os preços continuam a estar fixos dentro de um padrão de consolidação", comentou Yeap Jun Rong, analista da IG Asia, à Bloomberg, acrescentando que as piores condições económicas ainda estão por vir, o que pode manter os preços em baixa durante mais tempo.
O ouro está a negociar ligeiramente em baixa esta segunda-feira, pressionado por um dólar mais forte, que torna este metal mais caro para investidores com moeda estrangeira.
O ouro recua 0,2% para 1.954,15 dólares por onça.
Os investidores viram as suas atenções para o caminho da política monetária norte-americana, numa semana em que o presidente da Reserva Federal norte-americana Jerome Powell vai ao Congresso dos EUA na quarta e quinta-feira.
"O ouro passou a maioria de junho entre 1.935 e 1.970 dólares por onça e sem nenhum óbvio catalisador no horizonte, os 'traders' preferem negociar dentro desta gama sem se comprometerem com uma quebra", afirmou Matt Simpson, analista da City Index.
O dólar está à procura de direção esta segunda-feira, mas ainda assim a negociar em alta, numa altura em que os investidores continuam a digerir as várias decisões de política monetária dos bancos centrais.
O dólar avança 0,04% para 0,9147 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – sobe 0,11% para 102,358.
Segundo analistas consultados pela Reuters, o mercado espera ainda uma subida das taxas de juro em 25 pontos base pela Reserva Federal norte-americano, mas vê uma pausa depois disso, apontado para um novo possível aumentou em outubro ou novembro, mas que poderá não acontecer com uma descida da inflação.
"Penso que é isto que o mercado está à espera, quer seja realista ou não, isso está aberto a debate", disse Moh Siong Sim, analista do Banco de Singapura.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro começaram a sessão a agravar-se ligeiramente, num dia em que também as bolsas vão negociando no vermelho.
Os investidores viram-se esta segunda-feira para os discursos de vários membros do Banco Central Europeu. O governador francês Francois Villeroy de Galhau vai discursar numa conferência em Paris, o economista-chefe Philip Lane e o vice-presidente Luis De Guindos falam ambos em Madrid, enquanto Isabel Schnabel, membro do conselho executivo, estará no Luxemburgo. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, sobe 0,7 pontos base para 2,477%, enquanto os juros da dívida pública italiana somam 3,2 pontos base para 4,058%. Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade crescem 0,9 pontos base para 3,096%, ao passo que os juros da dívida francesa avançam 1,9 pontos base para 2,988% e os da dívida espanhola sobem 2 pontos base para 3,396%. Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica a dez anos agravam-se 3,3 pontos base para 4,437%, com os investidores a aguardarem a reunião de política monetária do Banco de Inglaterra - que se realiza na quinta-feira.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, sobe 0,7 pontos base para 2,477%, enquanto os juros da dívida pública italiana somam 3,2 pontos base para 4,058%.
Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade crescem 0,9 pontos base para 3,096%, ao passo que os juros da dívida francesa avançam 1,9 pontos base para 2,988% e os da dívida espanhola sobem 2 pontos base para 3,396%.
Os principais índices europeus negociam no vermelho, com os investidores a avaliarem a possibilidade de mais estímulos económicos na China, uma vez que as medidas até agora anunciadas ficam aquém do esperado, bem como possibilidades de uma potencial recessão global.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,54% para 464,29 pontos, com o setor de químicos e imobiliário a registarem as maiores perdas, superiores a 2% e 1%, respetivamente. O volume de negociação deve ser reduzido esta segunda-feira, uma vez que é feriado nos Estados Unidos e as bolsas estão encerradas.
Entre os principais movimentos de mercado, a farmacêutica Sartorius cai 15%, depois de ter emitido um aviso de que iria cortar as perspetivas para a empresa em termos de receitas e margem financeira na passada sexta-feira.
James Athey, analista da Abrdn, indica que espera outra semana de negociação moderada, em que "os mercados estão a analisar os dados e os discursos dos responsáveis dos bancos centrais, o que significa pouca ação em termos de preços", completou, em declarações à Bloomberg.
O foco está também na geopolítica com o Secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, na China em negociações com os responsáveis dos negócios estrangeiros. Esta manhã Blinken deverá encontrar-se com o presidente Xi Jinping numa tentativa de acalmar as tensões entre os dois países. Esta é a primeira vista de um Secretário de Estado à China desde 2018.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,43%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,59%, o italiano FTSEMIB recua 0,02%, o britânico FTSE 100 perde 0,36%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,21%.
O espanhol IBEX 35 está praticamente inalterado e avança 0,01%.
As taxas Euribor desceram esta segunda-feira a três meses e voltaram a subir a seis e a 12 meses para novos máximos desde dezembro e novembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 4,046%, mais 0,026 pontos do que na sexta-feira e um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, avançou hoje, ao ser fixada em 3,861%, mais 0,039 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
Em sentido inverso, a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 3,551%, menos 0,021 pontos, contra o máximo desde dezembro de 2008, de 3,572%, verificado em 16 de junho.
A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir, pela oitava reunião consecutiva, mas como em 4 de maio em apenas 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
O ouro amplia as perdas registadas na última semana, numa altura em que os investidores avaliam a possibilidade da manutenção de uma política monetária restritiva por parte de grandes bancos centrais.
O metal amarelo segue a desvalorizar 0,29% para 1.952,26 dólares por onça, depois de ter perdido 0,2% na semana passada, após o Banco Central Europeu (BCE) e Reserva Federal (Fed) norte-americana terem apontado para a continuação da subida dos juros diretores.
Por outro lado, os investidores mantêm-se atentos ao que se passa na China, onde o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está a realizar uma visita de dois dias, tendo-se já encontrado com o presidente Xi Jinping.
A Bloomberg salienta que, apesar desta queda ligeira, o ouro se mantém a negociar em níveis elevados, apesar dos sinais iniciais que começam a surgir de "sell-off" nos EFT (exchage traded funds) correlacionados com o ouro.
O shekel, a moeda de Israel, segue a perder 1,59% face à nota verde, para 0,2770 dólares, após o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, ter anunciado que o governo está a trabalhar numa reforma da Justiça e depois de Israel ter bombardeado a Cisjordânia pela primeira vez em 20 anos.
Os críticos da proposta afirmam que estas alterações legislativas colocam em causa a independência dos tribunais. Desde janeiro, o shekel já tombou cerca de 7% face ao dólar.
Por seu lado, o iene negoceia na linha de água (-0,01%) para 0,0070 dólares, depois de as últimas sondagens colocarem em causa o favoritismo do atual primeiro-ministro japonês Fumio Kishida nas próximas eleições.
Já o euro cai 0,17% para 1,0923 dólares, no mesmo dia em que o BCE alertou a banca da Zona Euro para resultados mais severos nos testes de stress.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas – soma 0,22% para 102,47 pontos.
Os juros das obrigações soberanas na Zona Euro agravaram-se esta segunda-feira, o que se traduz numa maior fuga dos investidores à dívida soberana. Isto num dia em que também o mercado de ações foi penalizado, com os principais índices europeus a terminarem a sessão no vermelho.
O mercado tenta perceber quais os próximos passos dos bancos centrais, ao mesmo tempo que lida com preocupações em torno da situação económica a nível global.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - agravou-se em 4,3 pontos base para 2,513%, enquanto os juros da dívida italiana subiram 8,6 pontos base para 4,112%.
Os juros da dívida pública portuguesa com a mesma maturidade aumentaram 5,5 pontos base para 3,142%, os juros da dívida espanhola cresceram 5,7 pontos base para 3,433% e os da dívida francesa somaram 5,8 pontos base para 3,027%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida soberana britânica subiram 7,9 pontos base para 4,483%, numa altura em que os investidores tentam antecipar quais os próximos passos do Banco de Inglaterra em termos de política monetária. A próxima reunião de política monetária do banco central acontece a 22 de junho.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa nos principais mercados internacionais, pressionados sobretudo pela incerteza em torno do crescimento económico da China – que é a maior importadora mundial desta matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ceder 0,4% para 71,51 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,2% para 76,44 dólares.
A incerteza em torno do crescimento chinês ofuscou os cortes de oferta adicionais por parte da Arábia Saudita, prestes a entrarem em vigor, bem como a sétima queda consecutiva do número de plataformas de petróleo e gás a operarem nos Estados Unidos.
As bolsas europeias fecharam a sessão em terreno negativo, numa altura em que os atrasos na adoção de um pacote de estímulos à economia na China estão a suscitar receios de uma possível recessão a nível global.
Os investidores esperavam o anúncio de mais estímulos por parte do governo chinês após uma primeira reunião na sexta-feira, mas esta terminou sem que fossem conhecidas medidas concretas, o que parece ter colocado um travão ao entusiasmo nas bolsas.
O Stoxx 600, referência para a região, perdeu 1,02% para 462,04 pontos, registando a maior queda desde 31 de maio. Praticamente todos os setores fecharam o dia com perdas, tendo o dos químicos e o dos recursos naturais sido os que mais desvalorizaram (-2,80% e -2,20%, respetivamente). Já o setor da banca foi o único a fechar com ganhos, embora ligeiros (0,03%).
Entre as principais praças europeias, o alemão Dax cedeu 0,96%, o francês CAC-50 recuou 1,01%, o espanhol Ibex 35 deslizou 0,66%, o italiano FTSE Mib desvalorizou 0,39%, o britânico FTSE 100 desceu 0,71% e o Aex, em Amesterdão, perdeu 0,48%.
A sessão de hoje ficou também marcada pelo discurso de diferentes membros do Banco Central Europeu (BCE). Se alguns defendem cautela nas subidas das taxas de juro, Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do BCE, afirma que não é tempo para ter complacência.
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